Okay... eu não deveria ter aberto aquela porta não deveria mesmo, minha curiosidade é definitivamente meu maior defeito - pensava enquanto estava no banheiro.
Aquilo não estava saindo da minha cabeça, eu não parava de pensar em como me senti, acho que estava doente... Não, não, era a bebida, só podia ser a bebida.
Quando abri aquela porta e olhei para aquela cena, eu não consegui evitar, eu não consegui tirar os olhos... MEU DEUS EU NÃO ESTOU BEM.
"Você não conseguiu tirar os olhos do que?" Você deve estar se perguntando.
Não, eu não olhei para os cabelos loiros da mulher, ou para as curvas dela, eu não olhei para nada dela, poderia ter olhado até para a porra dos pés dela, mas não, a minha mente bugada decidiu prestar atenção no cara, nas costas largas dele, nos braços definidos, no gemido rouco e sexy..... PERA O QUE? NÃO FODE COMIGO MENTE.
Eu preciso sair daqui, minha vontade de mijar até passou.
Abri a porta do banheiro e, quando saio, dou de frente com o cara já arrumado saindo do quarto e a loira com o cabelo todo bagunçado saindo atrás dele. Eu conhecia aquele cara, e conhecia muito bem, mais uma vez não consegui acreditar em como o universo tinha o prazer de me trolar.
Eric: Henry? Oi, não sabia que estava aqui.
Henry: Eu também não sabia que estava ai, o banheiro la de baixo estava cheio e a Lais me mandou subir para usar esse, eu só vim no banheiro mesmo, só isso, enfim to descendo.- Puta que pariu se controla Henrique.
Desci a escada quase correndo e fui atrás de Tales, acho que o efeito da bebida decidiu desaparecer. Achei ele no mesmo lugar onde estava quando eu havia saído, sentei do lado dele e disse que não estava passando muito bem, ele já tava muito bêbado e disse para mim tomar mais uma que logo ia passar.
Eu sabia que se eu fosse embora ia deixar mais na cara do que já havia deixado, então pedi mais três copos daquela bebida ao Pedro.
Pedro: Eita, o que houve?
Henry: Acho que sou forte pra álcool, porque aqueles dois copos não fizeram efeito não.
Pedro: Hahaha pode deixar que trago mais.
Ele me entregou os três copos cheios e bebi um atrás do outro, depois de uma meia hora estava no meio do pessoal da pista, dançando com uma mulher que não faço ideia de quem era, ou da onde surgiu, também não fazia ideia de onde estava minha camisa.
De repente sinto uma mão me puxando até o canto, e vejo Tales sentado quase desmaiando.
Eric: Hora de ir, e eu dirijo, obviamente. Tales aonde está a chave do seu carro?
Tales a pegou no bolso e estendeu o braço com uma dificuldade extrema a Eric que a pegou.
Eric: Vamos no seu carro, amanhã a Lais leva o meu pra casa.
Ele me largou, ja que eu estava conseguindo andar, e pegou Tales no colo. Fomos até o carro aonde Eric colocou o irmão estirado no banco de trás e eu fui ao seu lado no banco da frente.
Enquanto Eric dava a partida eu não parava de falar, falava de tudo mesmo, e não lembro nem da metade do que foi esse tudo. Eric respondia na maior paciência e até ria do meu estado.
Chegamos na casa deles e ele puxou o irmão ao colo de novo para levá-lo pra dentro... isso é tudo que me lembro, ou talvez eu tenha sonhado, não tenho certeza.
........
Acordei com uma ressaca desgraçada, e o barulho da casa estava terminando de explodi-la. Levantei, me olhei no espelho e vi o estrago que minha cara estava, me arrumei e desci as escadas, indo em direção a fonte de barulho que vinha da cozinha.
Quando entrei no cômodo, vi Eric de costas esquentando algo no micro-ondas enquanto cantava ao som de arctic monkeys que tocava no estéreo em cima da bancada, fui até ele e cutuquei seu ombro para que me olhasse.
Eric: Bom dia, deve estar com muita ressaca, tem remédios em cima da bancada. - ele disse, abaixando a musica e logo em seguida me examinando.
Henry: Obrigado, onde está todo mundo?
Ele ficou um pouco quieto e pensativo até me responder.
Eric: Meu pai levou Tales para se despedir dos amigos da empresa dele.
Henry: ...Como assim?
Ele me olhou com receio, quase que com medo da minha reação.
Eric: Meu pai chegou em casa depois da viagem ontem a noite e viu Tales cambaleando até o banheiro, claro que ele notou que Tales estava bêbado e o chamou de irresponsável, começou a xinga-lo e disse que o único jeito dele tomar juízo era indo pro Rio o mais rápido possível.
Eu fiquei um tempo analisando o que ele havia dito, então notei que não ia ter tanto tempo quanto pensava pra ir me despedindo de Tales.
Henry: Porra... que merda.
Eric: Meu pai prometeu para o Tales que ia trazer ele aqui de novo para se despedir da gente, tanto é que as malas ainda estão aqui.
Então era sério, Tales ia mesmo embora mais cedo do que pensávamos.
Henry: Bem pelo menos vou poder me despedir.
Nessa hora o micro-ondas apitou avisando que a comida estava pronta, Eric se levantou e foi buscar, tirando de dentro um prato de macarrão com queijo e me oferecendo, estava morrendo de fome então aceitei na mesma hora. Ele dividiu em dois pratos e me entregou um deles.
Eric: Espero que eles cheguem antes de eu sair.
Henry: Aonde vai? - Perguntei sem antes pensar que estava me intrometendo em algo que não me diz respeito em nada.
Eric: Vou ir visitar a Facc e dar uma ajuda a eles.
A Facc era a Fundação de Ajuda a Crianças Carentes que a Carla, mãe de Tales e Eric ajudava, nunca tinha ido até lá, mas minha mãe ja tinha me contado muito sobre o lugar, já que ia junto com a Carla dar uma força ao projeto. Já o meu pai e Enzo Delavie, pai dos dois, achavam uma perda de tempo, algo sem sentido.
Henry: Não sabia que estava ajudando.
Eric: É.. quando minha mãe morreu decidi continuar com o que ela havia me ensinado, ajudar os outros.
Era a primeira vez que via Eric falar de algo tão pessoal, estava curioso pra descobrir o motivo dos olhos dele estarem brilhando naquele momento.
Henry: Nunca fui lá.
Eric: Sério? Mas Mônica vivia indo ajudar junto com a minha mãe.
Henry: Sim, mas meu pai não deixava ela me levar, ele preferia que eu ficasse com ele jogando futebol.
Eric: Ah já entendi. - Ele disse e mais uma vez estava pensativo.
De repente ele segurou de leve no meu ombro me fazendo olhar pra ele, seus olhos brilhavam de maneira estranha.
Eric: Que tal se fizermos algo juntos, só nós dois?
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Laços De Paixão (Romance gay)
Storie d'amoreHenrique Prado mais conhecido como Henry, tem como melhor amigo Tales o filho caçula dos Delavie uma das famílias mais ricas de São Paulo. Quando Tales vai embora Henry fica muito mal e acaba se aproximando mais do filho mais velho dos Delavie, Eric...