Eu devo chama-lo? Não, eu não devo chama-lo. Por mais que eu o ame ele não tinha o direito de convidar a prima para ir a uma festa com ele. Quando me disse que tinha um compromisso de trabalho eu pensei que ele iria sozinho.
Hoje vou passar por uma sessão de quimioterapia. Faz algum tempo que não saio na rua e vejo pessoas. Digamos que a minha ultima experiência na rua não foi muito produtiva, principalmente depois do show que o Cristian fez questão de aprontar.
- Filha?
- Mãe? Pensei que estivesse no hotel.
- A enfermeira disse que eu poderia entrar antes da sessão. Eu tenho uma noticia.
- Qual?
- Aluguei um apartamento e vou ficar morando na cidade até que você esteja totalmente recuperada.
- Mãe, está falando sério? – Ela ri.
- Claro que eu estou falando sério! Porque eu iria brincar com isso?
- Você tem a sua vida, eu não quero te atrapalhar...
- Filha, a única coisa importante na minha vida é você.
- Pelo menos você estando aqui eu vou me distrair.
- Aconteceu alguma coisa?
- Eu e o Cristian terminamos.
- O que? – Ele está mais surpresa do que eu. – Porque Ana?
- Cristian deu uma crise de ciúmes mãe. Não tem mais como ficarmos junto, não dessa forma.
- Ciúmes? Ciúmes de quem?
- Doutor Steve!
- Eu tenho certeza de que as coisas vão se resolver.
- Eu já não tenho essa certeza. Cristian é muito impulsivo, muito dominador.
- Você também tem seus defeitos mocinha, não o julgue. Eu sei que não é bom pedir isso agora, mas você precisa focar no seu tratamento Ana.
- Eu sei disso e por mais que me doa, eu preciso pensar mais em mim agora do que nunca.
- Exatamente.
- Eu tenho uma noticia que você vai amar.
- Mais uma?
- Kate virá hoje.
- Isso é incrível, mãe. Estou morrendo de saudades dela.
- Ela estava ocupada com o trabalho, viajando, mas essa semana disse que reservou para vir te ver.
- Fico feliz que ela tenha conseguido esse tempo.
- Agora eu vou embora resolver algumas coisas e mais tarde eu volto, tudo bem?
- Obrigada por vir mãe.
- Eu sempre vou estar aqui querida.
Depois de uma hora na quimioterapia volto para o quarto. Sinto-me bem, estranhamente bem. Na ultima vez me sentia péssima, sem apetite, sem vontade de fazer nada. Hoje é diferente.
- Adivinha quem chegou?
- Kate! – Ela corre em minha direção e me abraça.
- Como é bom te ver Ana! Eu estava morrendo de saudade.
- Eu também estava!
- Como você está?
- Ah Kate, estou tentando ficar bem apesar de tudo.
- E o seu cavaleiro de armadura reluzente onde está?
- Eu e Cristian terminamos Kate.
- O que?
- Eu precisava tanto conversar com você...
- Pois eu estou bem aqui. Agora primeiro me conte como vai o caso do José.
- Depois que eu entrei no hospital eu fiquei meio sem saber de muita coisa. A última vez que eu e Cristian conversamos sobre isso ele me disse que tinha um suspeito, mas depois não soube mais nada.
- Eu entendo. Porque vocês terminaram Ana?
- Eu e Cristian somos muito diferentes Kate. Ele é muito... Possesivo. Eu não estou pronta para lidar com alguém assim agora.
- Você ainda gosta dele e alguma coisa me diz que tem algo incomodando você.
- Na verdade tem.
- Eu sabia.
- Uma prima do Cristian, ela chegou recentemente de viagem. Você acredita que ele já a convidou para sair com ele? Eu não acredito, eu realmente não acredito que ele tenha sido assim tão rápido.
- Deve ter algum motivo mais especifico para o termino que você não esta me contando. – Que insistência!
- Cristian tem ciúmes do médico que cuida do meu caso, um ciúme completamente sem fundamento.
- Sem nenhum fundamento?
- Eu sei o que você pensa quando faz essa cara Kate!
- Que cara?
- Essa cara!
- Ana, qual é, você sempre foi devagar para perceber quando os caras estavam a fim de você.
- Com licença. – Kate, por favor, não diga nada! Eu rezo. – Ana, eu passei apenas para saber como você está.
- Estou bem, essa é minha amiga Kate.
- Muito prazer, Kate. Sou o doutor Steve.
- O prazer é meu doutor.
- Ana, se precisar de alguma coisa pode me chamar. – Parece que ele esqueceu o ultimo episódio.
- Obrigada.
- Vou deixar vocês conversarem. –Ela está rindo.
- O que foi Kate?
- Agora eu já sei o motivo real.
- Não seja ridícula...
- Está vendo, eu disse que você não consegue perceber. Esse cara está muito a fim de você.
Você sabe que eu sou expert para notar esse tipo de coisa. Diga-me o que tem a priminha do Grey.
- Ele tem um evento de negócios hoje e adivinha? Chamou-a para ir com ele.
- Eu jamais deixaria isso acontecer.
- E como você espera que eu impeça isso?
- Qual é Ana? Tá na cara que essa moça estava só esperando a oportunidade certa. Um homem como ele não se encontra em todo lugar e ela sendo prima é claro que seria a primeira a aproveitar. Desculpe-me, mas terminando com ele você deixou a porta aberta. – Um nó toma conta da minha garganta. Só de pensar naquela mulher o beijando, dançando com ele...
- Eu vou até lá.
- O que? O que você disse?
- Eu vou até lá Kate! Eu não vou deixa-lo levar essa mulher em festa nenhuma.
