-Vá se divertir um pouco, tome um drink, vai perceber que o mundo é muito mais interessante se você não estiver sóbria.-dizia a mulher de cabelos louros, dando uma piscadinha, enquanto fumava em um beco.
-Eu...tô com medo...-Eu fazia um biquinho.
-relaxe querida, seus problemas vão sumir com uma dose, confie em mim.-ela me oferecia a bebida que estava em sua outra mão.
quando peguei, era uma bebida rosa que queimou minha garganta e me deixou zonza; sentia as lágrimas descendo pela minha bochecha quente, a sensação foi horrível no começo, aquele êxtase no final; o mesmo êxtase que eu sentia aos 12 anos, eu ainda sentia com 18, tantos anos depois.
Acordei com olhos cor-de-rosa me olhando, grandes olhos, que eram a única coisa em destaque. Alyce estava apoiada na minha cama, me encarando.
-oque está fazendo?-perguntei enquanto me levantava e arrumava os cabelos, que estavam desgrenhados.
-nada, você é só muito bonita, Brooke.-ela sorriu.
então percebi algo que não havia percebido na na noite anterior, eu havia chegado tão cansada; mais uma festa, mais bebida, mais música; não que eu não gostasse, só não aguentava o ritmo como antigamente. DJ não havia aparecido e eu devo ter pegado alguns caras, minha cabeça estava explodindo. percebi que o braço de Alyce estava enfaixado.
-oque aconteceu com o seu braço?-perguntei, e percebi o incomodo dela com a pergunta, o sorriso desapareceu rapidamente, virando uma expressão passiva.
-Eu tentei me matar.-ela disse como se tivesse sido algo casual, que acontecia as vezes, e deu um suspiro.-Eu bebi e percebi que a minha existência não era nada menos que insignificante.
-MAS QUE PORRA!?-gritei boquiaberta.-ALYCE HARRIS!
-oque? eu estava sofrendo iria acabar com aquilo de uma vez por todas.-a voz dela era suave, não estava gritando, na verdade estava até estranhando tanta calma.
-TÁ MAIS MESMO ASSIM, NÃO SE DESISTE DAS COISAS ASSIM; DYLAN, EU, A GENTE SENTIRIA A SUA FALTA! NÃO PODE FAZER UMA COISA DESSAS NUNCA MAIS!-gritei, segurando os ombros dela para olhar nos olhos, estavam de um rosa claro agora; percebi que ela usava uma camisa maior que ela mesma, branca e de botões, ela parecia um fantasma totalmente branco.
Alyce apenas suspirou
-Nunca mais faça isso!-eu a abracei, e ela me abraçou de volta, pra minha surpresa; senti o cheiro do Dylan na roupa dela, e me perguntei oque ele havia feito no dia passado já que não o tinha visto.
-Brooke, Brooke!-senti os tapinhas nas costas.-já chega, preciso te perguntar uma coisa.
-pergunte oque quiser.-respondi me afastando um pouco.
-por que você me defendeu lá no refeitório? você conhecia a minha mãe? estive me perguntando isso desde que cheguei e você citou o nome dela.
-conhecia, há muito tempo, ela...ela foi uma como uma mãe pra mim e só nos vimos duas vezes, e mesmo assim, ela era incrível...-me perdi em devaneios de novo.
Os homens me olhavam com desejo e prazer, era fácil conquistar qualquer um deles, bastava um olhar e já estavam se derretendo pra cima de mim, aos 14 comecei a usar roupas mais ousadas; queria ser desejada, sempre me lembrava da voz da mulher loura dizendo que tudo melhorava com um drink.
precisava do amor daquelas pessoas, precisava que elas sentissem inveja e quisessem ser como eu; meus pais nunca haviam me amado, precisava daquele amor. Até que uma noite, quando tinha 16, eu vi, no bar daquela boate, os cabelos esvoaçantes e louros, os olhos verdes, as roupas justas e o sorriso malicioso e doce.
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Dystopia
ActionEm um mundo onde a tecnologia e os avanços dominam também há suas partes ruins, mortes, doenças, um governo autoritário com classes sociais oprimidas que são o cúmulo da sociedade. nesse cenário desordeiro uma empresa luta em causa das crianças e ad...