Capítulo Cinco

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Ariella Marin.

Faziam exatamente três meses que eu não via Alec. Depois que nós terminarmos, ele havia sumido do mapa e eu não tive mais notícias dele, mas para minha infelicidade, naquele dia ele apareceu no campus. Ele havia começado seu curso de medicina na mesma universidade que eu estava estudando e a me encher o saco sempre que tinha a oportunidade.

— Onde você estava nesses meses, Alec? — perguntei para ele.

Eu não gostava mais dele, na verdade não sei dizer se eu realmente havia gostado dele de verdade em algum momento. A questão é que mesmo depois do que ele fez, eu ainda me preocupava com seu bem estar. E você sempre dizia que esse era meu maior defeito: eu era boazinha demais e deixava com que as pessoas me usassem. Era até engraçado lembrar de você dizendo isso, pois um tempo depois, você também me usou. E nada doeu tanto nesse mundo quanto quando você quebrou o meu coração.

— Eu fiquei fora da cidade, Ariella. Eu queria entender o porquê eu te troquei pela Florence. Eu fui um burro! — eu confesso que o meu nome nunca mais foi dito com tanta intensidade por ninguém depois que eu te conheci.

Eu te comparava com qualquer homem que apareceu em minha vida antes ou depois de você, e infelizmente nenhum deles era tão bom quanto você foi. Eu nunca amei nenhum deles quanto te amei. Você foi o único que eu amei verdadeiramente, o único que eu queria ao meu lado mas também foi o único que eu não pude ter. Aquele que não permaneceu. Aquele cujo eu não daria certo nem se o mundo dependesse disso.

Éramos tão diferentes um do outro que isso acabou nos cegando, nos levando ao fundo do poço e eu sinto muito por isso, Andrew. Porque se eu pudesse escolher alguém para estar ao meu lado hoje, esse alguém com certeza seria você.

Um dos motivos pelos quais eu te odiava era que mesmo quando eu estava falando com outros homens, você não saía de meu pensamento. E não foi diferente quele dia, pois eu estava pensando onde você poderia estar. Eu queria que você chegasse com seu jeito galanteador e me levasse para longe do Alec. Que fizesse qualquer coisa... que simplesmente estivesse ali.

— Ariella? Você ouviu o que eu disse? — voltei à minha atenção ao Alec.

Eu não queria conversar com ele. Eu estava cansada de tantas mentiras e enganações.

— Eu estou feliz que esteja bem, Alec, mas não posso continuar com isso. Você me magoou e não tem como voltar atrás, me deixe em paz. — eu tentei sair de perto dele, mas foi em vão.

Ele segurou meu braço com força e eu voltei a encara-lo.

— Você não pode me deixar, Ari. Eu não sei o que será de mim sem você... Eu amo você. — eu gargalhei, enquanto o olhava acusadoramente.

— Você não sabe o que é amor, Alec, você me traiu! Isso não é amor! — tentei controlar o tom, mas era quase impossível. Eu estava com raiva pelas mentiras e também porque ele apertava meu braço com força. — Você está me machucando.

E essa era outra comparação que eu fazia de você com os outros homens: você nunca me machucou fisicamente. Mas nenhuma dor física doeu mais do que aquela que você causou em meu coração.

Aconteceu tudo tão rapidamente que eu não entendi nada. Quando me dei conta, Alec estava no chão e você estava em cima dele, deferindo socos por todo o seu rosto. Eu fiquei desesperada, mas ao mesmo tempo assustada com a ação repentina.

Me aproximei de você e tentei te empurrar, mas de fato eu não tinha tanta força quanto você. Eu realmente queria que você aparecesse, mas não queria que você fizesse isso.

— Andrew! — você estava fora de si, não parecia me ouvir. — Andrew Ackles! Você vai mata-lo! Pare com isso! — gritei mais alto, mas mesmo assim você não havia me escutado.

Criei uma coragem que eu não sei de onde veio e parei bem na sua frente, me aproximei e toquei seu rosto, puxando-o pra cima, para que você me olhasse. Eu nem precisei fazer mais nada, você simplesmente segurou o próximo soco e me encarou.

Seus olhos eram pura fúria e ódio, mas assim que eles encontraram os meus, foram normalizados e você voltou ao seu estado de espírito. Todos nos encaravam. Eu estava com medo e envergonhada. Você saiu de cima ele e se aproximou de mim.

— Ariella, eu... — não deixei que você terminasse de falar.

— Me poupe de suas conversinhas, Ackles. Eu não preciso da sua ajuda, eu não preciso de você! — deixei você ali parado e fui até Alec.

O ajudei a levantar e o levei até a enfermaria. Você havia quebrado o nariz dele, Andrew. E ele foi um dos incontáveis homens que apanhou de você simplesmente por ter tocado em mim.

A Teoria do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora