Após seguirem sem parar, passando por duas cidades sem parar, enfim, chegaram a Spirit Falls.
Uma cidade simples, parecia até mesmo ter parado no tempo. Suas estradas de terra, a maior parte das casas de madeira, parecia até uma aldeia indígena, árvores por todo lado. Porém, um povo calmo, feliz, amigável e sorridente.
Eles seguiam devagar pela cidade observando tudo. Realmente era uma cena linda.
Logo ao estacionarem em um restaurante no centro da cidade onde em frente havia um parque com pessoas praticando Yoga. Ao entrar, tinha um público razoável. Ao se sentarem, logo foram atendidos por uma jovem garçonete, muito linda, por acaso.
— Bom dia, o que desejam? — perguntou a bela garçonete com um bloco de notas e uma caneta em mãos.
— Por enquanto nada, vamos dar uma olhada no cardápio e depois a chamamos, pode ser? — perguntou Kitto sorrindo para a moça.
— Com certeza, sintam-se a vontade. — respondeu a garçonete se retirando.
— Será que há algum problema perguntarmos a qualquer pessoa sobre o mosteiro? — perguntou Scotty após ver que a garçonete estava longe suficiente para não ouvi-los.
— Creio que não. — respondeu Kitto olhando atentamente o cardápio, passando seu dedo indicador pelas sobremesas — Pode até ser cheia de lendas e tal, mas com certeza deve ser ponto turístico.
— Faz sentido. Pois então nos faremos de turistas?
— E o que acha que somos? — perguntou Kitto o olhando com um olhar irônico e então estendeu o braço para cima e gritou — Garçonete! Poderia vir aqui, por favor? — logo que a moça chegou, Kitto estendeu o cardápio apontando para ela e pondo seu dedo sobre um dos pratos — O que é isso?
— Essa é a especialidade da casa senhorita, o prato Almas de gelo é um tipo de sorvete feito com Ether encontrado em nossas abundantes minas de Ether.
— E porque tem "alma" no nome?
— É por causa que quando o Ether é transformado no líquido gelatinoso, no caso, o sorvete, ele fica em um azul claro transparente, e depois que é junto com os sabores que você escolher ele muda de cor.
— E isso é bom?
— Bom, é o que mais é comprado aqui. Não é querendo me gabar, mas temos o orgulho de servir o melhor Almas de gelo da cidade.
— Vou querer um então. Você também vai querer irmãozão?
— Sim, sim. Parece ser bom. — respondeu Scotty.
— Qual sabor? — perguntou a bela garçonete.
— Os dois de morango, por favor.
A garçonete anotou e logo se retirou.
Quando ela voltou, trazia duas taças com alma de gelo e pôs sobre a mesa.
— Garçonete, pode nos ajudar numa coisa? — perguntou Kitto.
— Pois não.
— Nós somos turistas e viemos até aqui para ver o tal mosteiro que todos falam.
— Lá é assombrado, não recebe turista a muito tempo, os últimos que foram lá saíram loucos.
— Eu e meu irmão adoramos um terror. — respondeu ela sorrindo.
— São vocês... — sussurrou ela olhando ao redor — É o seguinte, me encontrem nos fundos da lanchonete em 10 minutos. Preciso falar com vocês.
— Como assim? — perguntou Kitto.
— Garçonete! — gritou um outro freguês.
— 10 minutos. — disse novamente a garçonete que seguiu até o freguês.
— O que faremos? — perguntou Scotty após ver a moça sair.
— Vamos ver com ela. Não temos outra alternativa. — respondeu Kitto começando a comer o seu Alma de gelo — mas antes vou aproveitar esse sorvete. É gostoso.
O sol já estava se pondo, então eles seguiram até a parte de trás da lanchonete. Lá não parecia aquela clássica traseira de lanchonete, cheia de lixo espalhado, ratos e com mau cheiro. Muito pelo contrário, todo o lixo estava guardado em lixeiras divididas, haviam pequenas árvores nascendo ali e também cheirava bem. Porém, ao terminar de escurecer, uma luz um tanto sinistra piscava fraco transformando aquele belo local em uma cena meio medonha. Então a porta se abriu e a garçonete saiu vestindo um sobretudo cinza.
