Capítulo 10

1.8K 181 6
                                    

  Ele consegue me intimidar e me deixar com medo, mas mesmo assim, eu gosto de afronta-lo.
- Não vou descer do carro com essas algemas. - Ele pega meu braço e solta.
- Pronto, problema resolvido. - Ele desce do carro primeiro. Talvez essa seja uma oportunidade, eu posso sair com o carro dele, chegar até a casa da Kate, depois que eu já estiver lá dentro eu vejo o que posso fazer. Dou um salto para o banco do motorista. A chave ainda esta no contato, assim que ronco o motor ele olha para trás, esta pasmo. Nunca dirigi um audi, isso seria interessante.
- Desça desse carro agora! - Ele diz.
- É melhor você sair da frente.
- Aonde acha que vai com ele? Garanto que dentro de alguns segundos a policia chegaria até voce aonde quer que fosse.
- Voce nao faria isso!
- Tente. - Ele é desafiador. Droga! Eu não posso fazer isso. Como vou explicar o fato de estar em uma delegacia por furto? É melhor não. Desligo o carro e desço. Estou envergonhada por estar usando essa roupa, principalmente na frente dele.
- Não vou subir com você.
- Anastasia, deixe de bobagens!
- Não me chame de Anastasia! Voce nao tem intimidade comigo.
- Voce pode ir andando com as proprias pernas ou eu posso levar voce como eu fiz na boate, voce escolhe.
- Não se atreva a colocar as mãos em mim. - Ele vem em minha direção.
- Ok! - Eu grito. - Eu vou. - Ando devagar, cobrindo o maximo que posso de mim mesma.
Quando as portas do elevador se abrem eu fico completamente sem voz. Esse apartamento é maior do que qualquer outro que eu ja vi! É tudo tão clássico e bonito, ele é um admirador das artes com toda a certeza, e pelo que vejo toca piano.
- Entre, por favor. - Eu não consigo de deixar de pensar na maneira como ele me trouxe, como se eu fosse um animal ou seu bichinho, tudo isso me faz ficar com uma raiva enorme.
- Porque me trouxe aqui, Senhor Grey? - Ele me encara, com as mãos no bolso.
- Acha mesmo que pode sair por ai raptando as pessoas e achar que esta tudo bem? Sim, o que voce fez é considerado sequestro! Eu deveria ir a policia!
- É tavez voce devesse mesmo. - Ele diz com ironia. - Você é bem mal agradecida.
- Eu? - Estou rindo. - Voce me trouxe aqui contra a minha vontade, algemada e ainda acha que eu sou mal agradecida? Era só isso que faltava...
- Em primeiro lugar, se eu bem me lembro voce viria aqui por livre e espontanea vontade, se não fosse é claro, pelo seu subito ataque de raiva e descontrole no meio da rua. - Meu rosto esta ardendo de vergonha. - Segundo, as algemas foram para a minha propria segurança, a proposito eu deveria algemar seus pés tambem, só para garantir. - Ele disso isso pelo fato do carro.
- Não sei qual é o seu interesse.
- Eu tirei você daquele lugar antes que a policia invadisse. - Policia? Do que ele esta falando?
- O que?
- Isso mesmo. Eu fiquei sabendo que a policia iria estourar aquele lugar e como eu sabia que voce trabalhava lá, não quis deixar voce passar por isso. - Eu não poderia me sentir pior.
- Como? Isso não pode ser verdade, Brad nunca fez nada de ilegal. - Ele sorri.
- Aquele lugar estava cheio de irregularidades, o caso é um pouco mais burocrático, não vale a pena explicar.
- Você não tinha o direito!
- Porra! - Ele grita. - Você é muito confusa! Eu salvei a sua vida, livrei voce de um vechame e tambem livrei voce do fato de seu marido ficar sabendo e é assim que voce me agradece? - José! Meu Deus! Ele me mataria!
- Não sei a troco do que voce fez isso, mas... obrigada.
- Não por isso. Aceita beber alguma coisa?
- Uma taça de vinho. - Ele vai em direção a cozinha.
Enquanto ele pega a bebida eu circulo devagar pela sala, observando alguns de seus quadros.
- Gosta de arte? - Ele pergunta.
- Aprecio. - Ele me entrega a taça. Em nenhum momento ele tira os olhos de mim.
