Katelyn

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Estávamos todos no apartamento do Norman, inventei uma história de trabalho para ele... Achei melhor ninguém saber de nada até tudo se resolver, já bastava a mãe da Lily sabendo, não precisávamos dos outros pais envolvidos também.

Chandler e Mingus não haviam trocado uma palavra ainda e eu estava ficando preocupada... Eu entendia a Lily estar distante e precisando de um tempo, mas o Mingus poderia se resolver com ele né... Qual o problema?

Alaska, Chuck e Farkle também estavam aqui, Lily chamou o Farkle e bom, Alaska e Chuck eram nossos amigos.

Maya também estava aqui, afinal, íamos precisar dela. Mesmo que agora ela esteja nos ajudando, eu ainda sinto vontade de enfiar minha mão na cara dela... Mas, eu estava me comportando, ou tentando né.

**

— Vocês vão mesmo fazer isso? — Chuck perguntou após contarmos toda a história.

— É a única forma do pai do Matt acreditar em nós. — falei.

— Como vocês sabem que é a única forma? — Farkle perguntou.

— Eu já tentei falar com ele, mas ele confia no filho né. — Maya respondeu.

— E devemos confiar nisso? — Alaska perguntou desconfiada. — Afinal, a Maya pode estar do lado dele ainda.

— Eu não estou mais do lado dele... — suspirou. — Ele é louco.

— Como vai ser então? — Lily perguntou.

— Vou mandar uma mensagem para ele dizendo que quero vê-lo e que não vou ficar aturando suas ameaças. — falei. — Ele vai se irritar comigo e querer me encontrar para me ameaçar mais ainda e nisso eu gravo tudo.

— Por que não fazemos através de mensagens? — Farkle sugeriu. — Digo, o pai dele acreditaria nas mensagens, né?

— Ele não usa o número dele para se comunicar conosco. — Chandler falou.

— Por que a Katelyn tem que fazer isso? — Mingus perguntou e eu segurei em suas mãos. — Poderia ir o Chandler, não?

— Se o Chandler for ele vai saber que eu estou querendo desistir disso também. — Maya falou e a olhamos confusos. — O certo é eu pressionar o Chandler e não deixar nem ele ter contato com vocês ou com a Lily... E agora a Katelyn faz as coisas por livre e espontânea vontade.

— Não estou gostando disso. — Mingus falou apertando minhas mãos.

— Gente... — falei. — Vou conversar com o Mingus no quarto e já volto.

Puxei Mingus para o seu quarto e tranquei a porta. Ele me olhou confuso e eu apenas o abracei forte.

— Não se preocupe e confie em mim. — falei. — Ele é só um adolescente como nós passando por problemas.

— Eu confio em você. — respondeu. — Mas é nele que não confio, não sabemos como ele vai reagir com suas provocações.

— Mingus, ele não vai tentar me matar. — tentei segurar o riso. — Não se preocupe, sério.

— Eu realmente não posso ir junto?

— Não, você precisa ficar aqui, com a Lily.

— Ela tem o Farkle, Alaska e Chuck... — respondeu

— Mingus...

— Tá bom, eu fico. — revirou os olhos e me abraçou novamente.

**

Assim que voltamos para a sala, eu mandei mensagens para o número que Matt estava usando e fiquei aguardando uma resposta.

**

Desconhecido: No galpão perto do seu colégio, daqui 20 minutos.

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— Galpão? Sério? — Farkle perguntou. — Ele acha que a vida real é um filme? Uma novela?

— Ele deve estar querendo alguma ação pra vida dele. — Chuck riu.

— Ok, gente. — falei. — Eu preciso ir.

— Você entendeu tudo certinho né? — Chandler perguntou. — Coloque o celular para gravar no bolso e provoque, provoque muito.

— Eu entendi. — respondi.

— E se tudo der errado...

— Um chute no meio das pernas e sair correndo, eu entendi. — ri. — Relaxa gente, ele não é nenhum psicopata... Só é um adolescente bem perdido. — falei.

— Ok, tome cuidado. — Chandler me abraçou.

— Tome cuidado, Katelyn. — Alaska falou me abraçando.

— Cuidado, kitkat. — Chuck falou.

— Eu vou tomar cuidado. — respondi olhando para a Lily que ainda não havia se pronunciado. — Li?

— Só... Cuidado. — falou ainda longe de mim e eu entendi o recado.

Sorri fraco para Lily e me virei para Mingus. Ele me abraçou forte e me beijou.

— Amo você. — ele falou em meu ouvido.

— Eu também te odeio. — respondi e começamos rir.

**

Peguei meu celular, a chave do carro e desci para a garagem... Eu estava dizendo para todos ficarem tranquilos, mas eu estava com medo também. Apesar de saber que Matt era só um adolescente com problemas, nunca se sabe o que ele poderia fazer.

Cell phone II ➸ Chandler Riggs Onde histórias criam vida. Descubra agora