Unexpected

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Em uma velocidade excessivamente maior que o necessário para se fazer o percurso, ela cruzou um dos retornos que avistara há poucos minutos, e trespassou perigosamente uma das estradas alternativas ladeando a rodovia que os levaria de volta á Bozeman. Imóvel e levemente assustado, John a encarava tentando decifrar qual era o sentido da repentina mudança de curso. Sem sucesso, ele apenas desistiu e observou a expressão vibrante que ela sustentava, enquanto cerrava os olhos para ler cada placa que cruzava o caminho feito pelo carro.

– Isso! – berrou ela, enquanto conduzia a imensa Ferrari por um estreito aclive.

Katy então estacionou a bela máquina em uma parte consideravelmente escura de um terreno saibroso, e o fitou entusiasmada enquanto retirava seu cinto.

– Você não vai me esfaquear e despejar o meu corpo aqui, vai? – ele perguntou também desafivelando seu cinto.

– Quer me revistar e procurar por algo cortante? – disse Katy erguendo o cenho, e levantando suas duas mãos na altura da cabeça.

– Nahh eu provavelmente deixaria você me esfaquear... – ele lhe lançou um sorriso torto seguido de uma expressão confusa. – O que exatamente nós estamos fazendo aqui?

– Ok, saia do carro.

Ainda extremamente receoso, ele recolheu as bolsas de ambos depositadas no banco de trás, e obedeceu suas ordens a esperando, para ser surpreendido pelas mãos dela lhe cobrindo os olhos.

– Vamos brincar de cabra cega. – sussurrou em seu ouvido, de uma forma que o intrigou.

Antes que Mayer pudesse protestar de alguma forma, ela o guiou pelo caminho rústico e íngreme que os levaria para o destino final. Tentando espiar por entre os dedos gélidos que lhe cobriam a face, ele apenas conseguia observar uma fraca e pestanejante luz logo á frente, que lhe deu a impressão de ser algum tipo de letreiro. Agora ela estava em silêncio, e os sons audíveis naquele momento se baseavam na respiração de ambos, nos estrondosos cascalhos do terreno e em alguns insistentes grilos que cantarolavam por todo o lugar.

Quando ela finalmente o fez parar, John suspirou em um tom cansado e esperou pela próxima direção que ela provavelmente o faria tomar. Katy deu o sinal verde para que ele abrisse os olhos, e ao observar o local ele a encarou boquiaberto.

– Motel Brasada Ranch? – falou ele enquanto lia o gigantesco letreiro vermelho ao lado da recepção do lugar.

– Bem, eu vi a placa e resolvi aproveitar a viagem...

O lugar havia sido fundado na década de oitenta, e era difícil não observar por vários instantes a estrutura majestosa e ao mesmo tempo interiorana do motel.

O letreiro em neon vermelho piscava insistentemente de uma forma um tanto quanto irritante. Era possível avistar alguns poucos carros aparentando ter quase metade da idade do local, estacionados pelo gigante pátio pouco iluminado em frente a recepção.

Mas talvez a falta de iluminação, fosse afinal de contas, um ponto positivo.

Sem dar qualquer tipo de tempo para uma reposta, ela imediatamente o puxou por uma de suas mãos enquanto adentrava a estranhamente vazia e acolhedora recepção do lugar.

– Boa noite! - uma simpática garota aparentando estar em meados de seus dezoito anos os cumprimentou. – Bem-vindos ao Brasada Ranch, como podemos servi-los?

– Boa noite. – Katy respondeu no mesmo tom de simpatia – Eu gostaria de solicitar... Huh, bem esta suíte. – ela completou apontando para um quarto razoavelmente grande no catálogo em cima do balcão.

– Ótima escolha! Vocês poderiam apresentar seus documentos para que eu possa efetuar a reserva?

John prontamente enfiou as mãos em um dos bolsos buscando por sua carteira, mas Katy imediatamente o impediu de fazê-lo.

MontanaWhere stories live. Discover now