Instinto. Part 6

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Uma vida cheia de controvérsias, de viagens e problemas familiares, era assim desde que a mãe de Lucy e Lois morrera. Como a Ovelha Negra da família Lois sempre foi a causa das reclamações e desgostos do General, Lucy foi para um colégio no Canadá e era uma mulher de sucesso graças às suas habilidades e talento com a música.
A gota d'água foi quando Lois foi castigada pelo pai como se fosse um soldado, ele a prendeu num depósito e ali ficou sem comida, apenas recebia água durante uma semana, estava fraca quando a retiraram de lá, não recorda do que veio depois. Wess um amigo, lhe disse que um médico foi chamado e que a jovem havia sido medicada e não podia receber visitas. Foi quando ele a aconselhou a deixar a base militar de uma vez por todas. Fechar os olhos era rever esse filme todas as vezes, agora que era para se sentir plena e feliz, tinha vontade de esbofetear o próprio pai. Seu patriotismo chegava a ser fanático e obscuro assim como sua relação com Lex. Lois não teve coragem de dizer nada a C.K e menos a Chloe Sullivan, sabia que o seu tempo estava acabando e os inimigos aumentando.

—Vou à cidade quer vir comigo? -Falou em um tom convidativo o filho adotivo dos Kent.

—Não, eu... prometi a Chloe que a esperaria aqui para colocarmos o papo em dia. -Contestou revirando seus olhos esverdeados e colocando as mãos nos bolsos do jeans.

—Vamos, Clark, assim vamos demorar a voltar. -Chamou Martha Kent da porta.

—Até daqui a pouco. -Disse o rapaz sorridente e com os olhos azuis compenetrados na moça.

—Eu... Até! Vai pela sombra, garotão. -Brincou acenando até vê-los longe.

Correu e foi juntar o pouco que tinha. Sua respiração estava agitada, dizia a si mesma que não podia e nem devia chorar, mas lágrimas resvalavam pela sua face.
Não gostava de mentir, mas se não o fizesse o jovem Kent iria questioná-la ou fazê-la ir com eles. Depois de juntas uns trapos e bagunçá-los ao jogá-los cheia de raiva e remorso foi em direção a ducha e tomou um banho.
Saiu e mais conformada juntou as poucas peças e vestiu-se, penteou os cabelos dourados e abriu a porta do quarto para sair, para ser surpreendida em seguida...

—Achei que já fosse hora. -Comentou a voz grossa.

Vai para o inferno, General! -Esbravejou dando alguns passos para trás.

Dois soldados entraram junto com ele na habitação e um estalido foi escutado. Lane estava com a mão no rosto, sua bochecha estava vermelha, mas aquele bofetão tinha proporções mais desastrosas que apenas um barulho, pela primeira vez ele a tocara. Tantos anos e nem um abraço, um carinho de pai para filha. Um fervor subia o corpo da moça e podia sentir até seu queixo tremer por não responder de maneira esperada àquele ato covarde e de um desajustado.

—Eu tenho pena de uma pessoa que precisa usar a força para demonstrar que tem moral.
Acho que nem Lúcifer te aguentaria, mesmo. Quero que você, sua pátria, seus soldados e os Luthor desapareçam! -Disse com ressentimento e sentindo a ausência de Clark.

—Cale-se antes que eu cometa um ultraje! -Ordenou e acenou para os soldados.

—Louco! Corrupto! -Bradou e foi segurada pelos soldados. A afronta não ficaria sem resposta e talvez fosse isso que ela quisesse. Ganharia tempo até ter uma ideia para conseguir fugir e ir para longe. Não poderia pedir ajuda à prima ou a CK, não iria colocá-los em risco. Tampouco faria o que o General e o Luthor desejavam. Sentiu a mão gelada e abominosa estapeá-la de novo. Estava estonteada.

POV Clark Kent

O que eu sentia pela Lana era um amor de adolescente, agora vejo e entendo bem o que os meus pais me diziam sempre. Ela é o amor da minha vida, a mulher que eu quero que envelheça ao meu lado. Não vejo a hora de olhar para aquelas íris verdes e contar tudo: quem sou, meu segredo. Todos notaram o sorriso estampado em meu rosto, inclusive a minha mãe, preciso falar com Jor-El.

O amor já o havia salvado duas vezes, agora ele surgia para dar significado ao seu lado humano e fazê-lo um homem capaz de enfrentar a tudo e todos.
Seu coração e seu espírito pareciam irradiar uma energia vital diferente, felicidade, talvez. Eles iriam ficar juntos, sabia que aquelas horas que passaram juntos fora única na vida da prima de Chloe e a cumplicidade, amizade dos dois os conectava. Sem ela não tinha motivos para sorrir, para ser espontâneo e arriscar-se. 

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NA VOLTA PARA A FAZENDA

—De repente ficou sério, querido. -Disse Martha notando uma leve expressão de incômodo no rosto do filho.

—Tive uma sensação estranha... -Replicou franzindo a testa.

—Clark não precisa se preocupar, sei que pretende contar o seu segredo a Lois e só espero que ela reaja como acho que fará. -Confessou com um sorriso doce.

—Não é isso... não sei explicar, de repente senti um aperto no peito. Obrigada por me apoiar, mãe.

—Isso significa que está ansioso, meu bem. -Explicou a mulher ruiva e experiente.

MEIA HORA DEPOIS

Clark deixou as compras na Copa e correu para encontrar sua amada, notou que seu quarto estava uma bagunça, mas Lois era um furacão, seu Furacão. Sorriu e imaginou que ela estivesse no Celeiro com Chloe, mas se sentiu traído pelos seus instintos quando não a encontrou. Voltou e procurou as roupas da moça, no cantinho do degrau havia apenas um relógio de prata quebrado. Usou sua super audição e selecionava os sons até que escutou os batimentos cardíacos dela. Não ouvia sua voz. Ficou pesaroso. Já era noite, sem dizer nada correu, tinha que encontrá-la. Precisava dela. Sentia um vazio tomar conta da sua parte humana, sabia que existia um motivo para aquela saída sem aviso ou aquela mentira. 

A Fuga De Lois LaneOnde histórias criam vida. Descubra agora