A Intercambista

Teste

Já tinha desistido da idéia de conseguir um emprego, mas na segunda feira, recebi um e-mail de uma editora online me convidando para trabalhar com eles. Fiz uma entrevista via Skype e fui aprovada na hora.

Graças a isso, meus dias em casa têm se tornado interessante. Agora faço parte de uma equipe de tradutores brasileiros e ainda ganho um dinheirinho traduzindo livros, poesias, etc...
Will gostou da idéia de trabalhar em casa. Principalmente pelo fato que quando ele chegar em casa vou estar sempre aqui para recebê-lo. Uma idéia totalmente machista e até brigamos por isso. Quero trabalhar fora, conseguir um bom cargo, ter meu dinheiro. Não vim pro Canadá para arrumar namorado rico. Vim para estudar e ter minha independência.   

Eu disse namorado? 
Will é meu namorado?
Nunca pensei nisso, mas não temos uma definição do que somos. Estamos morando juntos, nos amamos, mas não somos casados e nem namorados.
É mas morar juntos já é casado, né?

Passo a semana traduzindo um livro de romance.
Na história, Suzane se vê atraída pelo sócio do marido. Um pedaço de mau caminho e sedutor barato, chamado Nathan. Ela sabe que é proibido, mas seu corpo não entende isso. 
Suzane é a típica mulher do lar. Boa mãe casou virgem, educada, prestativa e inocente. Já seu marido é um galinha que não à respeita. Diz que vai viajar, mas passa o final de semana na casa da amante. Ela se vê presa a ele, pois não tem um emprego ou uma profissão a seguir e assim, vive para servir o marido. Uma perfeita submissa. 
Peraí!

Eu estou parecendo Suzane!

Dependo do Will. 
Não tenho casa, não tenho emprego, nem dinheiro e só sirvo para servir ele. 
Merda!
E agora estou fazendo isso. Esperando ele pra jantar.
Ugggrrrr.

-/-

_O que somos Will? - Estou sentada na mesa, degustando um vinho que peguei na adega dele. Pelo jeito deve ser bem caro, pois estava na ultima prateleira, como um "troféu".  

_Como assim?

_Estamos juntos e todo relacionamento tem uma definição. 

_Hum. Somos namorados?

_Somos?

_É?

_Não  sei, você não me pediu em namoro. 

_E é preciso? - Olho indiferente pra ele e bebo um bom gole. Ele tira o terno, se ajoelha e pega minha mão.

_Fabíola Mors, você aceita namorar comigo? - Suzane me vem a cabeça e me lembro da submissão a Nathan. Tiro minha mão com raiva e pego o garfo para comer.

_Vou pensar no seu caso, agora vamos jantar que estou com fome. - Will fica ajoelhado sem entender nada. 

-/-

_Você é bipolar sabia? - Estamos no sofá assistindo Grey's Anatomy, e eu não paro de chorar. Só morre gente nessa série. Tá louco.

_Por quê?

_Ontem estávamos tudo bem, e a meia hora atrás você estava brava e agora, esta aí chorando.  

_Não estou chorando por causa de você. É por que o George O'Malley morreu. 

_Quem?

_Ai nada Will, esquece! - Ele me abraça e beija minha testa. Reclamo de seus apertos e Will fala que estou de tpm.

_Quer um chocolatinho?