Elevador

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_Bom diaaaaa!

Digo animada entrando no quarto.
Depois da conversa de ontem, combinamos de ir numa escola de idiomas fazer minha matrícula e depois pegaríamos meus pertences na casa.
Fiquei toda animada com o papo de sexo e palmada, mas ele não me tocou. Foi muito educado dizendo que irá respeitar meu tempo, mas eu já estava louca para pular em cima dele.

_Acordou animada é!

_Simmm, quero muito pegar meu celular e falar com todos.

_Falando nisso, o detetive descobriu que sua mãe fez um B.O. sobre seu desaparecimento.

_Imagino. Desde que cheguei não consegui falar com ela!

_Você vai dizer tudo o que aconteceu?

_Claro! Ela deve estar preocupadíssima. - Ele me olha serio e não fala nada.
_Por quê?

_Não sei se seria bom você contar tudo. Ela iria ficar mais preocupada.

_Mas não tem como não falar..

_Omita essa parte do tráfico. Diga que ficou sem celular e não conseguiu contato. - Reflito suas palavras e descemos para tomar café.

-/-

_Essa é a mesma escola que aprendi falar português.

Estamos em uma pequena escola de idiomas no centro de Vancouver e uma senhorinha vem sorrindo na nossa direção.

_Meu pequeno Willian, como você está grande! - Os dois se abraçam e pela primeira vez, vejo ternura nos seus lindos olhos.

_Fabíola, está é a Senhora Morgan Killen, Senhora Killen está é a Senhorita Fabíola Mors!

_Oh meu filho, nada de senhora! Morgan querida, apenas Morgan. - Ela me cumprimenta sorridente falando em português.
_O que fazem nesta pequena escola?

_A senhorita Mors irá estudar aqui.

_Que maravilha! E qual idioma você veio aprender querida?

_O inglês!

_Ensinei o pequeno Wil a falar português perfeitamente e você irá apreender o inglês perfeitamente!

_Então ela estará em boas mãos! 

Os dois conversam mais um pouco e nos despedimos com minha matrícula realizada.

-/-

_Está nervosa?

Ele olha minha mão apertando a porta tão forte que os dedos estão ficando brancos.

_Muito! O que você vai falar?

_A verdade! - Arregalo meus olhos indignados.

_Você não pode falar! Eles vão machucar minha mãe eu te contei...

_Sim, mas a verdade é que preciso de seus documentos e pertences pois iremos viajar na segunda! - Uffaaa! Quase tive um infarte agora.

_Quer entrar? - Nego com a cabeça.

Ele anda em direção a porta e logo à abrem. Aguardo no carro apreensiva.
Minhas mãos estão suando e o nervosismo toma conta de mim.
Cada minuto parece uma eternidade.
A rua é deserta, só tem árvores e mato por todos lados.
Graças a Deus, Will é rápido. E retorna carregando minha mala.
Respiro aliviada.
Agora sim o inferno de voltar aquela casa acabou!

_O que você trouxe aqui dentro? Um corpo?

_Ai nem está tão pesada assim!

Enquanto ele dirigi de volta para casa, vamos conversando sobre algumas coisas.
Na verdade, eu vou tagarelando porque ele quase não me conta nada.
Apenas descobri que ele tem 38 anos e é dono de um grande banco com filiais em vários cantos.

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