Piggy Pig Pig

67 2 0
                                    



Sendo determinadas criaturas racionais, nós seres humanos temos o dever de tomar responsabilidade por cada um de nossos atos. Devemos nos apegar ao fato de que também somos politizados, portanto cada uma de nossas atitudes é deliberadamente julgada de formas diferentes pela sociedade.

Até que ponto devemos ter um julgamento cego sobre algo e a quem devemos devotar total confiança para solucionar um erro?

Vinte e oito anos não era exatamente a idade em que todos os erros eram admissíveis. Katy tinha plena consciência sobre isto, sobre o julgamento, sobre a politização e principalmente sobre a cota de atitudes impensáveis que alguém em sua idade e posição deveria tomar.

Errada.

Era a palavra que ecoava em sua mente, na noite inquieta e não sóbria que ela se condenou a passar depois do festival.

Não era de seu feitio tomar uma atitude como a que tomara no celeotp. Bom, pelo menos não atualmente.

A falta de alguém a seu lado a afetava, mas não era só isso que lhe deu o cartão verde para cometer a bobagem da noite. Talvez fosse a lenda urbana de Bozeman, talvez fosse a distância de tudo e todos que conhecia ou simplesmente sua vixen interior suplicando por uma situação, e uma desculpa que finalmente a tirasse da solidão. Por mais independente que fosse em sua vida profissional, sua vida pessoal sempre fora cercada de alguém que a amasse, que no fim dos dias não tivesse interesse algum em seu dinheiro ou a desenvoltura de suas cordas vocais. E isso não existia mais.

Ela ainda não tinha o mínimo de certeza sobre o que deveria fazer em relação á seu julgamento e relação com John. No fundo, todas as dúvidas sobre os terríveis rumores e declarações sobre ele ainda permaneciam ali incrustadas.

A primeira noite de redenção em relação ao rapaz ultrapassara qualquer estribeira e limite mental produzido por ela.

Afinal, o que deveria ser determinado? Que John realmente era a imagem repugnante anteriormente estipulada em seus pensamentos, por deixar tudo aquilo acontecer? Ou que ele simplesmente não queria magoá-la ou constrangê-la ao não aceitar algo tão explícito?

O dia após, se resumiu em uma constante maturação dessas, e mais outras dezenas de perguntas. Não por escolha própria, e sim devido a abundante falta do que fazer que sua estadia com Judy proporcionava.

Ás três da tarde, lá estava Katy escorada preguiçosamente no balcão da oficina de Judith, degustando uma suculenta e grandiosa maçã. Ethan se gabava de seus músculos estranhamente desenvolvidos para um garoto de sua idade, e Judy grasnava as letras melancólicas de Kenny Chesney em seu escritório.

O estrépito de um carro soou na entrada do lugar, mas ninguém de dentro da oficina se incomodou em dar algum tipo de atendimento.

Uma voz grave saudou Ethan lhe desejando uma boa tarde, e como se uma onda de choque atingisse Katy ela começou a estralar os próprios dedos inquieta.

John estava lá, e ela não tinha nenhuma solução ou explicação plausível em mente.

– Boa tarde. – ele repetiu, agora dirigindo seu cumprimento a ela.

Ela se virou para observá-lo e apenas ergueu as sobrancelhas assentindo.

– O que vocês esta fazendo aqui? – perguntou ela, em um tom quase inaudível.

– Preciso entregar algo para Fred.

– Bem ele não está. Você já pode ir embora.

Sem ter uma resposta razoável para lhe dar, John apenas a encarou confuso. Todo o comportamento restritivo que Katy tinha em relação a ele parecia ter voltado á tona, obviamente sem uma razão aparente, afinal a suposta culpada por estragar a última noite era ela.

MontanaWhere stories live. Discover now