Meu dia havia sido bem solitário, jogar xadrez com o clube de Cameron, comer, zanzar por aí, acompanhar Brooke, e nada da Alyce; Alyce estava muito diferente desde então, talvez fosse a depressão, nunca falava com ninguém, nunca parecia se importar com nada, estava sempre triste, e a ouvia chorar a noite. Naquele dia em especifico tinha me surpreendido por ela ter chorado no meio do refeitório ao invés de ser grossa ou sarcástica com aquele ruivo, ela havia voltado pro nosso quarto chorando, tentei ir atrás porém Brooke me segurou e disse pra dar um tempo a ela.
agora já estava de tarde, eu estava indo em direção ao nosso quarto esperando vê-la enrolada em um cobertor chorando baixinho ou algo do tipo, quando de repente algo chamou minha atenção, ao passar pelo corredor que levava ao nosso quarto, havia uma linha na parede branca, como se alguém tivesse passado algo com os dedos ali, chegando mais perto percebi que era algo vermelho, sangue!?
Com o coração martelando no peito segui a linha de sangue na parede, a linha parava bem na porta do meu quarto, e havia um formato de mão ensanguetada na porta; mesmo Hesitante, abri a porta, a cena ali me dentro me paralisou, meu coração gelou. Alyce estava em posição fetal com a cabeça entre as pernas, no chão, com as costas em sua cama; seu braço esquerdo pendia ao lado, ele estava todo ensanguentado, vi cortes por ele todo, pequenos cortes, porém espalhados. Quando ela se mexeu pude ver uma faca, não muito grande em sua mão direita, também coberta de sangue, ao lado de Alyce haviam três garrafas de alguma bebida. vazias.
Alyce levantou a cabeça quando me viu, seus olhos estavam marejados e de um rosa bem claro e delicado, ela deu um risinho melodioso que me soou assustador, depois, fechou os olhos, e seu corpo pareceu leve, pendeu para o lado, ela havia desmaiado ali; largando a faca e com os braços estirados no chão.
eu estava completamente paralisado e sem saber oque fazer, oque se faz em uma situação dessas? a garota que eu gostava estava ali, bêbada, desmaiada, machucada, sangrando, chorando e provavelmente queria morrer; oque em sã consciência, EU, poderia fzr? Tudo bem Dylan, pense; ela tá machucada, você precisa cuidar dos ferimentos dela.
-Mais que droga você fez Alyce!?-falei desesperado forçando meu corpo a se mover, ao chegar perto dela vi os machucados no braço, era vários cortes em seu braço, o sangue jorrava deles; ela definitivamente ou havia tentando suicídio ou queria se fazer sofrer; mas a troco de quê? por que ela faria isso? oque estava acontecendo?
Peguei seu pequeno corpo no colo, ela era muito leve em meus braços; eu precisava leva-lá a enfermaria, seria a coisa mais lógica a se fazer, eles cuidariam dela lá pelo menos, não queria vê-la se auto destruir.
-N-não m-me leve p-pra lá-ela pareceu acordar um pouco, começou a lutar, me dando soquinhos e tentando se afastar, porém ela estava tão fraca que eu quase não a sentia tocar em mim; depois ela pareceu ficar sonolenta de novo e foi fechando os olhos devagar.
-não tenho escolha, Alyce, lá é o único lugar em que podem cuidar de você.-respondi e dei um beijo no cabelo dela, ela não estava com seu cheiro rotineiro tinha cheiro de suor e álcool; mas ainda assim foi reconfortante ter ela ali nos meus braços e poder beija-la mesmo que não fosse o beijo perfeito.
abri a porta com Alyce e me surpreendi ao ver outro cara ali, ele era da minha altura, tinha cabelos tão brancos quanto os de Alyce e olhos verdes; quando viu ela nos meus braços, fez uma cara de surpresa e descrença.
-oque deseja? não sei se percebeu mais as coisas não estão muito bem por aqui.-falei em tom sério e firme.
-Eu vim ver a Alyce, conversamos mais cedo e ela tinha começado a beber, só que me expulsou do quarto; queria ver como ela estava.-ele deu mais uma olhada pro corpo dela.-pelo visto não muito bem.
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Dystopia
AksiEm um mundo onde a tecnologia e os avanços dominam também há suas partes ruins, mortes, doenças, um governo autoritário com classes sociais oprimidas que são o cúmulo da sociedade. nesse cenário desordeiro uma empresa luta em causa das crianças e ad...