Capítulo 17

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  Tem algo nele, um mistério. Algo que por mais que eu tente não consigo decifrar, algo que me faz querer estar perto dele, mais do que qualquer outra coisa nesse mundo. Ele está imóvel, aguardando a minha resposta.
- Hoje à noite? – Eu pergunto.
- Sim. – O garçom interrompe o meu devaneio trazendo a nosso pedido.
- Com licença. – Ele não deixa de me olhar nem por um momento, eu deveria estar completamente sem graça, mas estou hipnotizada. Eu queria ser inteira e completamente desse homem, aqui e agora.
- Espero que aprecie o jantar, Senhorita Steele.
- Digo o mesmo, Senhor Grey. – Por alguns instantes, nós ficamos em silencio. Enquanto disfarçadamente eu desejo seus lábios.
- Não consigo olhar para você e ver aquela mulher que eu vi dançar. – O que será que ele quer dizer?
- Como assim?
- Acho que você tem dois lados, Senhorita Steele. – Estou rindo.
- Dois lados? Não sabia que você estava me analisando.
- Quero analisar melhor, mas não aqui. – Ele chama o garçom.
- Vamos embora? – Eu pergunto. Ele sorri.
- Acho que nem eu e nem você queremos estar aqui. – O garçom se aproxima no mesmo instante em que ele chama, trazendo a conta.
Saindo do restaurante, ele está andando um pouco mais atrás de mim. A ideia de que ele possa estar analisando minha bunda me deixa envergonhada.
- Taylor, por favor. – Ele entrega as chaves do Audi.
- Sim, Senhor. – Ele nem precisa dizer muitas palavras. Ele abre a porta e faz sinal para que eu entre.
No carro, durante o trajeto, não trocamos muitas palavras, apenas olhares.··.
- Fique à vontade. – Ele diz entrando pelo apartamento enquanto tira o casaco. Eu não sei como devo agir e nem o que devo fazer. E agora? Como vai ser?
Talvez eu deva agir, eu deva mostrar para ele o quanto eu quero e como eu quero. Apesar de sentir que ele sempre vai estar no controle.
Aproximo-me do seu aparelho de som, que por sinal é bem mais tecnológico do que eu pensava, queria um desses. Coloco a musica, na tentativa de chamar a atenção dele. Não se esqueça do porque está aqui, minha consciência me tira do meu sonho.
Ao som de Te amo - Rihanna, fecho meus olhos e sinto todo o meu desejo por ele vir à tona. Quando me dou conta ele está parado perto da escada apenas me analisando.
É isso que ele quer, eu sinto que ele quer me ver toda para ele, somente dele.
Isso não é uma coreografia montada, não é um show particular. Essa sou eu, me movendo lentamente pela sala, como em um ensaio fotográfico sexy. Passando a mão pelo meu corpo e olhando para ele, enquanto mordo meus lábios.
Apoio meu corpo sob o piano, deitando sobre ele, enquanto acaricio a mim mesma. Imaginando suas mãos sobre mim, me amando, me desejando. Agora ele está sentado em uma poltrona, olhando atentamente a cada movimento meu.
Talvez eu esteja vestida demais para ele. Em movimentos suaves, desço meu vestido até na cintura, deixando meu sutiã preto a mostra. Ainda bem que tive a ideia de colocar meu conjunto novo de langerie. Sinto-me um pouco estranha, como se isso que eu estou fazendo não fosse certo, mas logo algo dentro de mim acende, e eu simplesmente não consigo parar de me mostrar para ele, não consigo parar de dançar. Aproximo-me de onde ele está sentando e coloco suas mãos em minha cintura, enquanto danço no ritmo da musica. É frenético, é... Simplesmente a melhor e mais libertadora sensação que eu já tive em toda a minha vida.
Talvez eu queira mesmo mostrar para ele como eu estou me sentindo através dessa musica, talvez eu queira fazer amor com ele aqui, no sofá, de modo selvagem.
- Anastásia Steele... – Ele segura meu queixo firmemente. É agora, mal consigo me segurar em pé.
- Taylor vai leva-la para casa. – O que? É isso?
- O que? – Estou furiosa! Nunca me senti tão frustrada!
- Você veio até aqui, já cumpriu o seu papel. Impecavelmente eu diria.
- Papel? – Anastásia... Esse terreno é perigoso, vai devagar.
- Achei que estava tudo acertado.
- É isso? Me chamou até aqui para isso? Estava todo cheio de intenções, jogou charme o jantar inteiro e agora isso? – Ele ri.
- Eu não joguei charme, Anastásia. Acho que você bebeu demais. Já disse que Taylor vai leva-la.
- Eu não vou sair daqui! – Agora chega. Eu quero esse homem e não vou sair daqui.
- Anastásia, eu não estou para brincadeiras. – Eu termino de tirar o vestido.
- O que está fazendo? – Enquanto ele fala eu tiro o sutiã.
- Anastásia, não me obrigue... – Tiro a calcinha.
- Agora já chega. – Ele me carrega e me coloca sentada no piano. Sua língua invade minha boca, mordendo meus lábios. Suas mãos me apertam e me colocam mais perto dele.
- Eu não sou quem você pensa. – Ele diz olhando nos meus olhos, meu coração está disparado. – Agora vista sua roupa e vai embora.
- Cristian...
- Eu não quero me alterar com você, então, por favor, vai embora.
- Porque você não quer fazer amor comigo? – Eu só posso estar bêbeda, é isso.
- Isso não é para mim. – O que?
- Eu não entendi.
- Anastásia, eu não quero te machucar. Você não.
- Não sou atraente o suficiente para você? – Ele ri.
- Acha que eu não queria você?
- Eu acho, está me evitando. – O que ele quer dizer com não machucar? Ele é algum tipo de violentador de mulheres? – Você queria me bater? – Eu pergunto com medo da resposta.
- Sim, eu queria. Só que não do jeito que você está pensando.
- Cristian...
- Senhor Grey, por favor. – Espera um pouco, ele não quer que eu o chame pelo nome? Ele pega o casaco e joga para mim.
- Vista isso.
- O que é isso? – Tem um envelope em cima da mesa, escrito meu nome.
- Leve isso e leia. Quando eu te ligar novamente nós conversarmos melhor. Se quiser tomar um banho ou comer alguma coisa, fique a vontade. Taylor está pronto para te levar quando quiser.
Estou com tanto ódio e raiva que mal consigo raciocinar direito. Como eu pude me apaixonar por um cara tão cretino como esse? Como eu pude me envolver assim?
- O que você está fazendo? Não vai colocar seu vestido? – Eu abotoou o casaco dele.
- Não se preocupe, vou devolver o seu casaco.
- Você não vai sair na frente do segurança dessa forma.
- Acho que isso não é da sua conta. – Pego minha bolsa no sofá e vou em direção ao elevador.  

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