8# Robô

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Eu e Dylan voltávamos quietos para o nosso quarto, ele não dissera nada desde que perguntei pela 5°vez se ele estava bem; e ele disse que sim, mesmo que eu não estivesse tão convencida disso; quando chegamos no nosso quarto, dava pra se ouvir alguém falando bem alto de lá de dentro, a voz era fina e bem feminina.

-"As árvores passavam devagar pelos olhos de Pietro que abraçava sua mãe"-Alyce gritava as palavras, andando de um lado pro outro do quarto com um livro na mão, ela parecia uma louca; mais eu não iria julga-lá-"Marco do lado esquerdo da carroça, com uma perna esticada e a outra apoiando seu violão, tocava trazendo bons sons para o ouvido de todos. Os pequenos pássaros passaram voavam aos arredores das bordas da carroça."

-ALYCE OQUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO?-Dylan gritou pra ser ouvido através do falatório que ficava melodioso quanto mais ela lia; mesmo assim Dylan parecia com raiva, e Alyce nem parecia ter nos notado ali pois continuava.

-"Cravinas rosadas podiam ser vistas em meio as plantas ao lado direito, e ao esquerdo, o imponente mar que brilhara com o sol. Bem rápido o reflexo de Marco foi visto na água. Sua música conseguia até agitar os peixes que antes, parados, passaram a locomoverem-se depressa pelo susto com o bater dos graves sons das cor..."-ela olhou pra nós com os olhos arregalados parecendo finalmente perceber nossa presença.-ah Oi pessoal! como foi a visita?

-legal. mais aliás oque você estava fazendo? e que livro é esse?-Perguntei, Enquanto Dylan passou pisando duro por mim e com uma expressão zangada, subiu na sua cama e se deitou, sem dizer nada; porém eu e Alyce continuamos conversando.
-Lendo! não é óbvio!? e o nome do livro e Metal Slug, achei por aí sabe, nas coisas do Cameron.-ela disse casualmente.
-sua ladrazinha! sabia que era você que estava mexendo nas minhas coisas.-falei em tom brincalhão.

-Eu não fiz nada.-ela estendeu as mãos ao alto, deixando o livro cair, depois começou a rir, era a primeira vez que via Alyce rir, ela parecia bem humorada, pelo menos bem mais do que antes de sairmos. ela tinha uma risada fofa, haviam garotas de voz fina que quando riam suas vozes saiam estranguladas; porém a risada da Alyce era doce, suave, não estrondosa nem fina demais.

-Alyce você está bem?-foi a vez de Dylan perguntar, ele tinha estendido a cabeça pra borda da cama e a expressão zangada tinha se suavizado pra um sorriso, com covinhas e tudo; me perguntava se fora a risada de Alyce que o deixou feliz.
-melhor impossível, seu idiota.-ela ainda era a velha Alyce de sempre.

quatro dias se passaram desde aquele dia, quatro dias corridos, dolorosos, amigáveis, risonhos; meus antes "AMIGOS" haviam se tornado amigos verdadeiros; Alyce tinha se tornado um pouco mais aberta porém ainda antipática, não falava sobre a sua família nem nada relacionado a ela, porém era fácil conversar com ela. Dylan mesmo sendo um garoto riquinho e mimado, até que era legal de se conversar, não era nada parecido com nenhum dos meus irmãos, mas não tinha interesse sexual nele; mesmo que ele tivesse 17, eu tinha princípios de não ficar com alguém que teria que ser babá. Ele sempre ficava feliz com Alyce por perto era tão óbvio que ele gostava dela; mais sabia que ela tinha o mesmo pensamento que eu, sendo assim, pobre Dylan. Sobre Cameron, ele ainda era o esquisitão.

Nos estávamos no final de uma aula, eu estava realmente interessada, gostava de química, Dylan dizia que preferia física mais que também aprenderia sobre química, e Alyce, ficava fazendo uns desenhos em seu caderno, e resmungando como sentia falta de grafitar; nós estávamos guardando as coisas nos nossos armários quando um barulhinho de alerta ecoou, não era alto parecia ser apenas na nossa sala.

-Ei! eu só quero ver!-Alyce dizia.
-Armário restrito ao educador sinto muito.- a robô que era nossa professora respondia.
-Ei Ei! oque está acontecendo aqui?-me coloquei entre as duas achando que a qualquer momento Alyce podia pular em cima daquele robô.

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