O dia estava escuro para um dia de verão. O que tinha acontecido aquele maldito calor que eu senti nos últimos dias de aulas?
" '-Afonso, corre!' gritou a Matilde. Estávamos em Abril, e como o velho ditado diz 'Abril águas mil ', aquele era um dia extremamente chuvoso. Estávamos os cinco no parque da cidade, sentados perto de uma fonte quando começa a chover fortemente. Todos corrermos e fomos para uma estação de serviço ali perto. O Afonso sendo o mais forte dos cinco, levou a pequena Matilde ás cavalitas, para que ela não demorasse tanto tempo a chegar á estação de serviço.
Chegamos encharcados, pingas caiam dos nossos casacos grossos e nós riamos, como se não houvesse amanhã. O Afonso pegou a pequena Matilde pela cintura e rodopiou-a no ar, fazendo-a gargalhar com aquele riso tão contagiante. "
- Avalon? - perguntei mais calma após saber que havia uma possibilidade de o Afonso estar vivo. Por mais única que ela fosse, por mais pequena que ela fosse, era um sentimento de esperança a preencher-me o corpo.
-Isto agora é com vocês. - disse o mestre contornando o seu olhar para os meus pais.
A minha mãe aproximou-se de mim. Pareceu-me nervosa e um pouco receosa com a minha ou a nossa reação. Sentou-se na pequena mesa de madeira á nossa frente e começou a falar.
- Avalon é... é tudo o que todos os feiticeiros possam sonhar sabem? Eu nunca dei valor .. - ela disse lentamente parecendo-me desanimada - nunca dei valor á casa que Avalon era para mim... quando fomos banidos eu realmente notei a diferença dos dois mundo. Em Avalon vocês são muitos mais fortes que aqui, lá é o centro de todo o vosso poder. Lá estão as nossas famílias, os vossos tios, avós , primos tudo.
- o quê? porquê que não estamos lá então? - era estranho ouvir a voz tímida do José, embora já o conhecesse desde pequena, nunca me habituei a ouvi-lo falar, eram mesmo raras as vezes que ele o fazia.
- Porque fomos todos.... todos banidos de Avalon. E ficamos sem poderes como uma 'maldição'.
- o que é que fizeram para isso acontecer? - perguntou a Maria, com o seu intenso olhar fixado na minha mãe.
- Bem, nós criamos uma aliança, todos. E a rainha de Avalon bem... digamos que... que ela não gostou.
- e como temos poderes? - finalmente eu perguntei.
- nunca soubemos...
- e o mestre? - continuei - porque é que ele tem e vocês não têm?
- bem porque... - começou o mestre - porque os tirei ao meu filho.
TODOS, sem exceção, em sintonia dissemos: ' o quê? '.
O mestre tinha um filho? O mestre tirou os poderes ao seu próprio filho? Onde estava o filho? O mestre TEVE uma namorara?
Ok, definitivamente não estávamos num momento de nos questionar acerca daquilo, mas era realmente tudo muito estranho e confuso.
- vá avance... - falou o mestre olhando para o meu pai.
- vamos precisar que um grupo de vocês vá a Avalon .
Mal ouvi o que o meu pai disse, automaticamente me ofereci, afinal a culpa daquilo tudo era minha.
- Ela não pode ir sozinha, é muito perigoso! - disse a minha mãe , levantando-se, dirigindo-se ao meu pai com um ar surpreendido como se não soubesse de nada.
- ele disse que ia um grupo minha senhora - disse o mestre. - ela vai com o meu filho e com o sexto membro.
- o quê? - disse a Maria - vai mandar um qualquer em vez de nós?
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Avalon
Fantasi'Nós eramos 6 amigos, 6 aprendizes, 6 poderosos. Eu chamo-me Inês, e julguei ter tudo controlado e achei-me poderosa, quando por fim...perdi toda a gente que amava em busca da casa que nunca foi minha.'