Tentação Perigosa (No Telegram)

Capítulo 26 (R) *

Gabriella Narrando

- Como? - Ele entendeu bem, só repetiu para que eu reforçasse.

- Tu não ouviu errado não, foi isso mesmo que eu disse. - Murmuro sem jeito, não gostava de entrar em detalhes sobre o quão nojento Lorenzo foi comigo mas Nem precisava entender também, não gosto de estar rodeada de traficantes desconhecidos, nunca quis fazer parte disso.

Deslizo a ponta dos meus dedos pelo seu abdômen, distraidamente brinco com a linha de pelos abaixo do seu umbigo e percebo que isso com ele, seu pau tem um espasmo involuntário com a carícia e eu abro um sorriso, ele trata de afastar minha mão.

- Olha pra mim. - Ele manda, suspiro me sentando do seu lado, passo o lençol ao redor dos meus seios e olho na sua direção - Ele te ofereceu pra quem?

- Não sei, só que ele não conseguiu, João, marido da Marília não permitiu. -Ele franzia o cenho esperando que eu prosseguise. - Na época eu tinha dezesseis..

- Você já tinha a Miranda. - parece analisar.

- Sim, na sua cabeça nojenta ele conseguiria cuidar dela sozinha, tem cabimento? O cara se tornou outra pessoa depois que subiu de cargo, esse negócio de poder no tráfico sobe muito pra a cabeça.

- Se tu não souber manter tua postura não adianta de nada ter se tornado chefe, quem vai respeitar um cara desses? Ninguém aqui é escravo de ninguém, todos meus funcionários não me temem, me respeitam e eu trato da mesma forma, não vou tratar ninguém com superioridade só por ter o cargo que tenho, no final é só um cargo, geral aqui é igual e vai pra o mesmo buraco. - concordo, não duvido nada disso - Por que ele tentou fazer isso? Tem uma explicação ou..

- Ele simplesmente quis, por anos eu me fiz essa mesma pergunta..- umedeço meus lábios secos e volto a olhar pra ele - Na época ele me dopou, não sei se em algum momento ele chegou a abusar de mim ou não, mas quando acordei estava chegando na Bahia. Tem noção? É algo..- não consigo conter as lágrimas - Não consigo mais confiar em ninguém depois disso, o cara que eu jurei ser pra mim um cara digno se mostrou um monstro com o passar dos anos e mesmo depois disso eu tive que permanecer com ele.. - Ele se senta na cama, desliza a palma até o meu rosto e seca minhas lágrimas na medida que acaricia minha não com a outra palma.

- Tu sobreviveu a tudo isso, ruiva. Apesar das marcas que deve ter ficado tu foi guerreira e conseguiu passar por tudo isso e hoje tá aqui, feliz e com pessoas que te amam a sua volta.

Suas palavras me aquecem, não quero me iludir com palavras bonitas ditas com tanto carinho assim, não quero idealizar que ele se incluiu nessas pessoas mas é impossível não pensar nessa possibilidade quando se está tão carente.

- Vem cá. - Chama deslizando as mãos pelos meus cabelos, nos deitamos na cama e permanecemos abraçados por alguns segundos. Ainda consigo sentir as lembranças do ocorrido frescas em minha memória e ter me submetido a isso me apavora nos dias de hoje, Nem tenta me distrair com uma leve carícia na minha coxa, o toque quente funciona, tanto que em alguns minutos eu não consigo pensar em nada senão em nós dois nessa cama.

Inclino minha cabeça e o pego fitando o teto com o cenho franzido, parecia pensativo, deslizo a mão até a sua mandíbula e me aproximo pra beija-lo. O toque é calma, nossos lábios se encontram sem pressa algum e eu degusto dos seus em silêncio.

Uma coisa acabou levando a outra e quando dei por mim ele está dentro de mim novamente e a sensação não poderia ser melhor do que a primeira, seu corpo sob o meu assumia o controle enquanto nossos lábios trabalham juntos. Ele me fode gostoso em um vai e vem surreal, me trata com carinho e me toca com calma, provando minha pele e atiçando meu coração. Nunca fui fodida dessa forma, com tanto amor e principalmente olho no olho, consigo ler cada uma das suas expressões e isso acaba comigo.