Um Homem Mais Velho - Livro 3

26| Parto

Paulo

Eu estava assustado, saí as pressas de casa com Emíli, e não deu tempo de avisar a ninguém. E a cada grito ou gemido de dor que Emíli dava, eu ficava cada vez mais tenso.Eu queria sentir a dor no lugar dela, mas isso, infelizmente, era impossível. Ela estava case a esmagar minha mão, não estou reclamando, jamais.

- Já estamos chegando! - Aviso e ela me olha com os olhos marejados.

- Fica comigo! Eu estou com medo. - Sussurra chorosa.

- Estou com você, para sempre. - Falo e olho-a rapidamente.

Quando chego no hospital, estaciono meu carro de qualquer jeito e grito por ajuda.

- Anda logo porra! - Grito e enfermeiro me olha assustado.

Coloco Emíli na maca e seguro sua mãe, acompanhado-a.

- Você não pode entrar. - O enfermeiro fala e eu olho com raiva.

- Se você não me deixar entrar,  eu arrebento sua cara e entro.- Rosno entre dentes.

- Você tem que colocar uma roupa especial. - Fala. - Siga-me, rápido! - Fala e vamos para a sala ao lado.

Coloco a roupa que ele me deu e junto a ele, vou para sala de parto, onde estão preparando Emíli.

- Paulo... - Sussurra e vejo o quanto ela está assustada.

- Estou aqui com você meu amor, você consegue! - Fala e beijo sua testa.

- Vamos lá Emíli, faça força a cada contração. - A médica fala e Emíli afirma me olhando.

A cada momento ali na minha sala, eu me sentia desesperado, minha noiva está fazendo força e apertava minha mão com medo. Eu podia ver em seus olhos isso. Ouço um choro fino e vejo meu pequeno filho e sorriu.

- Vamos lá Emíli, agora só falta a menina. - A médica fala e Emíli faz força.

Nesse momento eu agradeço a Deus, sinceramente por não ser mulher.

- Não dá! Não dá! - Emíli berra chorando.

- Dá meu amor, a nossa filhinha. Falta pouco! - Falo e ela me olha atordoada.

Não vejo a hora de pegar meus filhos no braço, de estar junto a Emíli, com nossos filhinhos.

- Ahhhhhhh. - Emíli grita e eu segura sua mão firmemente.

- Nasceu! A menina nasceu! - A médica comemora.

- Viu meu amor, nossa menininha. - Falo e olho pra Emíli, que está com os olhos case fechado. - Emíli. Emíli. - Grito assustado quando vejo ela com os olhos fechados.

- Você não pode ficar aqui. - Oi enfermeiro fala me empurrando.

- Ela é minha noiva! Eu tenho que ficar com ela. - Grito chorando.

- Agora não! Vá. - O enfermeiro tenta de todas as formas me acalmar.

Saiu da sala e tiro a toca do meu cabelo. O que aconteceu ali dentro? O que houve com minha noiva? Me deixou escorregar pelo chão e choro, sentindo meu coração se apertar, sem ligar para as pessoas que passam ali.

×××

- Paulo. - Ouço a voz de David e me levanto, indo até ele e o abraçando.

- Ela está em perigo. - Explico entre soluços.

- Você precisa se acalmar, seus filhos nasceram, precisam se acalmar por eles. - David fala me olhando nos olhos. - Eu sou seu irmão e seu amigo, estou com você e não te deixarei. - Fala e me abraça firmemente.

- Obrigado. - Sussurro.

- Agora vá pra casa, tome um banho e volte. Chloe e e eu ficaremos aqui, qualquer coisa vamos te ligar. - Fala.

- Eu quero notícias dela!

- Não sabemos quanto tempo irá demorar, vá e volte! - Fala e eu afirmo, mesmo contráriado.

Depois que saí sala, minutos depois David e Chloe chegaram, e eu não tive notícias de Emíli. E nem consegui falar com Nina ou Antonio.

Espero que fique tudo bem minha noiva.

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