Capítulo 30

1K 110 8
                                    

  - Acha que pode me levar para a casa?
- Achei que tinha aceitado ir jantar comigo.
- Não sei se eu devo...
- Acho que tudo o que poderia acontecer já aconteceu aqui e agora. - Pensando bem ele tem razão. Se não conversarmos e tentarmos acertar as coisas, nunca vamos evoluir.
- Está bem. - Ele sorri.
- Ótimo, eu conheço um lugar aqui perto. - Ele parece tão animado, tão entusiasmado com a ideia de começarmos denovo. Eu tenho medo. Medo de que isso faça parte apenas de um capricho dele e que na verdade nada tenha mudado realmente.
O restaurante é bem o estilo dele, eu gostei muito do lugar. Parece bem reservado e tem poucas pessoas.
- É um ótimo lugar para uma conversa.
- Já trouxe alguem aqui? - Ele se encomoda com a pergunta.
- Não Anastasia. - Eu quero entender o que ele está pensando, quero saber como se sente com relação aos meus sentimentos e quero saber o porque esse estilo de vida. O garçom se aproxima da mesa.
- Por favor, pode me trazer um suco de laranja.
- Mais alguma coisa Senhorita? - Cristian me observa atentamente.
- Eu gostaria dessa torre de bacon, por favor. - Ele fica me olhando e não anota o que eu pedi.
- Algum problema? - Eu pergunto.
- Não Senhorita. Me desculpe, é que...
- Nenhuma mulher pede isso? - Ele ri.
- É, basicamente isso. Elas estão mais interessas nas saladas.
- É muito grande? - Cristian pigarreia. O que será que ele achou que eu queria saber?
- O que Senhorita?
- A torre de bacon.
- Ah sim. É grande Senhorita, mas eu posso pedir a pequena se quiser.
- Por favor. - Ele sorri.
- Eu posso pedir agora ou eu estou atrapalhando alguma coisa?
- De forma alguma Senhor. O que deseja?
- Uma Heineken e o filé, por favor.
- Sim, Senhor. Volto em um minuto. - Ele se retira.
- É impressão minha ou tem algo contra ele? - Eu pergunto.
- Não, absolutamente não. Só queria entender porque a minha namorada estava flertando com ele. - O que?
- Cristian, por favor...
- Estou feliz que ainda esteja comendo como antes.
- Uma atividade de alguns minutos atrás me fizeram ficar faminta. - Ele ri.
- Gosto do seu humor. - Nos olhamos por alguns minutos sem dizer nada. É estranho, acho que os dois querem perguntar, mas nenhum sabe como agir.
- Então... - Não sei como começar, não sei usar as palavras certas. - Como você começou a fazer tudo isso? - Ele abaixa a cabeça. Esse assunto o encomoda, acho que é muito cedo para isso.
- Foi com uma amiga da minha mãe.
- E sua mãe sabe?
- Obvio que não.
- Então vocês tiveram uma relação?
- Fui submisso dela por alguns anos. - Isso tudo é muito louco meu Deus. - Isso já acabou, se possivel, eu gostaria de falar sobre outra coisa. - Ok, Anastasia. Já conseguiu saber alguma coisa. Depois você pode continuar com as investigações.
- Eu gostaria que você soubesse que eu vou voltar a ter aulas na academia de dança amanhã.
- Antes do trabalho?
- Eu pretendo passar lá amanhã bem cedo para falar com a minha professora.
- Você parece animada com a ideia.
- Eu adoro fazer o que eu faço Cristian, é o que eu mais quero.
- Não se esqueça que um segurança tera que te acompanhar.
- Tem certeza que isso é necessario?
- Enquanto eu não tiver certeza de que a Leila não é uma ameaça vai ser assim.
- Ela não é uma ameaça.
- Eu não quero pagar para ver.
O garçom chega com os nossos pedidos. Eu estou com muita fome, não tenho pensado muito em comida ultimamente.
- Não se preocupe. - Eu digo enquanto pego um pedaço do bacon. - Vou continuar mantendo minha forma. - Ele sorri.
- Não se preocupe com isso. Eu só quero ver você se alimentando bem. Não acho que isso seja o melhor, mas se você gosta...
- Mais que especie de pessoa você é? Não gosta de pizza, não gosta de bacon, não gosta de hamburguer...
- Não é questão de gostar, é só que eu estou acostumado com uma alimentação diferente.
- Esqueci que você é rico. - Ele para de comer.
- Está zombando de mim Senhorita Steele?
- Pode ser Senhor Grey.
- Talvez eu possa resolver isso mais tarde.
- Isso aqui está uma delicia! - Eu disfarço. Eu o quero muito, só que eu prefiro seguir devagar com as coisas. Sei que pode parecer estranho, vindo de alguem que acabou de transar dentro do carro, mas é tão dificil resistir a ele.
- Sobremesa? - Ele pergunta.
- Não obrigada. Estou satisfeita. O que foi? Porque está me olhando assim?
- Você parece tão descontraida, tão... feliz.
- É porque eu estou feliz.
- Então poderiamos aproveitar essa felicidade e irmos para o meu apartamento. O que acha?
- Não Cristian. - Ele encosta na cadeira. - Olha, me desculpa...
- Não, você não precisa pedir desculpas. Claro que só vamos fazer isso quando você estiver pronta.
- Eu não sei o que deu em mim no carro. Eu sei que parece estranho eu ter tomado aquela atitude no carro, mas...
- Ana, você não precisa se justificar. Eu tambem queria, tanto quanto você. - Fico aliviado em saber que não preciso me justificar.
- Então podemos ir?
- Claro, como você quiser.

