2# Moore

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Eu brincava com meu coelhinho de pelúcia quando mamãe entrou na sala, ela estava abraçando um homem alto, com cabelos escuros e olhos cinzas; ela sempre trazia um cara diferente pra casa, me dizia que tinha que ganhar dinheiro de alguma forma e aquela era a forma que funcionava pra ela; e que ia cuidar de mim a todo custo. Ela e o homem foram se abracando para o quarto da minha mãe.
Depois de um tempo brincando de festa do chá com meu coelhinho Luffy, peguei no sono, no tapete da sala, não era tão confortável, mais eu estava com meu coelhinho era isso que importava.

-Ally, Ally acorda filha-mamãe sussurrava pra mim enquanto me cutucava pra acordar.

-oque foi mamãe? Mais um homem te machucou?-sussurrei de volta enquanto esfregava os olhos, minha mãe sempre foi a mulher mais bonita do mundo pra mim, ainda queria ser tão bonita quanto ela quando crescesse.

-não se preocupe com isso querida, só quero colocar você na cama.-ela sorriu, aqueles sorrisos q só ela conseguia dar, aquele sorriso calmo e sereno.

Eu me levantei do tapete com o coelhinho nos braços, peguei a mão da minha mãe com minha mãozinha e nos fomos até o meu quarto.

Depois de um tempo acordei, com um barulho de conversa baixinha, aos murmúrios, mais sabia que era só minha mãe ao telefone, levantei de fininho da cama e escutei através da porta.

-sim... sim claro que ela está bem... não! Ficou louco!?... não podem te-la... não a minha garotinha... sabe que ela é a últi--- ela não terminou a frase.

Por que depois disso, ouve um som alto de ruído, uma luz ofuscante, ainda me sentia pesada, sonolenta; pisquei os olhos mais não melhorou muito, tudo ainda parecia muito branco, machucava tentar ver, até eu ver um borrão cinza na frente do meu campo de visão.

-Alyce Harris ou Ahhy, bem-vinda a CAUS.-a voz do homem ainda soava estranha e distante

Desde pequeno eu queria ser o melhor, queria que as pessoas me levassem como exemplo, que me aplaudissem de pé, que falassem que eu era o cara, mais isso nunca acontecia, por que eu definitivamente não era o cara; não era oque meus pais achavam pelo menos, se achassem que eu era bom o bastante não teriam pago pra CAUS me levar, e agora eu não teria que fazer todos aqueles exames ou tomar calmantes e analgésicos, não teria que aprender a diferenciar sonho de realidade; mais tive que fazer isso; por que oque quer que eu faça eu não seria bom o bastante.

-Está na hora de acordar Sr Moore;-dizia uma das mil enfermeiras que ali trabalhavam; essa parecia jovem e excepcionalmente animada.

-Bom dia.-dizia enquanto me ajeitava naquela cama desconfortável, naquele lugar desconfortavelmente branco, tudo parecia morto, as telas com tecido que separava os leitos, as cortinas que abriam o meu leito, a cama, as máquinas que tinham fios e cabos injetados no meu corpo.

-dia não, tarde, acordamos você mais tarde hoje por causa de um novo paciente, não queríamos confusão; já que essa nova paciente parece a confusão em pessoa.-ela parecia do tipo de enfermeira que sempre fofocava sobre as coisas diferentemente das que nem davam bom dia.

-nova paciente? O caos em pessoa?-perguntei ainda meio grogue.

-sim, ela é bem barra pesada, parece que precisaram até de 5 enfermeiros pra não deixar ela fugir do seu leito, tiveram que usar sedativos bem pesados, ela não deve acordar tão cedo; e espero que não seja eu quem tenha que vê-la quando acordar, disseram que era ela quem fazia aqueles grafites com a assinatura de Ahhy, já deve ter visto, não?-ela não parava de falar não dava nem tempo de eu falar alguma coisa.-pois bem, parece que houve uma denúncia anônima dizendo aonde ela estava e agora estamos com uma criminosa aqui; não sei oque vão fazer com ela mais provavelmente só vai acontecer tudo que acontece com as crianças.

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