- Ana, você não pode sair... – Enquanto ela fala eu vou me vestindo.
- Você vai me ajudar, precisa me ajudar.
- Ana se acalme.
- Acalmar? Não eu não quero me acalmar! Ele está lá com ela, beijando, abraçando e eu estou aqui parada. – É como seu eu tivesse acordado.
- Ana, calma! Eu posso estar cometendo o maior erro da minha vida em te ajudar, mas eu farei.
- Anastásia, com licença. – Droga! É a enfermeira.
- Você está com frio? Eu posso pegar mais cobertores...
- Na verdade ela está ótima. Enfermeira por um acaso você viu minha amiga Pan? Ela veio comigo e eu não a vi mais. – Pan? Quem é Pan?
- Não eu não vi me desculpe. Eu só vim ver como a Senhorita Steele está.
- Eu estou bem, ótima.
- Então nesse caso eu volto depois, com licença.
- Pan? Quem é Pan, Kate?
- É a forma como você vai sair daqui. Tome, use a minha blusa e coloque essa touca. Eu tenho um óculo escuro na bolsa.
- Você por um acaso tem um kit de fuga na sua bolsa? – Ela ri.
- Para todos os casos você é a minha amiga Pan e desse jeito ninguém vai te reconhecer. Agora, por favor, me diga que tem um plano.
- Não, não pensei nisso.
- Como assim Ana? Quer saber, deixa pra lá. O improviso é melhor. Está pronta?
- Sim, acho que sim.
- Ótimo.
Ela abre a porta e me empurra para fora. Meu coração está disparado, mas a principio eu sou só mais uma.
- Voltamos mais tarde Ana, fique bem. – A atuação dela me impressiona.
- Você com toda a certeza poderia atuar em alguma novela.
- Claro, vou pensar nisso agora vamos! – Depois de passar pelo doutor Steve sem nenhum problema e pelas enfermeiras que já me conhecem, eu fico mais tranquila. Disfarce perfeito.
- Nem acredito que eu realmente te tirei desse hospital. – Estamos rindo.
- Kate, eu realmente me sinto muito bem.
- Ana, tem certeza? Eu fiz isso em prol do amor.
- Claro, eu sei. Agora vamos, preciso chegar ao apartamento do Cristian.
- Como você vai entrar?
- Não sei Kate, eu só vou saber disso quando eu chegar lá. Eu nem sei como vou chegar até lá em cima.
- Eu vou ficar esperando você, qualquer problema me avise, por favor.
- Eu ligo para o seu celular. O que me preocupe é que logo o hospital vai sentir minha falta e se me ligarem para ele?
- Não vai Ana. Antes de ligarem você já vai ter falado com ele.Chego em frente ao prédio e realmente estou apavorada. Não sei o que vou dizer a ele e nem sei se vou ter coragem de dizer depois de ter recusado o pedido de casamento.
- Senhorita Steele?
- Taylor. – Eu sussurro. – Sou eu, Cristian está ai?
- Senhorita, o que faz aqui? Não estava no hospital?
- Taylor, eu realmente preciso saber se o Cristian está ai.
- Sim, o Senhor Grey ainda não saiu. Ele está esperando a Senhorita Olivia.
- Eu vou subir.
- Senhorita, eu preciso anunciar...
- Taylor, você gosta de mim?
- Sim, Senhorita.
- Ótimo, então me deixe subir e evitar uma tragédia. – Passo por ele sem nem mesmo pensar. Enquanto o elevador sobe eu sinto meu coração batendo na garganta. Pense Anastásia, pense no que você vai dizer. As portas se abrem e eu estou completamente vulnerável. Devo apertar o botão para voltar? Por favor, não seja covarde.
- Sim, eu já estou quase saindo... – Eu escuto a sua voz. Conforme vou me aproximando da porta eu o vejo. Meu Deus, ele está lindo. Não sei se ele deveria ser tão lindo assim, é um insulto. – Só estou esperando a Olivia chegar.
- Você não pode ir com ela Cristian. – Sou eu. Apenas eu e ele. Agora não tenho mais para onde correr.
- Anastásia? – Ele desliga o celular.
- Você não pode levar aquela mulher para nenhum lugar Cristian.
- Anastásia, o que você está fazendo aqui?
- Eu vim por que... Porque eu não podia deixar você ir com ela.
- Você deveria estar no hospital Anastásia! Como chegou até aqui?
- Cristian? – Essa mulher quer mesmo estar aqui agora. – Anastásia? O que você está fazendo aqui?
- O que você faz aqui!
- Eu vou à festa com o Cristian, você não deveria estar no hospital? – Porque todo mundo me faz essa pergunta?
- Anastásia, eu vou levar você ao hospital. – É isso mesmo? Ele quer me dispensar para ficar com ela?
- Eu não vou sair daqui.
- Tudo bem, então você pode ficar aqui. Fique a vontade. – Ela gruda no braço dele. Eu não posso perdê-lo. Estou perdida em desespero.
- Case comigo. – As palavras saem da minha boca antes mesmo que eu possa raciocinar. Ele para e fica olhando fixamente para mim. – Se você não me ama e realmente quer passar a noite com ela tudo bem, eu vou entender. Mas se você ainda sente alguma coisa por mim, por favor, eu peço que fique.
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Jogo Perigoso
FanfictionAnastásia Steele é jovem, é bonita e tem muitos sonhos e planos. Casada com José Rodriguez, Anastásia tenta levar seu casamento da melhor maneira possível, porém esconde um grande segredo. Ao receber uma proposta um tanto quanto tentadora do milion...