Confesso que foi dificil deixa-lo ir embora. Eu queria pelo menos que ele tivesse passado a noite aqui, mas eu sinto que ainda não é o momento para isso.
- Desculpe incomodar a essa hora, mas é que tem uma encomenda para a senhora.
- Para mim?
- Sim. - Ele me entrega um pacote.
- Muito obrigada.
- Disponha Senhorita.
Deve ser alguma coisa do Cristian. Acendo a luz da sala e começo a abrir o pacote. Dentro da caixa há uma langerie preta com um bilhete.

Espero que possa usar.

Leila.


Leila? Vou mais para o lado da luz e leio novamente. Preciso ter certeza de que é isso mesmo. Essa mulher não desistiu? Mesmo depois de tudo o que eu disse? Não sei se devo contar ao Cristian, ele já está obsecado com essa história, quer colocar seguranças comigo. Se ele souber que a Leila me mandou isso vai ficar furioso e possivelmente não poderei mais morar aqui. Só que pensando por outro lado eu não posso começar alguma coisa com mentiras. Tiro a foto e mando para ele.

Olha só o que eu recebi.
Não fique bravo.





Espero alguns segundos pela resposta, roendo as unhas.


É UMA LANGERIE?


Cristian Grey usando maiusculas gritantes? Sim, ele esta bravo.

Eu acho que isso é um pouco obvio, Cristian.



Aperto enviar. É engraçado ver como ele fica nervoso. Alias, só é engracado porque ele está longe.

Não sei onde está a graça Anastasia!
Quem mandou isso?


Merda! Agora vou ter que falar. Sem mais mentiras Ana...

Foi a Leila.


Sou curta com a resposta, não faço rodeios. Ele não responde mais nada, o que é estranho já que parecia tão furioso. Seja como for, vou apenas ignorar o presente da Leila. Tudo o que eu quero é me lembrar da noite maravilhosa que eu tive com ele.


Escuto um barulho ao longe. Parece alguem batendo na porta. Olho para o relogio e são quase duas da manhã. Ninguem iria bater na minha porta a uma hora dessas.
- Cristian? - Eu mal consigo enxergar. Estou com muito sono.
- Posso?
- Claro, entre. - O que ele faz aqui a essa hora?
- Me desculpe, mas o que você está fazendo aqui?
- Não consegui dormir e resolvi vir. Fiz mal?
Meus olhos estão fechando sozinhos, eu não sou capaz de me controlar.
- Ana?
- Desculpe! Me desculpe... É que eu estou com muito sono Cristian.
- Eu sei. - Ele se aproxima. - Venha, eu vou colocar você na cama. - Eu deixo ele me conduzir até o quarto. Tiro o meu roupão e vou logo para o meu lado da cama.
- Você vai ficar? - Eu pergunto.
- Posso? Se você não quiser eu...
- Claro que pode ficar. - Ele tira a camisa.
Ó meu Deus! É a visão dos Deuses. Ele deita ao meu lado.
- Vire-se. - Ele diz.
- Porque?
- Para que eu possa abraçar você. - Essa noite não poderia estar melhor. Ele me acolhe em seus braços e nesse momento eu percebo que é aqui que eu quero estar para sempre.
- Me sinto protegida com você aqui. - Ele beija meus cabelos.
- Que bom ouvir isso, baby. - Ele sussura.

Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora