William

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"_WILLIAM...
_Oi? - A claridade vai sumindo e revelando um jardim enorme. Estou confuso, pois agora pouco eu estava com Fabíola e do nada, vim para aqui... CARALHO! Eu morri?
_Não meu filho, ainda não!
_Pai? - Parece ser uma miragem, mas meu pai está bem na minha frente.
_Eu vim te ajudar! - Tento andar até ele, mas não consigo. Pareço flutuar e não sentir meu corpo.
_O que está acontecendo? Onde eu to?...
_Está tudo bem! - Olho ao redor e vejo como esse jardim é bonito. O verde da grama é tão brilhante, que parece reluzir a ouro. As borboletas e pássaros, voam livremente entre as árvores, numa perfeita harmonia.
_Isso é o céu? - Ele sorri e não responde a minha pergunta.
_Sabe filho, eu estou orgulhoso de você!
_E por que estaria? Eu fiz tudo errado.
_Ah isso eu não posso negar, mas você reconheceu todos seus erros e se arrependeu. - Isso é tão real, que parece que meu pai está vivo. _E não é só por isso que me orgulho de ter um filho como você.
_Bem, eu imagino que seja por causa da empresa...
_Também não.- Ele coloca as mãos no bolso e olha sério pra mim. _Você sentiu o amor!
Fico sem entender o porque que isso seria motivo de orgulho, afinal, isso é normal. Todo mundo ama, desama e por ai vai.
_Você não estava naquela boate por acaso, você foi predestinado a tudo isso, mas o amor foi uma escolha sua.
_Está falando da Fabíola? - Ele concorda e sorri alegremente. _Mas eu à perdi, pai.
_Não perdeu, meu filho. - Começo a sentir meu corpo, mas ele está meio dormente.
_Como assim?
_Eu menti e escondi muitas coisas de você, William! Me arrependo amargamente disso, mas agora eu vou te ajudar e só assim, terei a minha paz. - Ele suspira e volta a me olhar sério.
_Olha pai, eu to achando bem legal esse sonho, mas eu não to entendo nada do que o senhor está falando e... AAIIIIII!
Caramba! Que dor.
_Oo qque...fooi isso? - Sinto uma dor muito forte no peito, acompanhada de choques e socos.
_É o desfibrilador. - Minha visão fica embaçada e enxergo meu pai com dificuldades. _Você está no hospital agora e estão tentando te reanimar, mas você só voltará quando se lembrar da sua mãe.
_AIII CÉUS! - Isso dói demais!_Minha mãe? Ela morreu quando eu nasci, como vou lembrar?
_Não meu filho, eu menti para você. Sua mãe está viva e nunca saiu do seu lado!
_O QUÊ? - Porraaaaa! Cada vez mais eu sinto meu corpo, e a dor é demais.
_William, sua mãe pode te salvar, mas só ela vai poder se você á encorajá-la a quebrar todas as regras.
_EU NÃO TENHO COMO SABER QUEM É! - Estou tonto e as dores estão passando, devo estar morrendo nesse momento.
_Meu filho, tente se lembrar de quem sempre esteve ao seu lado...
_ME DIZ LOGO QUEM É!
_Eu não posso. - Minha visão volta ao normal, mas não vejo meu pai.
Olho para todos os lados, procurando ele, mas nada vejo. Começo a pensar em quem poderia ser minha mãe e fico mais confundo. Eu passei por tantas babás, professoras e namoradas do meu pai, que qualquer uma poderia ser minha mãe.
_PAI? - Ninguém responde.
Vejo o sangue jorrar do meu peito. Eu estou morrendo!
Me ajoelho sentindo a franqueza dominar meu corpo, mas minha cabeça ainda trabalha pensando em tudo. Estou partindo e deixando a única mulher que amei, grávida do meu filho. Um filho que nunca vou poder ver o rosto e nem sentir seu cheiro. Não vou poder me despedir daqueles que sempre me apoiaram e estivem comigo ao longo da vida, que eu... MAS...Claro!
Ela é minha mãe...."

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