Capitulo 1

5.5K 253 13
                                    

  Estou feliz. Não posso negar que desde que me casei muita coisa mudou na minha vida. Quem diria que depois de tantos anos de amizade eu me casaria com o José depois de um ano de namoro. Ele me faz bem, é um otimo marido e eu o amo, de verdade. Minha mae nao poderia estar mais feliz com tudo isso, ela mais do que ninguem queria que eu José ficassemos juntos.
- Ana, amor, eu cheguei. - Deixo os artigos que estava revisando em cima da mesa.
- Estou aqui. - Ele entra no escritorio, eufórico.
- Dia dificil? - Eu pergunto.
- Pelo contrario, muito produtivo. - Jose trabalha na Grey Interprises Holdings há mais ou menos um ano. - Temos um jantar para ir hoje.
- Jura? Estou morta, li todos esses artigos e ainda tenho mais estes. - Aponto a pilha em cima da mesa, ele ri.
- Nada que a editora chefe da SIP nao de conta. - Ele se aproxima e me beija. Começei a trabalhar na SIP como assistente, depois de mais ou menos um ano, fui promovida. Parece muito repentino uma assistente ser promovida tao rápido, mas digamos que minha chefe tinha muitos problemas, entao ao longo do tempo compartilhou muitas coisas comigo. Quando ela saiu, me indicou para ficar em seu lugar.
- Esse jantar é aonde?
- Aqueles eventos fechados da empresa para diretores, finalmente eu posso levar voce, amor.
- Não sei se estou disposta...
- Ana, qual é! Eu quero muito que voce vá.
- José... esses jantares sao muito cansativos. E além do mais, nao vou conhecer ninguem.
- Quero apresentar voce ao Senhor Grey.
- Voce fala tanto sobre ele...- Jose sempre fala sobre Cristian Grey, nunca soube nada sobre ele, dizem que é multimilionário e nao sei o que... Realmente essas pessoas nunca me interessaram.
- Ele é bem na dele sabe, nao é do tipo de pessoa que tem muitos amigos. É do tipo que vive para o trabalho, mas o cara é muito inteligente, Anastasia. Voce iria gostar de conversar com ele. - Viciado em trabalho, sem amigos, quieto... nao, obrigada.
- Vou acompanhar voce, mas prometa que nao vamos voltar tarde. - Eu o abraço.
- Eu prometo mi amor. - Ele pressiona contra a poltrona e me beija.

Quando está com duvidas, vá com o preto. É o que minha mãe diria se estivesse aqui. Não quero ir com uma roupa muito exagerada, mas tambem não quero ir de qualquer jeito, afinal, é a primeira vez que eu acompanho José nesses jantares. Eu não gosto muito de lidar com esse publico, o mundo de quem trabalha em uma iditora é completamente diferente de um mundo empresarial. Eu costumo dizer que somos bem mais flexiveis, aceitamos ideias novas, originais, ao contrario de algumas empresas, que querem inovar, mas nao conseguem deixar fluir, é tudo muito enrraizado. Homens presos em seus ternos finos e mulheres, em seus scarpans de saltos extremamente altos. Acho que é melhor nao dizer o que eu penso, pelo menos nao no jantar.
- Esta linda, a mais linda.
- Obrigada. - Nao quero deixar transparecer que realmente nao estou a fim de ir.
- Ana, voce vai gostar. Eu sei que os assuntos podem ser chatos, mas... é que eu nao posso mais dizer que a minha mulher tem outro compromisso com a editora. - Sua fisionomia me machuca. Nos ultimos tempos, eu tenho inventado inumeras desculpas para nao sair com ele. Eu nao sei exatamente o porque, eu e ele somos felizes, mas na maioria das vezes eu sinto que falta algo. Se ele soubesse realmente... não posso, ele me mataria se soubesse.
- Eu sei... - Eu me aproximo. - Me desculpe, eu sinto muito.
- Nao se preocupe. - Ele acaricia meu rosto com a ponta dos dedos.
- Vamos?
- Sim, vamos.
O evento é em um hotel luxuoso, aqui mesmo, em Seatle. Já que chegamos na porta do hotel, um Senhor simpático abre a porta do carro.
- Muito obrigada. - Eu dou um sorriso em agradecimento.
- Disponha, Senhora Rodriguez. - Este é o ponto. Desde que nos casamos, eu já deixei bem claro ao José que eu nao iria trocar meu sobrenome. Não vou abrir mão do meu.
- Senhorita Steele, por favor. - Ele me olha por alguns segundos sem entender, mas pega as chaves com José e entra no carro.
- Ana... - Ele se aproxima do meu ouvido. - Já conversamos sobre isso...
- Não vou abrir mao do meu sobrenome, José. Acho que nao é o momento de discutirmos isso, vamos entrar.
O hall é enorme, com todos aqueles lustres e coisas que só é possivel ver em filmes na maioria das vezes.
- Boa noite, Senhor e Senhora Rodriguez. - Dessa vez deixo passar, nao vale a pena.
- O evento é por aqui. - A Senhorita Blake nos guia até o local, consegui ver o nome através do cracha.
Eu nao sei se minha roupa esta muito estranha, se estou bonita... simplismente nao sei. Tudo o que sei é que todos olham em nossa direçao assim que entramos.
- Nossa, é sempre assim? - Geralmente as reunioes da SIP nao sao assim tao formais, eu faço o possivel para nao serem. José comprimenta algumas pessoas de longe, mas logo pega minha mão.
- Venha, estou vendo Cristian daqui. - Eu nao consigo ver nada, para mim sao todos iguais. Quantos anos tem esse Cristian? Talvez seja velho... eu não sei. Droga! Deveria ter olhado pelo menos uma foto, já devo ter visto algumas, mas faz tempo, nem me lembro mais.
- Boa noite, Senhores. Senhor Grey. - Um turbilhão de coisas e um misto de quente e frio passam pela minha corrente sanguinea nesse exato momento. Os olhos cinzas penetrantes me desarmam mais do que qualquer outra coisa, é como se ele pudesse ver o meu interior. Ao mesmo tempo que quero reprimir meus pensamentos, que já foram varios, eu não consigo. Simplismente não consigo ignorar o fato de que ele, Senhor Grey, é o homem mais lindo, intimidador e imponente que eu já vi em toda a minha vida. Tento disfarçar a cara de surpresa.
- José Rodriguez! Meu irmão! - Um homem um pouco mais velho o puxa para longe de mim, me deixando ali, sozinha com ele. Agarro a bolsa de mão que estou segurando e finjo estar olhando para uma escultura que fica ao centro.
- Senhora Rodriguez, é um prazer conhece-la. - Meu coraçao bate mais forte. Claro que ele iria dizer algo, ficamos sozinhos ali.
- Senhora Steele, por favor. - Ele franze uma sobrancelha.
- Steele? Você é a esposa do José Rodriguez ou eu estou errado?
- Sim, mas não é por isso que tenho que usar o sobrenome dele. - Ele da meio sorriso.
- Entendi, gosta de independencia.
- Digamos que é um direito meu, Senhor Grey. Vivemos em uma sociedade aonde pessoas podem tomar suas proprias decisoes, não concorda?
- Completamente. - Ele toma um gole da champanhe, mas nao desvia o olhar do meu. É como se ele estivesse lendo meus pensamentos sobre ele. Anastasia Steele, nao se atreva a pensar nesse homem sem... não! Preciso sair daqui, isto é errado. Ele me faz querer pensar em coisas erradas, coisas que na minha situaçao sao erradas.  

Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora