Por fim chegou a hora. Começamos a ouvir o som do telemóvel do mestre a tocar, indicando-nos que era meia noite. O mestre citou um pequeno feitiço com latim, o qual eu claramente não entendi, e um buraco negro abriu-se no chão.
Todos observamos vivamente o grande buraco, estávamos apavorados e eu procurava forças e coragem para saltar. Tínhamos uns meros segundos quando finalmente entrelaçamos as nossas mãos e saltamos.
Não nos despedimos devidamente das pessoas presentes em minha casa, isso é certo, porém foi bem melhor assim. Se nos despedíssemos era como se estivéssemos a concluir que nunca mais iriamos voltar.
Andávamos ás voltas naquele buraco escuro e assustador. Ouvi o Mathew a gritar e como contraste o Rodrigo a rir-se, afinal qual era o problema dele?
Não acabava, não tinha fim. Estávamos a cair infinitamente naquele buraco, pelo menos era o que eu sentia.
Finalmente ouvimos um estrondo e senti a terra firme. Abri lentamente os olhos e uma luz intensa penetrou em mim fazendo-me sentir um alivio enorme.
Estávamos numa floresta, e estávamos bem. Era tudo muito verdejante, com muitas e diversas flores e ouvia-se um belo som de fundo, uma junção de ar, agua e pássaros. O céu era um azul intenso e o sol era quente e acolhedor.
Permaneci durante um tempo a admirar tudo á minha volta, assim como o Mathew e o Rodrigo.
- we are in paradise! - disse o Mathew, sorrindo, acho que foi a primeira vez que o vi sorrir.
- para, para, paradise, oohhhohhh - começou a cantar o Rodrigo, e apesar de eu gostar da musica, depositei-lhe um murro no seu braço esquerdo e mandei-o calar.
Para uma pessoa que eu conhecia á umas horas já não o suportava, sempre ouvi dizer: 'quem sai aos seus, não degenera' .
Quando se fez silencio, escutei leves barulhos vindos de um arbusto perto de nós.
- ouviram? - perguntou o Mathew, já sem o seu sorriso no rosto e com os olhos bem arregalados. Acho que nunca conheci alguém tao... temeroso, digamos.
- sim... - respondi calmamente, ouvindo o som novamente.
- hey! aparece! - gritou o Rodrigo, como ele é imbecil, ele realmente quer que nos ataquem ou assim.
Começamos a ver ao longe um vulto a surgir, de inicio fiquei um pouco curiosa, mas á medida que ele se aproximava e via o seu rosto, apercebi-me que não era a primeira vez que o via.
- tu? - perguntei aproximando-me dele - o que é que estás aqui a fazer?
- eu vivo aqui - afirmou friamente.
Era aquele rapaz mais velho que me havia pagado o jantar á uns dias atrás. Estava com umas calças pretas justas e uma camisola larga branca e umas all stars, este seu estilo totalmente diferente do da primeira vez que o vi quase que o tornava numa pessoa diferente, mais descontraída.
- Mas... como? - perguntei impaciente e um pouco confusa - como é que tu estavas no restaurante?
- longa história... - como eu odiava este tipo de respostas.
- bem - disse sorrindo ironicamente - acho que tenho todo o tempo do mundo.
- sigam-me, e eu explico-vos tudo. - respondeu-me, virando-se, em seguida, de costas para nós e começando a percorrer a floresta.
Eu comecei a segui-lo e fiz com que o Rodrigo e o Mathew também fizessem o mesmo. Embora eu estivesse terrivelmente confusa, eu sentia que podia confiar nele, tal e qual como na primeira vez que o vi.
Caminhamos pouco tempo até avistarmos uma casa de madeira, um pouco queimada no telhado e senti uma força interior a percorrer-me o corpo no momento em que a vi.
Entramos e dirigimo-nos, onde supostamente devia ser uma sala, onde nos sentamos todos. Parecia tudo muito antigo e desarrumado, como se a casa não fosse limpa á um tempo.
- Podes começar - afirmei, logo após me sentar naquele sofá antigo.
- Bem acho que isto vai ser mais complicado do que parece - disse ele demasiado tranquilo.
- Desembucha logo mano - disse o Rodrigo, deitando-se no sofá e colocando os pés por cima de mim, e novamente levou um murro, mas desta vez nas pernas.
- acho que assim vai ser mais fácil... eu chamo-me Hugo... Hugo Montenegro.
- Hugo... Montenegro? Mas isso não é o nome da... ? - começou o Mathew.
- o meu...
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Avalon
Fantasy'Nós eramos 6 amigos, 6 aprendizes, 6 poderosos. Eu chamo-me Inês, e julguei ter tudo controlado e achei-me poderosa, quando por fim...perdi toda a gente que amava em busca da casa que nunca foi minha.'
