Capítulo 12

2.1K 301 27
                                    

Boa noite, para quem vai ler agora, e bom dia ou boa tarde para os demais horários.

5º capítulo da semana especial do "Não era você" espero que gostem e boa leitura. Amanhã volto com capítulo duplo (Roberto e Rê).

RODRIGO

Estava na casa dos meus pais e adorava aquele lugar. Eles souberam formar um lar repleto de amor e carinho. Não há uma só pessoa que não sinta ou perceba isso.

O Roberto também veio almoçar. Domingo é sagrado para mim. Gosto de ficar com dona Rute. A mulher que criou seus filhos na linha dura, mas hoje até gosto disso.

- Quero conversar com você, Rodrigo –falou depois do almoço.

Somos iguais isso não dá para negar, mas temos uma diferença gritante. Eu não consigo disfarçar meus sentimentos e ele por outro é uma concha. Depois de adultos é muito dificil precisar o que está acontecendo com ele.

- Precisamos conversar embora agora seja um pouco tarde, mas eu preciso dessa confirmação para seguir em frente.

Estávamos no nosso quarto onde há alguns anos também tivemos uma conversa bastante séria, a mais seria de todas. A que nos livrou de uma grande tristeza.

- Do que você está falando? Por que é tarde demais? – estava começando a ficar com sua angústia.

- Você já esteve envolvido com a Regina? – perguntou-me direto.

Sua respiração estava pesada e aquilo realmente era importante para ele.

- Não – falei firme – de onde você tirou essa ideia?

- Pelo fato que os vi juntos há algum tempo. Vocês estavam se beijando. Justo no dia que resolvi me declarar para ela. – aquilo sim era uma surpresa.

- Ah, aquilo?! – os olhos me fuzilaram – se você tivesse esperado mais um pouco teria visto, também – frisei bem a palavra – que não foi nada. Eu a vejo como uma irmã, e  nunca teríamos algo e esclareci tudo no momento, mas porque isso agora depois de tanto anos?

- Por que só agora percebi que vivi amargando o sofrimento dela amar você e eu não poder me meter na história de vocês.

- É ela não é? – perguntei me dando conta que talvez ela estivesse se declarando para ele e não para mim – A Regina é a mulher por quem você sempre esteve apaixonado e não podia ficar com ela? – ele afirmou com a cabeça – aquela que você acreditava que se envolvesse com outras mulheres a tiraria da cabeça.

- Sim, mas achava que vocês tinham algum tipo de relacionamento. Vocês sempre foram próximos, se davam bem. Você é discreto nos seus relacionamentos... – visualizei o peso saindo de suas costas. Ele foi leal ao sentimento que supôs que existia entre nós? O abracei. Meu irmão sempre me foi leal mesmo que isso pudesse ser o seu martírio. Resolvi esclarecer.

- Ela nos confundiu. – sorri - Naquele dia, ela se declarou para mim. Disse que me amava e me beijou. Eu fui duplamente pego de surpresa, porém falei que entre nós não poderia existir nada. Eu a tenho como uma irmã.

- Naquela noite, iria me declarar para ela. Falar dos meus sentimentos e do quanto não poderia ficar sem ela. Então vi o beijo e resolvi não interferi no relacionamento de vocês.

- E por que só agora? Só agora você me chama nessa conversa? – seus olhos estavam inundados. Eu nunca o vi tão emocionado. Ora sorria, mas segurava para não deixar cair a lágrima que brilhava em seus olhos.

- Por que achei que poderia conviver com ela e respeitar o relacionamento de vocês, mas sofria ao vê-la e não poder tocar. Por muitas vezes tentei ser o mais distante. Sentia desejo por ela. Ela é linda e eu tentei resistir. Quando a presença dela ficava insuportável saia com outras mulheres para pode tira-la da cabeça.

- Esse nunca foi um caminho certo a seguir. – alertei-o, embora ache que ele já saiba. – você pode machucar a si mesmo quanto a outras mulheres.

