Kyla. Part 2

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Lois intuía que era uma péssima ideia ir com aquele bonequinho interiorano para a sua Fazenda, mas não tinha muitas opções mesmo. Arriscou a viagem e os dois foram em seu carro, o engraçado é que ela se perguntava "Como ele podia sair de tão longe a pé?!"

—Vamos lá, super caipira, mas vou logo avisando que se estiver com outras intenções eu deixo o "caipira Junior" em pedacinhos. –Sorriu e CK ficou vermelho feito um tomate.

—Não se preocupe. –Disse cabisbaixo.

Entre vários protestos e resmungos chegaram até o meio do caminho. Sim, eles pararam e Lane surtou ao ver que se esqueceu de colocar água no radiador.

—Não dá área aqui, estamos no meio do nada e você fica aí quieto????? Ok! –Bradava com uma mão na cintura e a outra segurando o aparelho.

—É melhor andarmos, a fazenda não fica tão longe, Lois. Não adianta tentar usar o celular aqui. Amanhã voltamos para pegar o carro. –Explicou serenamente olhando ao redor.

—E se amanhã ele não estiver mais aqui? Qual é Clark? Esse carro é a única coisa que eu tenho agora. –Parou e se arrependeu por ter falado a última parte.

Os dois trocaram olhares e ele puxou-a pela mão sem agressividade, mas como incentivo para eles seguirem. Caminharam. Caminharam. O suor já pingava do rosto de Lois Lane e a moça tinha um porte atlético. Mentalmente fazia ironia a si mesma por toda aquela situação, estava tão distante que sequer sentia que a mão do jovem Kent ainda segurava a dela.

—Lois? Corra! –Bradou o rapaz ao ver um lobo surgir à frente deles.

—Tá louco? Nem morta eu vou correr com meus pés cheios de tilomas por causa de um bichinho peludo. –Disse determinada. Rolou os olhos e continuou caminhando afoita.

O lobo mostra os dentes, CK não sabe se tira Lois com sua supervelocidade, o que iria revelar seu segredo ou se tira o lobo. Espera? A segunda opção é a melhor, mas enquanto pensava Lane se aproximou tanto quanto o lobo dela, este avançou e Clark sentiu o desespero tomar conta de si. Correu e tentou tirar o bicho de cima da jovem sem seus poderes, mas estava sendo inútil, não havia outra opção aquele lobo tinha que sumir e olhou para o animal que parecia corresponder ao seu olhar, foi quando o bicho se afastou de uma Lois machucada e depois de ranger os dentes, o animal sumiu no milharal.

—Clark. –Sussurrou a filha do General Sam. Sua vista estava embaçada, sentia-se um bife a parmegiana para aquele peludo.

—Você vai ficar bem Lois, não se preocupe. Eu vou levar você para o hospital. –Prometeu.

FLASHBACK

Já fazia alguns dias que Clark havia descoberto uma caverna com diversos segredos sobre ele. Ainda havia conhecido uma mulher que conhece sua história. Ela se chama Kyla e é descendente de uma tribo indígena que tentava proteger a caverna. Mas alguns atentados acabaram por matar seus companheiros e só restou ela. Não era difícil imaginar quem estava interessado naquelas "pinturas rupestres". Um atentado a um homem culminou em sua morte, foi quando aconteceu outro contra um funcionário da Luthor corp, Marta Kent que trabalhava para Lionel e finalmente para o próprio Lex Luthor, o que gerou uma grande discussão na família Kent.
Enfim, Clark descobriu que Kyla era a responsável e que ela podia se transformar em lobo. Ele pensou que ela havia morrido, uma vez que a equipe de cientistas da LuthorCorp a capturaram. Quando foi salvá-la já era tarde demais.

FIM DO FLASHBACK

—Não! –Segredou.

Clark não entendeu o porquê ela se negava a ir a um hospital, mas tinha que contrariá-la. Os ferimentos dos braços da moça eram grandes e o da barriga estava sagrando muito. Kal-El sentiu-se culpado, a sua parte humana o fez parar para pensar em Kyla na pior hora possível e uma inocente pagou pelo seu descuido. Por sua fraqueza emocional, ele jamais seria um herói daquele jeito. Correu com Lane para o Hospital Central e depois de socorrerem a moça, a Xerife chegou para ouvir os fatos da boca do jovem.

—Tudo o que me contou bate com os fatos, jovem Kent, o que me intriga é: por que andava tarde da noite com uma jovem pelo milharal? Até onde sei é comprometido com a senhorita Lana Lang. -Comentou ardilosa.

Clark permaneceu ouvindo aquela velha amarga. Estava estressado e ansioso para saber da sua nova "colega". Para sua sorte seus pais chegaram em meio aos sermões da Xerife e ele contou tudo. Desabafou, mas não se sentia bem.

—Nós preferimos avisar a Chloe quando amanhecer. –Disse a senhora Kent.

—Essa prima da Chloe não tem pais? Precisamos avisá-los. –Questionou Jonathan Kent.

—Ela não falou nada sobre os pais, só me pediu que não a trouxesse para cá. –Respondeu olhando envergonhado para os pais adotivos.

—Filho, eu estou orgulhoso do que fez. Salvou uma vida e agiu com maturidade. –Declarou brioso o Sr. Kent que colocou a mão no ombro do último filho de Krypton.

O médico surgiu no corredor, CK não conseguia controlar suas emoções. Avançou e alcançou o médico.

—Como ela está? Lane. Lois Lane. –Indagou irrequieto.

—Lamento garoto, informações só para familiares dos pacientes. –Retorquiu com ar de superioridade e indiferença. O rapaz não insistiu, segurou pelo colarinho do médico e quase o fez virar pó com o calor que provinha dos seus olhos chamuscados de fogo. Vendo a situação fugir do controle, Martha e Jonathan correram e fizeram Clark voltar a si.

—Perdão, doutor. É que o Clark a socorreu e nós estamos aqui há horas muito preocupados com o estado da Lois. –Justificou Martha, antes de o médico sair correndo pensando no "insano" que podia ser o dono daqueles olhos azuis.

Naquele momento ele duvidava até das galáxias, do poder do sol e das pessoas, menos dela. Aquela moça feliz e sarcástica que chegou e lhe arrancou um sorriso e tirou sua paciência. Era tudo tão diferente. Tão novo. Seu inconsciente queria viver muito mais daquilo. Seu consciente julgava ser "cuidado" com o próximo. Seu coração só sentia angústia. Dor. Culpa. Ninguém mexera tanto com Clark Kent quanto aquela forasteira falante chamada Lois Lane.

A Fuga De Lois LaneOnde histórias criam vida. Descubra agora