Enquanto estou no carro, fico pensando em como ele foi rude, em como foi tão... Frio. Não consigo deixar de pensar em como foi uma péssima ideia assinar aquele contrato, pior, dar a minha joia como garantia de que iria cumprir meu papel.
- Obrigada, Taylor.
- Até logo, Senhorita.
Tento entrar no apartamento fazendo o maior silencio para não acordar a Kate. Ela me faria milhões de perguntas como de costume.
- Ana. – Ela está parada na escuridão como um fantasma.
- Kate! Que susto! O que está fazendo ai?
- Esperando você. Afinal, já está bem tarde.
- Eu mandei mensagem dizendo que ia ficar até mais tarde, não mandei?
- Sim, mas porque eu tenho a impressão de que você não está sendo tão sincera?
- Eu não mentiria para você. – Merda, eu estou mentindo agora.
- Ok, Ana. Eu vou fingir que acredito em você – Ela ri. – Eu só quero que saiba o que está fazendo. Tem comida na geladeira. Boa noite.
- Boa noite, Kate.
Ela acha que eu já não pensei várias e várias vezes se isso é mesmo uma boa ideia? Desde que eu me separei do José minha vida anda confusa e vazia. Eu cheguei até a pensar que poderia preencher essa lacuna de algum jeito, mas não. Tudo o que sou agora é propriedade de Christian Grey.
- Espera um pouco, ai... – Digo a mim mesma, enquanto como um sanduiche. Talvez ele precise perceber algum interesse da minha parte. Eu preciso desafia-lo claro! Ele se sente bem como isso. O que poderia ser mais desafiador do que aparecer no apartamento dele sem ser convidada. Isso está no contrato.
Vou dormir com a ideia fixa na cabeça, vou logo na parte da manhã, antes mesmo da Kate acordar, assim não levanto nenhuma suspeita.Tomo um gole rápido de café, pego as chaves do carro e saio. Enquanto estou no caminho vou esquematizando o meu plano. Não faça isso! Minha consciência me repreende! Ele vai querer tomar a SIP de voltar! Ele vai querer desfazer o contrato. Eu sei dos riscos que estou correndo.
- Por favor, eu quero subir para o apartamento do Senhor Cristian Grey. – Ele me olha por cima dos óculos.
- Senhor Grey?
- Isso mesmo.
- O Senhor Grey acabou de sair. – O que eu vou inventar agora.
- Olha eu sou... Prima do Senhor Grey! Ficamos de nos reunir aqui e fazer uma surpresa para ele.
- O Senhor Grey não recebe ninguém da família aqui. – Meu Deus! Que homem é esse que não recebe a própria família? – Vou avisar que a Senhorita vai subir.
- Não! Por favor! Você vai estragar a surpresa! Olha, por favor, me deixe subir? – Ele sorri. Finalmente.
- Ok, mas, por favor, avise ao Senhor Grey que você só foi autorizada a subir porque insistiu muito e claro, porque faz parte da familia Grey.
- Claro, eu aviso.
Entro no apartamento. Meu coração está disparado, será que tem alguém? Provavelmente algum funcionário. O fato de saber que ele não sabe que eu estou aqui é ainda mais interessante. Esse lugar tem um ar muito clássico e ao mesmo tempo tão frio. Parece que falta alguma coisa, um toque feminino talvez. Vou ficando um pouco mais a vontade cada vez que sinto que não tem ninguém aqui.
- Quem é você? – Assim que me viro, dou de cara com uma moça. Ela deve ter a minha idade. Cabelos castanhos, mais ou menos da minha altura e magra, muita magra. Ela é bonita.
- Eu...
- Não deveria estar aqui. – Ela deve trabalhar aqui.
- Me desculpe, por favor. Você sabe aonde é o quarto do Cristian?
- O mestre não me deixa chama-lo pelo nome. – Um arrepio percorre meu corpo.
- Mestre? Do que você está falando?
- Você é Anastásia Steele. - Ela sabe meu nome. Ela está com uma mala nas mãos.
- Como você sabe meu nome?
- Eu vi seu nome. Eu vi, estava escrito em papel na mesa dele.
- Você trabalha aqui? – Tomara que ela não seja... Não, ele não faria isso.
- Leila Willians. Meu nome é Leila.
- Senhorita Willians? Quem é você? - Droga! Essa sim deve trabalhar na casa.
- Eu... Olha me desculpe. Meu nome é Anastásia Steele.
- Você não deveria estar aqui! Preciso que saia agora.
- Calma Senhora, eu já estou indo, mas antes... - Ela começa a me empurrar.
- Você não entendeu! O Senhor Grey está para chegar! Ele não pode ver você aqui. – Ela vai me empurrando até a sala.
- O que está acontecendo aqui, Senhora Jones? – Porra! Ele está aqui.
- Senhor Grey. – Não quero que ela tenha problemas por minha causa.
- Cristian, eu posso explicar...
- Senhora Jones, me deixe sozinho com a Senhorita Steele.
- Sim, Senhor. – Ela sai imediatamente.
- Mestre. –A outra aparece na sala. Agora estou completamente confusa. Quem é essa mulher?
- Leila, vá para o quarto. – Ele diz. Sem tirar os olhos de mim.
- Sim, mestre. – O que? O que ele é afinal? Algum tipo de rei?
- O que você pensa que está fazendo aqui?
- Quem é aquela moça, Cristian? – Ele apenas me olha, mas não diz o que eu pergunto.
- Anastásia me escute.
- Quem é ela, Cristian! – Eu altero minha voz.
- Não quero falar sobre isso com você...
- É sua namorada? Por isso não queria que eu viesse aqui sem avisar?
- O que? Claro que não!
- Então quem é ela? Porque te chama de mestre?
