Capitulo VI

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O dia estava escuro para um dia de verão. O que tinha acontecido aquele maldito calor que eu senti nos últimos dias de aulas?

"  '-Afonso, corre!' gritou a Matilde. Estávamos em Abril, e como o velho ditado diz 'Abril águas mil ', aquele era um dia extremamente chuvoso. Estávamos os cinco no parque da cidade, sentados perto de uma fonte quando começa a chover fortemente. Todos corrermos e fomos para uma estação de serviço ali perto. O Afonso sendo o mais forte dos cinco, levou a pequena Matilde ás cavalitas, para que ela não demorasse tanto tempo a chegar á estação de serviço.

Chegamos encharcados, pingas caiam dos nossos casacos grossos e nós riamos, como se não houvesse amanhã. O Afonso pegou a pequena Matilde pela cintura e rodopiou-a no ar, fazendo-a gargalhar com aquele riso tão contagiante. "

- Avalon? - perguntei mais calma após saber que havia uma possibilidade de o Afonso estar vivo. Por mais única que ela fosse, por mais pequena que ela fosse, era um sentimento de esperança a preencher-me o corpo.

-Isto agora é com vocês. - disse o mestre contornando o seu olhar para os meus pais.

A minha mãe aproximou-se de mim. Pareceu-me nervosa e um pouco receosa com a minha ou a nossa reação. Sentou-se na pequena mesa de madeira á nossa frente e começou a falar.

- Avalon é... é tudo o que todos os feiticeiros possam sonhar sabem? Eu nunca dei valor .. -  ela disse lentamente parecendo-me desanimada - nunca dei valor á casa que Avalon era para mim... quando fomos banidos eu realmente notei a diferença dos dois mundo. Em Avalon vocês são muitos mais fortes que aqui, lá é o centro de todo o vosso poder. Lá estão as nossas famílias, os vossos tios, avós , primos tudo.

- o quê? porquê que não estamos lá então? - era estranho ouvir a voz tímida do José, embora já o conhecesse desde pequena, nunca me habituei a ouvi-lo falar, eram mesmo raras as vezes que ele o fazia.

- Porque fomos todos.... todos banidos de Avalon. E ficamos sem poderes como uma 'maldição'.

- o que é que fizeram para isso acontecer? - perguntou a Maria, com o seu intenso olhar fixado na minha mãe.

- Bem, nós criamos uma aliança, todos. E a rainha de Avalon bem... digamos que... que ela não gostou.

- e como temos poderes? - finalmente eu perguntei.

- nunca soubemos...

- e o mestre? - continuei - porque é que ele tem e vocês não têm?

- bem porque... - começou o mestre - porque os tirei ao meu filho.

TODOS, sem exceção, em sintonia dissemos: ' o quê? '.

O mestre tinha um filho? O mestre tirou os poderes ao seu próprio filho? Onde estava o filho? O mestre TEVE uma namorara?

Ok, definitivamente não estávamos num momento de nos questionar acerca daquilo, mas era realmente tudo muito estranho e confuso.

- vá avance... - falou o mestre olhando para o meu pai.

- vamos precisar que um grupo de vocês vá a Avalon .

Mal ouvi o que o meu pai disse, automaticamente me ofereci, afinal a culpa daquilo tudo era minha.

- Ela não pode ir sozinha, é muito perigoso! - disse a minha mãe , levantando-se, dirigindo-se ao meu pai com um ar surpreendido como se não soubesse de nada.

- ele disse que ia um grupo minha senhora - disse o mestre. - ela vai com o meu filho e com o sexto membro.

- o quê? - disse a Maria - vai mandar um qualquer em vez de nós?

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