Três

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Sem revisão, desculpa!

Da minha carteira no fundo da sala eu observei as pessoas entrarem, enquanto perguntava-me se a vida não havia sido legal com eles, ou se eles não souberam aproveitar o bom humor da vida.

Desviei meus olhos para a paisagem triste e cinza lá fora e quase ri ao notar o quanto tudo aquilo era patético. Ou talvez eu tenha realmente rido.

—Me disseram para ficar longe dos malucos, mas não parece que você vai me esquartejar enquanto durmo.— uma voz rouca, puxou minha atenção de volta para a sala que agora parecia cheia.

—Não diria esquartejar, mas talvez eu te sufoque com seu travesseiro enquanto você dorme.— sorri e ele se sentou ao meu lado.

—Desde que eu fique inteiro para que contemplem minha beleza, não vejo problemas.— disse jogando um caderno sobre a mesa.

Revirei os olhos percebendo que ele não sairia.

—Você não tem mais ninguém para irritar?— perguntei quando ele começou a rabiscar uma folha do meu caderno.

—Tenho um melhor amigo, mas ele vive numa tpm constante o que é um sério risco para o meu belo rosto.— ele sorriu. —Ele é um cara legal, mas uma garota feriu o seu ego, então hoje definitivamente não é um de seus melhores dias.

Eu sorri e o olhei interessada.

—É mesmo?— perguntei e ele assentiu.

—Sou Noah, o amor da sua vida.— disse com um largo sorriso.

—Jurei que jogaria o amor da minha vida de uma janela quando ele aparecesse. — falei e ele me olhou.

—Isso porque não sabia que seria eu!
— ele sorriu.

—E agora que sei, quero mais do que nunca!—

—Vou fingir que não me ofendeu!— disse ele, tentando reprimir um sorriso.

—Vou fingir que me importo!— falei e ele ficou a me olhar, como se esperasse algo.

—Já começou a fingir? Porque se sim, você é péssima nisso. — disse revirando os olhos. —Ian pelo menos sabe ser legal comigo.—

—Quem raios é Ian?— perguntei irritada.

—Meu melhor amigo, você não estava prestando atenção em mim?— perguntou ofendido. —Claro que não; por que estava ocupada demais pensando em me jogar de uma janela.

—Era exatamente o que eu estava fazendo!— falei.

Por um segundo pensei que ele choraria, mas tudo que ele fez foi me encarar:

—Sincera.— ele resmungou, rabiscando novamente a última folha de meu caderno.

Estiquei-me para ver o que ele tanto rabiscava, até ver alguns tópicos.

—O que está escrevendo? Motivos para me matar?— debochei e ele deu um leve sorriso.

—Não. Motivos para eu ser seu amigo.— disse e eu arqueei uma sobrancelha. —Sou seu novo melhor amigo!

—Não mesmo. Isso nem se escolhe.— falei e ele sorriu.

—Por isso mesmo, quando pus meus olhos em você senti que seríamos eu e você contra o mundo! —disse com um ar dramático.

—Eu não gosto de você!

—Mas eu gosto de você!— disse virando-se para frente, para ver a professora de cabelos grisalhos e semblante emburrado tomar seu lugar á frente da classe que parecia não se importar com ela ali.

Vermelho é a cor da confusão! Onde histórias criam vida. Descubra agora