Estávamos cansados então Eric decidiu fazer uma parada na praia, ele estacionou o carro e eu sai pisando na areia, estava de noite e a lua refletia seu brilho nas águas, era mais uma cena linda que eu via junto dele.
Andei um pouco para perto do mar e me sentei, as ondas traziam a água em meus pés, Eric se aproximou de mim e se sentou ao meu lado.
Eric: Se arrepende?
Eu o encarei, não estava entendendo do que ele estava falando.
Henry: Do que eu me arrependeria?
Ele virou o rosto encarando o reflexo da lua na água.
Eric: Se arrepende de ter ido atrás de mim depois de eu ter dito que iria fazer qualquer coisa pra te esquecer?
Henry: Claro que não... - Eu segurei o rosto dele o virando e fazendo com que me olhasse - eu estava preocupado com a possibilidade de seu pai descobrir, claro que estava, e ele ter descoberto foi uma total falta de sorte, mas eu sei que se eu não fosse atrás de você eu estaria muito mal.
Eric: Porém agora você está tendo que fugir do meu pai junto comigo.
Henry: Eu não me importo de fugir, eu juro que estou bem, não me arrependo nenhum pouco.
Ele voltou a se virar para frente.
Henry: Isso vai passar logo, fique calmo, a gente consegue lidar com isso.
Eric: Ainda não sabemos como os seus pais vão reagir, ou já reagiram caso meu pai tenha dito a eles.
Henry: Se ele ja tivesse dito eu provavelmente estaria sabendo, minha mãe me ligaria ou mandaria mensagem na hora pra mim ou pra você ,aliás eu ainda não sei como ela não me ligou para falar do meu sumiço repentino.
Eric: Eu também não, toda vez que você da problema ou não volta pra sua casa ela liga pra todo mundo atrás de você. - ele disse rindo e se lembrando das vezes em que minha mãe ligou para a casa dele perguntando aonde eu e Tales estávamos.
Henry: Pois é, ela é uma mãe coruja afinal - também ri baixinho olhando para a areia.
Eric: Ela te ama, você sabe.
Henry: É... eu sei, também a amo.
Ficamos em silêncio por um tempo até Eric me olhar.
Eric: Bem... acho melhor irmos até o hotel, estou ficando com sono.
Henry: Concordo - eu disse me levantando e estendendo a mão para ajuda-lo - vamos.
Voltamos para o carro, dessa vez fui eu quem dirigi.
...
Rodamos muito até chegarmos ao tal hotel que ele havia mencionado, ele era pequeno porém era ajeitado, entramos e fomos até a recepção, a recepcionista estava sentada mexendo no celular.
"Posso ajudar?"- ela perguntou sem tirar os olhos do aparelho.
Eric: Queremos um quarto, um simples.
"Quantos dias?" - ainda mexia no celular, nem sequer olhou para cima.
Eric: Uma semana, aceita cartão?
"Você nem vai perguntar quanto custa..."- ela disse finalmente olhando para cima e arregalando os olhos - "meu Deus se eu soubesse teria olhado antes"
Eric: O que foi?
"Nada"- ela disse ajeitando o cabelo e abrindo um sorriso em direção ao Eric- "aceitamos cartão sim" - ele então pegou o cartão e entregou a ela.
Eu a encarei, era normal que estivesse se jogando pra cima do Eric, ele era lindo, mas vê-lo sorrir de volta me corroeu.
Eric: Obrigado. - ele disse guardando o cartão novamente.
Fomos até as escadas, os elevadores não estavam funcionando, subimos e procuramos pelo quarto marcado na chave:
"127"
Eu ainda estava de cara fechada, Eric havia notado porém ainda não havia dito nada.
Achamos o quarto e ele abriu a porta, jogou a mochila para dentro e esperou que eu entrasse para voltar a fechar o quarto.
Havia apenas uma cama de casal, uma pequena cozinha e uma porta que provavelmente era o banheiro.
Eric se sentou na cama e acenou para que eu me sentasse ao seu lado.
Eric: O que houve? Não gostou do lugar?
Henry: Não.. Não é isso.
Eric: Então o que é? Pode me dizer.
Henry: Não é nada Eric, você não tem culpa afinal.
Ele me olhou sério, parecia estar pensando no que havia acontecido até ali e pareceu se lembrar.
Eric: Pera... Não...
Henry: O que é? - eu disse me deitando na cama.
Ele se virou me encarando, soltou um sorriso e se deitou devagar por cima de mim prendendo minhas mãos juntas em cima da minha cabeça.
Eric: Henrique, você está com ciúmes?
Henry: Da onde tirou essa besteira? Ande logo e me solte.
Eric: Não vou soltar até você admitir que essa sua cara emburrada é ciúmes da atendente.
Henry: Você gosta disso não é? - eu estava completamente bravo por ele estar sorrindo daquele jeito.
Eric: Não vou mentir, te ver com ciúmes me agrada demais... - ele disse mais sério e foi se inclinando mais para perto me dando um selinho.- mas se eu fiz algo você deveria me dizer. - suas mãos ainda prendiam as minhas.
Henry: Porque sorriu daquele jeito?
Eric: De que jeito?
Henry: De um jeito tão amistoso quando ela começou a se atirar em você?
Eric: Eu só sorri do mesmo jeito que sempre faço, apenas fui simpático.
Henry: Então sempre sorri assim para os outros?
Ele começou a rir, aquele riso era definitivamente perfeito, porém naquele momento só me irritava mais ainda.
Eric: Não sabia que era tão ciumento.
Henry: Você é realmente insuportável.
Eric: Meu deus do céu, eu realmente estava estranhando mesmo essa sua fofura toda, mas você tem sempre que mandar algo pra estragar. - ele disse rindo ainda mais.
Eu fechei a cara.
Henry: Eu estou falando sério, pare de rir.
Eric: Então pare de ser ciumento.
Henry: Eu não sou ciumento, aliás não temos nada pra eu ter ciúmes de você.
Ele parou de rir, tenho certeza de que estava me analisando mentalmente.
Eric: Eu achava que termos dormido juntos ja era alguma coisa mas se esse é o caso - ele disse levantando e estendendo a mão para que eu levantasse também, eu a aceitei - que tal se tivermos alguma coisa?
Henry: O que quer dizer com "termos alguma coisa"?
Eric: Eu queria que fosse mais romântico mas ja que as circunstâncias não estão colaborado.
Ele segurou minha cintura e sussurrou em meu ouvido.
Eric: Quer namorar comigo Henrique?
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Laços De Paixão (Romance gay)
RomanceHenrique Prado mais conhecido como Henry, tem como melhor amigo Tales o filho caçula dos Delavie uma das famílias mais ricas de São Paulo. Quando Tales vai embora Henry fica muito mal e acaba se aproximando mais do filho mais velho dos Delavie, Eric...