insanidade.

importância.

eu queria correr pra te contar,
que minha poesia tava em primeiro lugar,
mas você não ligava,
então não fazia sentido gastar palavras.

eu queria te marcar
em um vídeo legal
que eu vi numa rede social,
mas eu sabia que você acharia estranho;
não marquei,
porque sabia que não teria ganho.

eu queria te contar que tive um sonho sem sentido,
mas você não se importava com o que que sonhava.
então eu guardava minha loucura pra mim,
e não falava nada.

eu queria te contar como foi meu dia
e os motivos de eu estava triste,
mas você não tinha interesse sobre a minha vida
e os meus sentimentos;
então me calei
por medo de ser deixada ao alento.

eu queria te mostrar o livro novo que eu comprei,
mas você,
além de não gostar de ler,
não queria saber.
então eu só li meu livro novo...
não queria ser um estorvo.

eu queria correr pra você
quando eu quisesse muito chorar,
mas era capaz de você ser o motivo
e isso não vir a te incomodar.
então eu chorava no canto da cama,
encostada na parede,
quietinha,
sem atrapalhar ninguém.

eu queria te contar sobre as pequenas
coisas boas que aconteciam no meu dia,
como eu conseguir acertar um passo no ballet,
esticar bem alto, o meu pé.
ou aprender uma música muito difícil,
ou então, terminar aquela série que eu enrolei,
ah, melhor, contar que,
meu quarto, finalmente arrumei;
que eu levantei da cama sem procrastinar;
que eu contive a ansiedade
e pude sentir o ar
atravessar meus pulmões.
queria poder ler os poemas que te escrevi,
ou compartilhar a minha alegria de caber de novo no meu velho jeans.

mas você não liga;
nunca vai ligar.
e tudo bem,
deixa isso pra lá.
eu concordo com o que as suas ações dizem:
eu mereço melhor
que alguém que não transborda importância.
mas vindo de você,
essas atitudes condizem.