ao final do dia,
eu ainda me sinto vazia.
ainda sinto que não estou nada,
senão sozinha.
ainda cato meus pedaços
e tento fazer com que me entendam,
mas ninguém ouve
e o grito só ecoa aqui dentro.
eu busco por ajuda,
mas ninguém parece acreditar.
não sinto-me em casa,
não encontro um lar.
a voz dentro de mim diz
que ninguém me ama de verdade
e que nada em mim é bom
a ponto de alguém permanecer pela eternidade.
o pior é que encaro isso como realidade.
eu ainda brinco,
ainda assisto-me apodrecer neste circo,
permaneço onde não quero estar,
mas fujo de onde quero ficar.
não sei o que acontece comigo,
sinto-me em solidão,
onde não encontro sequer um amigo.
não sei mais o que fazer,
senão partir,
e o mais triste,
é não ter para onde ir.
encaro minha sina
de que morrerei sozinha
e não poderei dizer que vivi essa vida.
morro cada vez mais dia após dia
e sei que ninguém vê,
que ninguém acredita.
continuo creendo
que só entenderão a veracidade
e a dor que me preenche o vazio
quando eu estiver morta de verdade,
quando vier a óbito
e meu corpo for um sepulcro frio e gelado
de onde vivia um alguém que acreditava veemente
que fora deixada de lado.
tenho medo de o que restar de mim
for lamentações sem fim
de uma vida que finalmente
foi-se fácil assim.
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insanidade.
Poetrytodo esse tempo se passou e eu ainda não sei se é carência ou se é mesmo amor. 2017 | @lenallier Por Lena Allier.