Capítulo 15 - parte 1

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Voltei, gente!!! Sei que demorei, mas eu não me senti muito bem nos últimos dias e hoje quase não conseguia escrever pq meu computador deu pane, mas felizmente uma vizinha muito generosa me emprestou o seu notebook. Palmas para ela!!! agora estou com um capítulo muito lindo (que será dividido pq ficou muito grande)- não me matem.

Contudo, espero que gostem!!! e Excelente leitura. Bjuxxx


Ps: escrevi o cpt ao som da mídia acima se vcs quiser deixar tocar ao ler o cpt vai ficar massa principalmente na parte em que o Roberto narra.

REGINA

Entramos no ambiente que nada combina com meu jeito de ser. Sempre idealizei isso aqui como lugar de ser resolver grandes negócios. Um ambiente sóbrio imponente que papai resolveu também montar aqui para suas conversas e negócios importantes. Mesmo que raríssimas vezes tenha trazido trabalho nos seus "finais de semana sagrados de descanso". Esse lugar para mim sempre teve clima de afeto. Quando papai estava aqui gostava de brincar de trabalhar com ele ou simplesmente ficava em seu colo assistindo ou escutando seus conselhos de um bom empresário. Ele me ensinou a reconhecer um bom negocio e que precisamos pesar bem os dois lados para finalizar a comprar.

- Esse lugar apesar de ser intimidador é bem aconchegante – o Roberto constatou.

- Gosto desse lugar me transmite a ideia de sobriedade e precisamos disso. Essa conversa é bastante seria para mim.

- Para mim também – se aproximou e pegou as minhas mãos – nada é mais importante que você, Regina. Mas antes de qualquer coisa precisamos conversar.

- Também acho que uma conversa é bem esclarecedora, embora ache que ela tenha demorado demais.

- Eu sei que deveria ter te proposto antes , mas aconteceram outras coisas...

- Não estou te cobrando, Roberto. Eu também deveria ter deixado o orgulho de lado e te falar poucas e boas. – ele sorriu.

- Mereço mesmo, mas só da segunda vez. Na primeira não tive nada haver com o ocorrido.

- Acho melhor falarmos às claras para não restar nenhum mal entendido. – eu não estava entendendo nada.

- Desculpa – beijou minhas mãos – vamos sentar? Acho que a conversa será um pouco longa.

Acenei com a cabeça e me sentei no sofá de couro preto de papai.

- Eu quis dizer que você tem toda razão em me odiar por ter deixado plantada na sua sala há alguns meses. Mas saiba que nunca na minha vida provei lábios tão marcantes e saborosos.

Apenas escutava sua fala e tentava controlar as batidas do meu coração.

- Aquilo me rendeu muita raiva e se juntou ao montante de sua divida comigo. E principalmente por ontem que mais uma vez quebrei minha promessa de nunca mais te dar uma chance. Por duas vezes baixei minha guarda e você sambou no meu coração. – falei magoada – magoa ser rejeitada. Por isso que ontem resolvi te dar o troco e não te deixei me rejeitar pela terceira você.

- Eu sinto muito que você tenha se magoado tanto assim, mas eu não tinha noção do quanto eu significa para você, muito pelo contrário estava me sentindo no inferno por ter você em meus braços e não sentir nenhum remorso pelo Rodrigo até que o próprio se materializou na minha frente e por um momento só pensei em nossa briga do passado e não sabia dos seus sentimentos apenas fui ao encontro dele para não deixar as coisas chegarem ao mesmo ponto do passado.

- Como não sabia? Você sabia o quanto eu te amava. Eu te disse isso e você me rejeitou pela segunda vez. – respirei fundo – desculpa Roberto, mas ficar lembrando o que não pode ter conserto não vai nos ajudar. Você já tinha me provado que não me queria. Até me disse que me via como uma irmã. Confesso que quando pareceu me olhar diferente achei bom porque era o momento de me vingar de você e fazê-lo sofrer também, mas só quem saiu sofrendo nesta história fui eu. Sempre procurei saciar meus desejos e encontrar os mesmos sentimentos com outras pessoas e só me sentia mais sozinha.

- Eu não sei se me envaideço ou fico puto com essa informação.

- Você também não ficou sozinho que sei. Sei como as garotas na faculdade caiam sem cima de você.

- Mas nunca fiquei com nenhuma na sua frente. – defendeu-se - quando estávamos todos juntos com nossos amigos sempre esperava que você me desse uma chance.

- E o que você fez quando te dei uma chance? – comecei a me alterar – me rejeitou, me humilhou. De fato você nunca ficou nem na faculdade e nem depois, na clínica, com mulheres na minha frente. Mas nunca era eu que estava nos seus braços. – estava estressada e me magoando ainda mais com aquela conversa. – você não precisaria me apresentar outras mulheres para eu ter certeza que você não ficaria sem ninguém pelos nove anos. E como você eu também não fiquei. Então não me venha me cobrar algo que não existe. – levantei-me. Estava agitada demais para ficar parada.

- De fato não temos nada a cobrar um do outro. Nós não tínhamos compromisso. Eu era solteiro e você também. Poderíamos fazer o que quisermos de nossas vidas, mas o foco não é esse. E nem estou te cobrando nada.

- Quer saber, Roberto?  Acho melhor pararmos por aqui. Nós dois não vai dar certo, talvez as mágoas sofridas tenham se tornado maiores do que o amor que sinta por você, aliás, isso já foi há muito e eu deveria ter seguido a minha regra de não dar uma segunda chance. – falei de acordo com os ensinamentos de papai.

- Escuta, Regina – se aproximou de mim e instintivamente dei um passo para trás. Já ficou claro que não posso ficar muito próxima dele e toda minha resistência vai embora – começamos tudo errado. Tudo entre nós começa com atropelos.

- Verdade por isso quero que você vá embora. – falei firme.

- Mas...

- Você me prometeu que se eu pedi para você ir, você iria. – lembrei-o.

Sua fisionomia mudou. Apareceu uma nuvem em seus olhos. Uma decepção que quase dava para tocar.

Ele apenas desistiu de falar, olhou-me por alguns segundos e deu-me as costas. Seguiu em direção à porta. Sua mão tocava a maçaneta e meu coração bandido parecia querer me abandonar e seguir com ele.

Sentei-me na cadeira giratória de papai e a girei não queria vê-lo ir embora tampouco me preocupar como ele iria sair daquele lugar sem carro ou sem dinheiro. Não queria dar ouvidos aos sentimentos que ainda me prendiam a ele e fechei meus olhos.

- Eu vou, mas antes preciso dizer que não era eu – meu coração estremeceu com sua voz sofrida. Abri meus olhos, mas não virei – naquele dia você se declarou para o Rodrigo e não para mim e só descobri isso hoje. Era sobre isso que queria falar. Quando finalmente descobri corri feito louco para você.

Como se tivesse alguém me puxando de volta ao passado volto a cena na minha cabeça. Eu não tinha como errar. Tinha?


Espero que tenham gostado e até a próxima parte do capítulo.

Como será que esses dois desastrados se resolverão?

Obrigada pelas leituras, votos e comentários.

Não era você?!Onde histórias criam vida. Descubra agora