Eu não iria conseguir falar com o Eric, não naquele momento então fiquei o dia todo em casa, minha mãe havia estranhado minha atitude de estar quieto o dia todo, mas eu não estava a fim de fazer nada naquele dia.
Quando deu seis horas da tarde recebi uma ligação, o indicador de chamada denunciava quem era: Lais.
Henry: Alo.
"Alo, então eu só liguei para saber se você ta vivo e se ainda se lembra da minha existência."
Henry: É claro que sim, e isso foi uma resposta para as duas duvidas.
"A que bom saber, enfim então será que poderia me contar o que aconteceu entre vocês dois."- ela disse com firmeza, como se me acusasse de alguma coisa.
Henry: O que você ja está sabendo?
"Até agora de nada, Eric me ligou dizendo que precisava beber e me pediu para levar umas garrafas de vodca na casa dele, então tive um pressentimento de que havia acontecido algo entre vocês dois."
Henry: Bem, como sempre sua intuição esta certa, realmente aconteceu algo entre nós dois mas eu não pretendo contar.
"O que? Porque não?"
Henry: Por que não é um assunto só meu entende, eu não tenho o direito de falar sobre a vida de outra pessoa, da mesma maneira que você conservou o segredo dele eu também tenho que conservar.
"Isso é louvável da sua parte, mas e se ele pensar a mesma coisa? Como é que eu vou saber da história."
Henry: Diga para ele que eu não me importo se ele contar, pode dizer.
"Tudo bem, se está dizendo."
Henry: Tenho que desligar, me ligue quando quiser.
"Obrigada, fique bem ok."
Henry: Obrigado.
Desliguei o telefone e voltei a me deitar na cama, eu não sabia o que iria fazer para arrumar aquela situação mas precisava encontrar uma solução e rápido.
Eu com certeza não iria falar com ele, pelo menos não agora, era arriscado e com certeza isso iria resultar em algo que eu estava tentando evitar no momento, eu sabia que tinha gostado e sabia que iria querer de novo se visse ele na minha frente, se eu olhasse para aquela boca próxima da minha mais uma vez eu não resistiria e se isso continuasse nossos pais poderiam descobrir.
Eu sei que estava sendo injusto com ele, eu sei que deveria falar para ele o que estava em minha cabeça, mas como?
O sono começou a me invadir e aos poucos meus olhos foram se fechando até eu dormir.
...
Acordei com o coração na mão, eu havia sonhado com um menininho perdido e machucado, eu tinha certeza de quem era, Pietro.
Eu sabia que tinha sido um sonho mas meu carinho pelo garoto gritou mais alto, haviam se passado dias desde a primeira vez que fui ao Facc, eu estava disposto a ir até lá mais uma vez.
Me levantei as pressas e me arrumei para ir a fundação, eu não avisei ninguém apenas deixei um pequeno bilhete aonde apenas a minha mãe encontraria, na bolsa dela, nele estava escrito:
Mãe, sei que não vai acreditar mas fui ao Facc, volto logo.
Peguei as chaves do carro e quando estava para ir até a saída me recordei que tinha bastante dinheiro guardado, eu deixava um dinheirinho escondido para caso precisasse, fui até meu quarto pega-lo e após guardá-lo em minha carteira sai, entrando no carro e indo em direção a Facc, porém no caminho me lembrei de outra coisa, mais especificamente uma pessoa, Bruna.
"Quer saber, foda-se ela" eu não sabia o motivo mas estava óbvio que ela não gostava de mim e eu não escondo que também não gostava dela.
Cheguei ao local rapidamente, estacionei e fui em direção a porta entrando na recepção do lugar, para minha felicidade não era ela quem estava lá.
"Olá, no que posso ajudar"
Henry: Eu vim visitar as crianças, também vim trazer uma doação a fundação.
"Oh isso é ótimo, você pode doar qualquer valor que quiser, afinal toda quantia é de grande ajuda, você pode por nesta caixa" ela disse mostrando uma caixa grande prateada com apenas um pequeno furo em cima e fechada com um cadeado.
Peguei minha carteira retirando todo o dinheiro que eu havia pego e comecei a colocar na caixa contando a quantia ao mesmo tempo.
Henry: Deu até que bastante - falei para mim mesmo - bem eu vou ir até a sala aonde as crianças brincam se não se importar. - disse me virando para a moça que estava me atendendo.
"Mas é claro, fique a vontade"
Entrei na sala e comecei a procurar o Pietro no meio das crianças, o encontrei um tempo depois, sentado com a mesma boneca de antes brincando com um menino que estava com um boneco de super herói nas mãos.
Me aproximei, ao me ver Pietro veio correndo gritando meu apelido, o que me fez ficar admirado por ele lembrar, e parou na minha frente com os olhinhos enormes me encarando.
Pietro: Veio brincar comigo?
Henry: É claro que vim, mas me conta você está se dando bem com os outros?
Pietro: Sim
Henry: E quem é seu novo amigo?
Ele olhou para o garoto que estava sentado nos encarando e se virou de volta para mim.
Pietro: Tomas, ele gosta da Ana.
Henry: Que bom que ele gostou dela. - me aproximei cumprimentando Tomas, ele era da mesma altura que Pietro e provavelmente da mesma idade, de uma pele morena linda e olhos bem escuros.
Ele aceitou meu cumprimento com um sorriso, era uma criança bem extrovertida, em questão de segundos havia me feito sentar junto deles e entrar na brincadeira, eu estava vendo o sorriso de Pietro pela primeira vez, e me senti em paz com isso.
Narrado por Eric
AgoraEu havia acabado de sair da casa da Lais, não havia bebido como estava pretendendo quando sai de casa, ela não me deixou beber nenhuma gota de álcool, havia me dito que tinha conversado com Henrique e que ele havia dado permissão para que eu contasse o que havia acontecido se eu quisesse, eu não estava conseguindo entender o que estava se passando na cabeça dele.
Lais havia me dito que ele provavelmente está muito confuso afinal é tudo novo pra ele, mas ele não respondeu nenhuma das mensagem que mandei, seu celular sempre cai na caixa postal e ele não estava em sua casa quando fui atrás dele, estava me sentindo um babaca.
Entrei no carro e fui em direção ao único lugar que poderia tirar aqueles sentimentos ruins, eu estava indo brincar com as minhas crianças preciosas.
Entrei cumprimentando Rebeca que estava na recepção, porém antes de passar pela porta até a sala das crianças ela me chamou.
Rebeca: Eric, um rapaz chegou agora a pouco, ele disse que queria brincar com as crianças e doou uma grande quantia em dinheiro, mas eu nunca o vi por aqui.
Eric: Ele disse o nome?
Rebeca: Não, mas ele está lá dentro.
Acenei com a cabeça e abri um pouco a porta para ver quem estava lá, não pude segurar o choque que senti ao ver ele sentado em um puff com um monte de crianças ao redor contando histórias de contos de fadas.
Henrique...
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Laços De Paixão (Romance gay)
RomanceHenrique Prado mais conhecido como Henry, tem como melhor amigo Tales o filho caçula dos Delavie uma das famílias mais ricas de São Paulo. Quando Tales vai embora Henry fica muito mal e acaba se aproximando mais do filho mais velho dos Delavie, Eric...