|07| Mal

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Paulo On:


Chegamos no parque de diversões, e em primeiro lugar fomos no tiro ao alvo, onde ganhei um urso e dei para Emíli, que ficou tão emocionada que chorou, vai entender as mulheres, tão sensíveis. Chorar por conta de um urso, quando me lembro tenho vontade de rir. Fomos em todos brinquedos possíveis, e por último, deixamos para ir na montanha russa. A mandado de Emíli, e aí se dizer não, a baixinha é nervosa.

- Você estava passando mal hoje cedo e agora quer na montanha russa?- Pergunto sem entender.


- Eu estava cedo, anda logo, quero logo!- fala batendo pé.

- Você quem manda! - Falo comprando os ingressos.

- Eu sei! - Ouço ela resmungar dando uma risadinha, mas prefiro ficar quieto.

Puxo sua mão e fomos para a fila de espera.

- Depois não venha me falar que está passando mal. - Resmungo.

- Paulo, em nome de Deus. Esta parecendo um velho!- Fala irritada.

- Está me chamando de velho? - Rosno.

- Jamais! Sei que não é! - Fala acariciando meu peitoral.


- Não posso ficar com uma ereção em público. - Fala e ela me olha mordendo os lábios.

Safada!

- Vocês vão  entrar ou não? - Escuto o homem gritar e percebo que a fila já andou.


Sentamos em nosso lugar e eu observo Emíli animada, tão linda. A montanha russa começa a se movimentar e vejo ela me olhar assustada, me fazendo rir, queria tanto vir. Começo a ouvir todos gritarem e olho a paisagem, é perfeita. Sinto a mão de Emíli e vejo o quão ela está gelada, olho para ela e me assusto ao ver a garota pequena e pálida do meu lado.


- Ei! O que você tem? - Pergunto segurando seu rosto, ela está pálida, mole e gelada.

- Nada. - Nega.

- Emíli, o que você tem?- Grito vendo seus olhos fechando aos poucos.

- Me tira daqui! - Pede e faz ânsia.


Começo a gritar para o homem parar o brinquedo, e assim que ele vê Emíli ele para. Pego ela no colo e vou até meu carro, coloco ela no banco e o sinto de segurança e tomo meu lugar, começando a dirigir.


***


Ando de um lado para outro na sala de espera, case entrando em desespero. Fazem meio hora que estou aqui e não tenho nenhuma notícia. Pode ser pouco tempo, mas para uma pessoa desesperada, nunca é. Suspiro profundamente passando a mão em meu cabelo. Uma mulher loira não para de me olhar, parece que nunca viu gente.

-Acompanhante de Emíli Romanov? - Vejo um homem baixo, já de idade entrando na sala de espera.

- Eu! - Falo indo até ele, em paços largos.

- Sou Dr Ferdinando, estou cuidando da paciente.

- Tá, tudo bem. Qual as notícias? - Pergunto olhando-o sério.

- Ainda não dá para saber, o exame de sangue chega em 24 horas... - Fala me  seria. - Mas ela já está acordada, eu já dei um remédio pra ela. Ela está ótima! E não para de perguntar por você. - Fala sorrindo.

- Obrigado! O senhor pode me levar até ela?- Pergunto ansioso.

- Claro! Me acompanhe. - Fala e começa a andar pelo corredor.

Caminho pelo longo corredor até chegar em uma porta conde consigo ver Emíli, ela está de cabeça baixa, daqui consigo ouvir seus soluços.

- Pode entrar! - Ferdinando fala abrindo a porta da sala, e assim que o faz, tenho os olhos vermelhos e triste de Emíli sobre mim.

- Paulo... - Emíli chora vindo até a mim, me abraçando.

- Calma boneca, vai ficar tudo bem. - Falo passando a mão em seu cabelo.


- Eu estou doente, eu não vou ficar bem. - Fala chorando cada vez mais.

- Ei, olha pra mim! - Peço e assim ela faz. - Vai ficar tudo bem, eu estou aqui com você. Eu sempre vou está ao seu lado. - Falo segurando seu rosto e beijo seus lábios. - Vamos para casa, você precisa descansar. - Fala beijando dua testa.

- Tudo bem!- Fala secando as lágrimas, dando um sorriso fraco.

Seja o que for, eu não irei sair do lado dela. Nunca!

Um Homem Mais Velho - Livro 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora