eu tentei fugir disso, mas não consigo. não acontece assim. eu apago as poesias, desisto das histórias, ignoro a voz filosófica dentro da minha cabeça. eu me afasto do papel e da caneta e do meu coração gritando para ser posto para fora, mas no final, é como um vício. a abstinência sempre me leva de volta a mergulhar no universo das palavras, a aceitar que eu fui feita para escrever. eu tento; juro que tento. mas quando eu vejo, já gritei poesia através dos dedos. quando eu vejo, já estou tão aliviada por me deixar ser em um grupo de palavras que ocasiona algo tão insano nas pessoas. em mim. e por mais que eu tente fugir da loucura que é escrever; por mais que eu tente não eternizar nas palavras os poucos de mim que morrem todos os dias... nunca acontece. eu nunca desisto por inteiro. não é como desistir de assistir uma série, tocar violino ou andar de patins. é como desistir de mim e acho que ainda não estou pronta para desistir desse tanto de mim. a escrita é o que eu sou; a arte é o mantem vivos, os pedaços de mim que a vida mata. e quando eu escrevo, é quando eu vivo. a arte é o oxigênio da alma. tudo em mim é arte. não posso desistir dela. por mais que as vezes eu tente, nunca dá certo. ela me dá vida; ela é imortal. todos se eternizam na sua forma de arte. e eu... ah, eu me eternizo na escrita.
VOCÊ ESTÁ LENDO
insanidade.
Poetrytodo esse tempo se passou e eu ainda não sei se é carência ou se é mesmo amor. 2017 | @lenallier Por Lena Allier.