Capitulo XI

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Começamos assim, a nossa jornada a caminha da aldeia de Avalon. Demoramos cerca de 15 minutos a atravessar aquele bosque imundo. Já deviam ser umas seis da tarde. Estava exausta e, neste momento, fazia-me falta um banho quente e roupa lavada. O caminho foi tranquilo. Vi alguns esquilos e algumas raposas, nada de especial. Afinal não havia assim tantos animais perigosos quanto isso. Foi também um caminho silencioso. Acho que não era a única ali cansada, e já ouvira o estomago do Mathew roncar bastantes vezes.

Quando chegamos á aldeia fiquei um tanto surpresa. As casas eram COMPLETAMENTE iguais ás da minha rua, cor e tudo. A única diferença, era mesmo que encontravam-se num redondo com uma fonte no meio, e ao longe avistava-se um grande castelo, que supus ser o da rainha.

- Bem, acho que devíamos parar para descansar. - disse o Hugo, abençoado sejas tu por essas ideias óbvias, pensei eu. - tenho uma amiga que vive aqui que tenho a certeza que nos deixa passar a noite em sua casa. - ele continuou observando as casas, provavelmente procurando a casa da sua amiga.

- Estou esfomeada. - falei. Estava mesmo - e o Mathew também - gargalhei um pouco, e depois percebi que não o devia ter feito. Não sei se é por ser muito sensível, mas senti-o um pouco ofendido.

-É bem ali - ele apontou para uma das casas, apesar de estarmos num reino  diferente, ainda as achava horríveis. - vamos!

E assim fomos. Seguimos o Hugo até aquela casinha cor de vinho. Tocou á campainha e rapidamente uma rapariga abriu-a quase como se nos estivesse esperando.

Ela era bastante alta, mais ou menos como o Hugo. Era loira, com uns olhos azuis claros e extremamente magra. E uma das primeiras coisas que eu reparei foi que vestia quase tudo de couro. Calças, Casaco..  Parecia uma daquelas estrelas rock do tempo da minha mãe diria eu.

- Vicky! - o Hugo abraçou-a levemente, e entre eles parecia que havia um ambiente constrangedor, como se algo tivesse acontecido com eles antes.

O Hugo pediu-lhe o pequeno favor de nos dar uma habitação, de comer, e roupas lavradas. A simpática rapariga, que agora sabia que se chamava Victoria, concordou e de seguido convidou-nos a entrar, com um sorriso de orelha a orelha.

Quando entramos formos diretos para a sala onde continha três sofás com três lugares cada. Estranho... pensei eu. Encontrava-se naquela sala um cheiro que me era tão familiar.

E então, quase como automaticamente, a natureza respondeu-me á questão.

Ouço a porta de entrada abrir, e uma voz rouca, tão me familiar também  diz 'amor? ' e então esse vulto vira-se exatamente para os sofás onde estávamos sentados e.... o quê?

Estava capaz de dizer um palavrão naquele momento, mas as palavras não saiam.

- Inês? - surpreendido ahn? pois eu também estava.

Levantei-me e estava capaz de enlouquecer naquele momento. E foi então que ele falou para falarmos em particular num quarto pois queria explicar-se. Tão típico Afonso. Fugir das humilhações sempre foi contigo,

Entramos no quarto, e mal ele fechou a porta eu explodi. Foi como se as palavras renascessem das cinzas.

- Isto é uma brincadeira certo? - a minha raiva e surpresa era obvia.

- é só que...                                                                                  

- sabes que mais? - não queria ouvir a sua voz porém, ao mesmo tempo, só queria correr e abraça-lo, mas estava com tanta raiva dele. - todos os que se preocupam contigo e que gostam de ti estão em casa devastados! A tua mãe culpou-me pela tua ''suposta'' morte! Fizemos esta maldita aliança sem ti para que pudesse descobrir se estavas vivo! O filho do mestre quase morreu á umas horas, assim como eu e o Mathew!

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