— Oi. — disse a garçonete se aproximando e olhando atentamente ao redor.
— O que quer garçonete? — perguntou Kitto a encarando.
— Pode me chamar de Jack. Sou uma amiga de Alicia, ela me ligou a alguns dias pedindo para esperar por vocês e os levar até o mosteiro já que ela foi banida da cidade.
— Porque? — perguntou Scotty.
— Isso é irrelevante agora. O que interessa é vocês. Os levarei até o mosteiro agora, precisamos ser rápidos. O pessoal daqui são passifistas apenas de aparência, mas eles estão dispostos a matar qualquer um que se aproxime do seu mosteiro, é algo muito sagrado para eles.
— Entendo. — respondeu Kitto — Então, o que faremos?
— Ela me contou quase tudo sobre vocês, principalmente sobre Safira. Poderíamos usa-la para sobrevoar a cidade e chegar lá mais rápido.
— Ok. Safira, pode sair. — disse Kitto e então de dentro de seu short um pequeno louva-deus que ao ficar sobre o chão se fez raposa.
Jack se expressou surpresa e também feliz por conhece-la.
— É realmente inacreditável. Nem mesmo ela estando na minha frente posso acreditar. Admiro seu pai por fazer de um simples animal um ciborgue transmorfo. — disse Jack se abaixando para vê-la mais de perto. Então fez carinho na cabeça de Safira.
— Safira. Uma coruja. — disse Kitto.
— O que? — perguntou Jack virando o olhar para Kitto.
Logo aqueles pelos que ela acariciava se converteram em penas mudando sua cor para branco. Então ela afastou sua mão com o susto. Sua patas dianteiras se convertiam em asas, ela se levantou enquanto seu rosto se deformava até se transformar em um rosto de coruja, sua calda virou penas, sua patas ficaram menores, sem pelos e com grandes garras.
— Safira, o caso aqui parece ser bem perigoso, então, preta e maior, por favor. — disse Kitto.
Logo respondeu o chamado, suas penas ficaram negras e seu tamanho aumentou para 2 metros.
Jack deu alguns passos para trás com a surpresa da transformação.
— Aonde você a vão? — perguntou Pan se aproximando pelas costas de Jack.
— Vamos ao mosteiro. — respondeu Scotty depois que Jack saltou para o lado de susto.
— Quem é essa!? — perguntou Jack.
— Informação confidencial. — respondeu Pan.
— Alicia não me contou que vocês tinham uma amiga, apenas vocês dois, Safira e uma... — Pan virou seu olhar para Jack a encarando — moto?
— Ela é um dos projetos feitos pelo papai. Ela é um robô que eu uso como moto. — respondeu Scotty.
— Sinto muito Pan, mas esse é o máximo que a Safira pode crescer. Você não pode ir conosco. Não tem espaço para mais um.
— Tudo bem. Encontrarei com vocês lá.
— É muito perigoso seguir até lá à pé. — disse Jack a encarando.
— Tudo bem. — disse Kitto a Pan como se Jack não estivesse dito nada.
Logo Scotty e Kitto seguiram até Safira e montaram nela.
— Você vem Jack? — perguntou Kitto estendendo a mão a ela.
Logo eles decolaram e Jack ainda confusa ficou encarando Pan que os observava ainda aí parada, porém, quando uma das asas passou entre sua visão Pan havia desaparecido.
— Então, qual direção? — perguntou Kitto.
— É... siga em frente. — respondeu Jack focando no seu trajeto, porém ainda se perguntando sobre Pan."Os filho de Will Rock não são mais crianças que sonham.
São Guardiões que fazem os sonhos de criança realidade."
~Pan
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Guardiões: Filhos Da Lua
AdventureApós a desordem e caos causados pela ingenuidade dos Beatos, meros humanos abençoados com poderes e habilidades dadas pelos próprios anjos, que por si mesmo, se fazem superiores aos Hominum. Porém, o professor e cientista Victor Frankenstein, com s...