- Não digo que ela é culpada por sair com outras mulheres. Tenho consciência que fazia por que queria. Era meu lado predador falando. Você sabe que sou um sócio assíduo do clube, aquele lugar sempre mexeu muito comigo, mas as mulheres que frequenta aquele lugar sabem das regras, embora me arrependa mesmo de ter ficado com uma mulher fora dele. Essa, sim, vou amagar por muito tempo. Mas não quero falar disso agora.

- Então mesmo com todo esse esquema de esquecimento você não conseguiu esquece-la. – constatei.

- Não e ontem – sorriu mais uma vez – ontem nos beijamos e está mais claro do que nunca, eu não posso viver sem ela.

- Vocês transaram? – não acredito que está falando assim de uma mulher sem ter sido seduzido na cama.

- Não.

- Isso é inacreditável. Você sempre soube aproveitar os prazeres do sexo. Sempre teve mulheres aos seus pés e agora só com beijos você está rendido.

- Você falou certo. As mulheres sempre vinham até mim e não fazia muito esforço, mas com ela é tudo diferente. Ela demonstra sentir algo por mim que beira do amor ou ódio. Mas ela é perfeita e não preciso do sexo para saber disso. O que sempre senti além da paixão por ela era medo. Medo de ceder ao desejo. Medo de mais uma vez ficarmos separados por uma mulher novamente.

Isso é surreal. Ele não pode estar falando sério. Ele abdicaria da mulher que ama sem lutar? Se for isso. Ele não merece uma mulher como a Rê.

- Você ficou louco? Aquilo aconteceu há muito tempo. E reconheço que você foi a parte que mais sofreu mesmo eu estando apaixonado por Cristina – a mulher que nos confundiu e acabou transando com ele no meu lugar – você além de não se perdoar sofreu com meu desprezo, mas isso aconteceu quando eu ainda não tinha maturidade de reconhecer que o erro também foi meu em não falar sobre meu irmão gêmeo. Agora me responda uma coisa. – resolvi, então testar seu sentimento pela Rê.

- Pode falar – era difícil vê-lo se abrindo assim. Essa era a melhor hora para saber suas intenções.

- Por uma remota possiblidade você estivesse certo e Rê e eu tivéssemos um romance secreto o que você faria?

- Eu sairia da cidade, mesmo sendo difícil para mim.

- Prevaleceria sua lealdade em relação a mim. Se esconderia atrás de seus sentimentos? Não conversaria nem com ela ou comigo?

- Não – senti sua sinceridade e ergui uma sobrancelha – prevaleceria o que ela desejasse. Observei vocês nos últimos dias e vi que não eram tão próximos como pensei, conversaria com ela e se tivesse uma chance, por pequena que fosse – olhou para mim com seriedade - lutaria com unhas e dentes.

- Você está disposto a deixar sua vida de aventuras para se dedicar exclusivamente a Rê?

- Sim, aliás, eu há alguns meses deixei de ir ao clube e não saio com tanta frequência com outras mulheres. Comecei a perceber que isso não a afastava da minha cabeça, pelo contrário, percebi que estava a idealizando em pessoas que não poderia ser ela. Por que está me fazendo tantas perguntas?

- Porque tenho a Rê como uma irmã, a irmã que dona Rute não pode nos dá. Quero proteger a Rê como tal e faço isso. Por isso fique avisado que teremos problemas se a fazer sofrer.

- Isso eu jamais vou fazer. Eu a quero feliz sempre e vou cuidar para que a felicidade nunca a falte. Isso se ela ainda me quiser.

- É claro que quer basta olha-la quando você está por perto. Não sei como você nunca percebeu isso.

- Medo. Medo de olha-la nos olhos, e nunca mais voltar a olhar a realidade, aqueles olhos enfeitiçam. Medo de não resistir. Sempre tive o controle de tudo e sei que com ela sou sempre rendido. 

Um capítulo bem grandão o de hj.

Está chegando a hora da conversa dos dois. Como será que eles vão se entender? 

Até amanhã!😚😚😚

Não era você?!Onde histórias criam vida. Descubra agora