- Leila é... Leila é a minha submissa, Anastasia. –Submissa? O que ele quer dizer? Ele está com ela sua tonta!
- Por isso não tocou em mim naquela noite, porque você está com ela!
- Ela não deveria estar aqui, eu já tinha terminado tudo.
- Terminado tudo? – Estou rindo, mas é de nervoso. – Você é mais doente do que eu pensava.
- Anastásia espera! – Ele segura meu braço.
- Me larga! – Eu grito. – Acha mesmo que eu vou ficar dançando para você enquanto transa com outra mulher?
- Eu jamais pensei nisso...
- Tenho certeza de que pensa nisso cada vez que está com ela! – Pego meu sapato e atiro na direção dele. Estou com tanta raiva!
- Você está louca!
- Você se meteu com a garota errada, Cristian Grey!
- Porque invadiu o meu apartamento?
- Porque eu pensei que... Quer saber? Esquece, você tem outras coisas para se preocupar agora. Como sua namorada por exemplo.
- A relação que eu tenho com a Leila não passa nem perto de namoro, Anastásia. Se você não fosse tão teimosa e me deixasse explicar você entenderia melhor as coisas. Achei que tivesse lido o contrato, achei que tivesse entendido.
- Tem um contrato com ela? – Ele está com raiva.
- Sim, mas não tem nada haver com o seu contrato. Leila não tem mais nada haver comigo, Anastásia.
- Acho que sim, ela estava saindo do seu quarto! Quer saber, Cristian, eu estou indo embora.
-Você nem deveria ter vindo, Anastásia. – As palavras dele ferem o meu coração. Ele tem razão eu não deveria nem ter vindo.
Porque eu deveria ter raiva? Eu não tenho nada sério com ele, nós temos uma relação de negócios, apenas isso. Submissa? A palavra fica ecoando pela minha cabeça, eu quero saber quem é essa mulher.
Estou quase chegando no carro quando meu celular toca, meu antigo celular.
- Anastasia.
- Não acredito que está me ligando! O que você quer?
- Ainda estou furioso por ter invadido meu apartamento, mas acho que devo uma explicação. - Ele dando explicações?
- Talvez Leila precise mais da sua atenção.
- Não seja ridicula, Ana. Suba, eu quero falar com você no escritorio e dessa vez, sem sapatos. - A lembrança dele desviando do meu golpe me faz rir.
Enquanto subo pelo elevador novamente penso se ela ainda esta no apartamento. Assim que as portas se abrem ele ja esta me esperando.
- Primeira coisa, ela ainda esta aqui? - Ele sorri.
- Não, Anastasia. Ela já foi embora.
- Ótimo. - Vamos até o escritório. Ele fecha porta.
- Pronto, agora podemos falar.
- Quem é ela, Cristian?
- Conheci a Leila ja fazem dois anos. Desde então ela é a minha submissa.
- E o que ela faz? Arruma sua casa? Suas roupas? - Ele ri.
- Não, não é esse tipo de submissão.
- Eu não entendi.
- Relação Sexual, Anastasia. É somente isso que eu tenho com a Leila.
- Você só transa com ela?
- Eu não quero assustar você, então acho que isso ja é o suficiente.
- Relação contratual? - Eu pergunto.
- Sim. Depois que eu conheci você revisei os termos e...
- E? - Parece ser tão dificil para ele admitir.
- Resolvi terminar tudo com ela.
- Pelo jeito ela não quis, ainda estava aqui.
- Tem algum tempo que ela estava dando sinais de que não daria mais certo.
- Que tipos de sinais?
- Ela queria mais eu não.
- Porque tem medo de relacionamentos?
- Não viemos aqui para investigar a minha vida. O fato é que voce invadiu o meu apartamento. O que você queria? - Me sinto envergonhada.
- Eu não deveria ter vindo. Ver aquela mulher... Me deixou ainda pior.
- Ana, não... Você não pode.
- Do que esta falando?
- Não pode se apaixonar por mim. Não pode sentir nada por mim.
- Porque não? Porque você nao pode ter uma relação séria com alguem sem contrato?
- Porque eu jamais poderia retribuir. Eu não quero machucar você.
- Porque eu me separei é isso? - Ele ri. - Porque eu não sou boa o bastante?
- Não se trata disso, Ana. Olha, eu não quero magoar você, eu já disse. Quero muito que de certo. Então, tente não pensar em... amor.
- E ainda assim podemos fazer alguma coisa juntos? - Ele respira fundo.
- Um passo de cada vez. Esta exigindo demais de mim, Steele. - Pela primeira vez ele esta engraçado, agindo normalmente. - Acho que não seria ter alguma coisa com a minha prima, não é mesmo? - Droga! Pelo jeito ele já sabe da mentira.
- Admito, foi um golpe baixo. - Ele coloca a ponto dos dedos no queixo, assim como faz quando me observa. - Posso te fazer a ultima pergunta?
- Depende.
- Vou entender como um sim. Se você disse que depois que me conheceu resolveu terminar com a Leila, então quer dizer que me queria como... como uma submissa?
- Ana, não é tão facil como a palavra parecer ser.
- Acha que eu não aguento? - Ele ri.
- Não estou dizendo isso. Só acho que não seja com quem você deva se envolver agora.
- Então você não quer?
- Eu não disse que não quero. Só acho que as coisas devam permanecer assim, pelo menos por enquanto. - Por enquanto pode ser bom.
- Me mostre como é. Me mostre como é ser sua submissa, Senhor Grey.
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Jogo Perigoso
FanfictionAnastásia Steele é jovem, é bonita e tem muitos sonhos e planos. Casada com José Rodriguez, Anastásia tenta levar seu casamento da melhor maneira possível, porém esconde um grande segredo. Ao receber uma proposta um tanto quanto tentadora do milion...