- Não entendo como voce ficou sabendo disso...
- Eu tenho meus meios, as conversas chegam.
- Brad... será que aconteceu alguma coisa?
- Eu acredito que ele terá que se explicar para a policia.
- Eu jamais poderia imaginar, ele sempre foi tão sincero sobre tudo...
- As pessoas nem sempre são o que parecem ser.
- Concordo. Senhor Grey, acho que já que estou aqui, voce poderia me falar sobre a proposta. - Ele sorri.
- Claro, se voce estiver disposta a falar sobre.
- Estou ouvindo.
- Podemos? - Ele aponta para o sofá. Timidamente caminho até uma das poltronas.
- Eu quero que você saiba que se nao concordar, eu vou entender perfeitamente.
- Eu não gosto muito de enrolação, Senhor Grey. Então...
- Bom, Senhorita Steele, eu quero que você dance para mim. - Fui pega de surpresa.
- Agora? - Eu pergunto.
- Quero que você dance somente para mim. Não todos os dias logicamente, somente nos dias em que for solicitada. - Estou pasma.
- Porque eu faria uma coisa dessas? - Ele não demonstra nada, apenas me encara, autoritário e deliciosamente sério.
- Para o meu prazer. - Estou rindo.
- Seu prazer? Deixa eu só esclarecer uma coisinha, Senhor Grey! Eu não sou nenhuma garota de programa!
- Acho que dançar não é a principal atividade de uma garota de programa. - Ele sempre me pega, e gosta de ser ironico pelo visto.
- Voce entendeu!
- Isso será estritamente profissional, eu posso garantir.
- Eu não entendo como isso pode ser profissional.
- É como eu disse, Anastasia. Você não precisa aceitar, se quiser ir embora eu vou entender perfeitamente.
- Eu sou casada, você sabe disso?
- Sim, mas eu só quero ajudar.
- Ajudar?
- Posso ajudar voce em alguma coisa que queira.
- Não preciso de ajuda nenhuma! - Ele respira fundo.
- É bem simples, voce pode ou não aceitar a escolha é sua. - Ele é louco, mais louco do que eu pensei que seria, mas eu estou com uma vontade louca de dizer que sim.
- Ok. - Eu digo. Puta merda! Pense antes de falar.
- Isso é um sim? - Ele pergunta.
- Acho que podemos tentar. - Merda! Eu nao posso fazer isso com o José seria humilhação demais, a não ser que... Não! Eu não posso fazer isso. - Olha, calma! Não vou poder responder agora. - Ele esta confuso.- Preciso pensar, Cristian.
- Eu entendo. Vou dar esse tempo.
- Ótimo.
- Eu posso ajudar você, Anastasia. - Ele diz assim que eu levanto, pretendo ir embora daqui o mais rapido possivel.
- Nao entendi. - Será que eu estou com cara de quem precisa de ajuda?
- Voce parece gostar do que faz e não teve uma oportunidade adequada para isso.
- A vida não é facil para todo mundo, Senhor Grey.
- Quer dizer alguma coisa, Senhorita Steele? - Ele esta disposto a me intimidar novamente.
- Voce provavelmente não sabe o que é ter uma vida dificil.
- Eu não diria isso se fosse você.
- Porque?
- Porque não me conhece, não sabe absolutamente nada sobre mim. Se tenho tudo isso é porque trabalhei e trabalho muito para conseguir.
- Desculpe... de verdade, me perdoe. Eu realmente não sei nada sobre você.
- Acho que ja esta na hora de você ir embora, vou pedir que Taylor leve voce. - Tudo isso para agora me expulsar simplismente? Acho que o ofendi, falei demais como sempre.
- O carro da minha amiga, ele...
- Taylor já levou até lá, e a essa altura ela ja sabe que voce esta aqui, então não se preocupe. Eu ligo dentro de alguns dias para saber a sua resposta. - Ele é tão frio. Será que sente algo por mim?
- Tudo bem, eu vou pensar. - Ele coloca seu casaco nas minhas costas.
- Não quero ser o motivo de uma gripe.
- Obrigada, eu devolvo amanha mesmo.
- Não se preocupe com isso.
Esse homem meche comigo. Não posso negar e nem posso esconder isso de mim mesma. Tudo o que eu queria agora era aceitar essa oportunidade, mas me parece errado, muito errado. 

Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora