VIII - Capturada

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Gelei. Os dragões corriam para o penhasco. Apenas abriam as asas e voavam para qualquer lugar bem longe daqui e dos Caçadores. Os corpos se tornavam cascas como casulos de borboletas, onde enormes criaturas com escamas e garras saiam.

Meu irmão gritava meu nome. Eu fazia questão de não responder. Mais com um olhar que lhe lancei, ele entendeu: "Vá, eu cuido de tudo". Ele assentiu e se voltou para o penhasco e, antes de ir, voltou, me abraçou e deu um beijo em meu rosto. "Não morra!". Foi apenas o que ele disse e partiu.

Por algum motivo suas palavras eram doloridas. Eu olhava ao redor, muitos dragões eram capturados, eu apenas não sabia o que fazer. Procurei por Max ou Henry. "Onde estavam a final?", pensei. Olhei para o horizonte ali estavam eles sendo levados por dragões. Olhei diretamente, vendo-os gritarem meu nome. Sally tentou voar até mim, porém Max a agarrou.

Ela gritava, chorava e esperneava. Senti alguém me puxando fortemente para trás, e vi que segurava algumas correntes. Virei-me e deparei com um Caçador, mas não reagi por algum motivo. Max estava chorando, Henry pasmo e Sally aterrorizada, com sua pior expressão, ou até uma nova que nunca tinha visto. Então, fui levada.

***

Visão Max

Os dragões nos levaram em suas costas. Como seria sem a Tânia por perto daqui em diante? Eu definitivamente precisava resgatá-la dali. Com urgência, não importa o que faria ou como faria, precisava buscá-la!

- Max - Sally chamou minha atenção derramando algumas lágrimas - O que irá acontecer com a Titânia? - Perguntou olhando para o nada, tremendo, como se estivesse em choque. Aquela fada com certeza tinha muitos traumas.

- Ela... Ficará bem – Tentei não parecer tenso.

- Não precisa mentir! Eram caçadores, não é? Levaram-na por causa de suas asas, né? - ela se pôs a chorar no meu colo. Apenas a abracei.

- Henry? - o chamei. Ele estava tão tenso que pude sentir sua raiva.

- Henry, se você se irritar, não vai dar em nada! - Henry! - gritei. E foi aí que ele finalmente despertou.

- Desculpe! - ele limpou a lágrima que caía em seu rosto - Como iremos resgatá-la? – Perguntou vagamente. Ele parecia sem esperanças.

- Não sei, sinceramente, eu não sei nem para onde a levaram – Suspirei derrotado por minhas palavras. Sally olhou para mim, e depois para Henry.

- Vocês nem se quer tentaram voltar para buscá-la! - Ela gritou - Até me impediram!

- Ei! - chamei sua atenção - Não é que não tentamos, eu achei que ela estaria segura com os dragões fugindo!

- Se eu tivesse apenas voltado... Se... Eu apenas tomasse coragem... Eu... - Henry desabou.

Ficamos calados por alguns minutos. Até uma grossa névoa envolver os corpos dos dragões. Estávamos entrando em um tipo de caverna, pois tudo ficava escuro cada vez mais que a adentravam. Podíamos sentir o ar úmido quando respirávamos, e o calor aumentava parcialmente. Nos deparamos com a visão mais magnífica que alguém poderia ver.

***

Visão Titânia

Eu estava isolada. Frio, escuro e sombrio. Esse lugar parece o verdadeiro matadouro. Estava gotejando, e os sons que estalavam no chão estavam me atordoando. Olhei em volta e percebi está em uma cela. Um guarda - possivelmente um Caçador de asas - veio em minha direção com uma tocha. Com um sorriso maligno, abriu a cela e ficou em frente a mim.

O dragão Indomável: A lenda de TitâniaOnde histórias criam vida. Descubra agora