Ele me olhava inconformado, eu sabia que estava sendo injusto ao dizer aquilo, ouvi sua voz saindo baixa e rouca.
Eric: Você acha que foi fácil pra mim? Acha mesmo que está sendo tão fácil? Advinha, eu sofri tanto quanto você está sofrendo mas com o tempo aprendi uma coisa, que eu tenho que pensar em minha felicidade antes de pensar na dos outros, foda-se o que meu pai ou as outras pessoas vão pensar, eu vou ser da maneira que eu sou eles aceitando ou não.
Meu coração se apertou, não pensei no que ele havia passado antes de falar tudo aquilo, não era só eu que passava por dificuldades afinal.
Henry: Desculpa Eric, eu sei que deve ter passado por um momento difícil também, sinto muito, não pensei antes de falar.
Eric: Isso não tem importância agora, eu só quero que você saiba que eu não vou esquecer tão facilmente do dia em que te beijei e muito menos de quando se entregou pra mim assim como eu me entreguei a você. - ele disse chegando mais perto, seu rosto ficando próximo ao meu e me fazendo esperar pela chegada de seus lábios, porém eles não vieram - Mas eu vou fazer o que estiver ao meu alcance para conseguir te esquecer, mesmo que demore. - ele se virou e foi embora.
Eu tinha feito merda e sabia muito bem disso, a vontade de chorar surgiu, porém consegui controlar, entrei no carro mais uma vez e fui até minha casa.
...
Chegando lá encontrei minha mãe parada na entrada, ela estava séria, parecia preocupada.
Henry: Oi mãe - disse beijando sua testa - o que houve?
Mônica: Seu pai teve que viajar de novo, ele foi para Salvador, parece que esta com problemas na empresa.
Henry: Ele vai ficar muitos dias lá?
Mônica: Alguns, ele não sabe ao certo quantos.
Entendi o porque da minha mãe estar com aquela cara, ela sempre ficava assim quando meu pai fazia uma viagem sem saber quantos dias ficaria fora.
Dei um beijo em sua testa a abraçando e disse que iria para o meu quarto.
Me deitei olhando para o teto refletindo na merda que fiz e acabei me lembrando do que Lais havia me dito, ele se encontraria hoje com Bruna e havia acabado de me dizer que faria o que pudesse para me esquecer.
Eu sabia que eu não queria que aquilo acontecesse, mas não sabia se seria uma boa ideia tentar arrumar as coisas, era bem possível que eu acabasse piorando elas ainda mais. Meu celular vibrou no bolso, era uma mensagem da Lais.
Lais: Agora são exatamente Três horas da tarde, seu tempo está acabando bebê.
Eu olhei para o relógio, eram realmente três em ponto, talvez eu não devesse para-lo, mas sabia que me arrependeria depois, e mais uma vez eu estava sendo covarde.
"Droga" me levantei da cama e com a mesma pressa em que eu cheguei eu sai de casa, passei por minha mãe dizendo que iria cuidar de uns assuntos porém que voltaria logo, novamente peguei o carro e fui atrás do Eric.
Ta eu sei que você deve estar pensando que sou Bipolar e eu realmente devo ser, mas a situação realmente não é nada fácil, eu estava arriscando não só minha pele como principalmente a do Eric, o pai dele o mataria se soubesse que ele é Bi.
Eu cheguei na casa dele passando pelos seguranças no portão e sem ao menos bater tentei abrir a maçaneta da porta de entrada que para minha surpresa estava aberta, entrei e comecei a procura-lo, não levou muito tempo para o encontrar na cozinha.
Ele estava lá parado de costas para mim na frente da mesma bancada aonde nos beijamos pela primeira vez, estava lindo, arrumado, cabelos um pouco arrepiados e desgranhados, mesmo de longe conseguia sentir seu cheiro espalhado por todos os lados, escutava musica alta em seu celular, cantava baixinho enquanto fazia um sanduíche, eu estava sem coragem para me aproximar dele, porém em pouco tempo ele se virou de frente me vendo.
Eric: O que faz aqui?
Henry: Vim falar com você, dessa vez é sério.
Eric: Da outra era brincadeira?
Henry: Eric por favor, me esculta.
Ele desligou o celular, se sentou na cadeira perto da bancada deixando o prato de lado e apontando para a cadeira ao lado dele para que eu me sentasse.
Eric: Diga.
Henry: Eu fui um babaca.
Eric: Sim você foi.
Henry: Eu deveria ter respondido suas mensagens e conversado com você, eu fui injusto em achar que só eu estava confuso, sinto muito.
Ele olhou em meus olhos e esperou que eu continuasse sem dizer nenhuma palavra.
Henry: Não consegui tirar você da cabeça esses dias, eu quis me afastar com o intuito de tentar esquecer o que aconteceu, mas aquilo me perseguia, eu fui covarde.
Eric: Olha henry eu entendo, mas você também tem que me entender, me magoou demais saber que você estava fugindo.- Eric disse cabisbaixo
Senti uma vontade imensa de abraça-lo porém o medo de ser rejeitado me impediu.
Henry: Eu fiquei com medo do que ia acontecer depois, fiquei com medo de nossos pais descobrirem, eu não sei como meu pai reagiria, mas tenho certeza que o seu te tiraria de casa sem pensar duas vezes, ou faria algo pior e você sabe.
Eric sustentou o olhar no meu, e vendo que eu realmente falava sério sobre esse ser o motivo do meu afastamento seu corpo antes rígido começou a relaxar.
Eric: Achei que estivesse arrependido.
Henry: Um pouco assustado, mas não arrependido, jamais me arrependeria de ter ficado com você.
Ele me encarou e vi seu olhar voltar a ter o brilho de sempre, ele se levantou da cadeira se encostando na bancada a frente e estendendo uma mão para mim.
Eu a aceitei e ele me puxou em sua direção me fazendo levantar também e grudando nossos corpos um no outro.
Eric: Então me diz, qual é a finalidade de você ter vindo até aqui e me dito tudo isso?
Henry: Eu.. eu..
Ele segurou minha cintura com uma das mãos enquanto a outra fez um pequeno carinho em meu rosto.
Eric: Sabe que pode me dizer.
Henry: Eu acho que senti ciúmes.. Lais me disse que você voltou a sair com Bruna com o intuito de me esquecer e eu me senti estranho, fiquei mal e percebi que estava fazendo merda.
Eric: Estava com ciúmes é? - Ele disse com um sorrisinho de lado, olhando entre meus olhos e minha boca.
Henry: Talvez, eu não sei o que senti.
Eric saiu da bancada me virando para que, como dá primeira vez em que nos beijamos, eu ficasse encostado nela.
Eric: Eu não vou tomar atitude nenhuma se você não tomar primeiro. - falou aproximando seus lábios dos meus porém sem encostar.
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Laços De Paixão (Romance gay)
Lãng mạnHenrique Prado mais conhecido como Henry, tem como melhor amigo Tales o filho caçula dos Delavie uma das famílias mais ricas de São Paulo. Quando Tales vai embora Henry fica muito mal e acaba se aproximando mais do filho mais velho dos Delavie, Eric...