Katelyn

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Estacionei o carro em frente ao galpão e peguei meu celular o colocando no gravador.

— Então tá. — pense alto colocando o celular na bolsa, ainda com o gravador ligado.

**

— Olá? Tem alguém aí? — perguntei assim que entrei e o silêncio permaneceu. — Olá?

— Você é pontual. — falou. — O que quer falar?

— Eu não vou aceitar suas chantagens, Matt. — falei. — O que quer que saiba sobre nós pode divulgar e fazer o que quiser, eu não ligo.

— Ótimo! — bateu palmas enquanto ria sarcástico. — Você não liga, mas e seus amigos? E seu pai?

— Meu pai?

— Oh, você sabia que a empresa dele tem vários processos né? — sorriu.

— Todas grandes empresas tem processos.

— Mas só as que divulgam que começam cair. — concluiu. — Quer mesmo desistir de tudo e ver seu papai perder a empresa? Ou melhor, ver sua sogrinha passar vergonha?

— Você não tem nada contra a Helena!

— Mas posso inventar.

— Então trate de ter boas ideias, pois eu já contei tudo para a Lily! — falei e ele fechou a cara na hora.

— TUDO O QUE? — gritou.

— Que você é um adolescente perturbado e quis acabar com a felicidade dela criando essas chantagens.

— Você contou sobre...

— O pai dela? — interrompi. — Não precisei, Stella fez isso por mim.

— Mesmo que ela saiba a verdade agora, isso não significa que não posso ferrar a vida de vocês.

— E você quer ferrar nossa vida porquê? Por que não conseguiu ter a Lily de volta? Ou por não ter amigos?

— Simplesmente por vocês serem desprezíveis. — falou. — Toda essa felicidade falsa que passam pela internet, toda essa "família" falsa.

— Qual teu problema, Matt?

— O que?

— Uma pessoa sábia me disse que quando alguém tenta ou faz mal para outra pessoa, é porque está com problemas... É porque precisa de ajuda. O que aconteceu com você?

— Quer que eu comece por onde? Abandono da mãe ou pai ser um policial e querer tudo perfeito?

— Tudo isso para chamar atenção do seu pai? — perguntei.

No fundo estava sentindo pena dele...

— Tudo isso porque eu quis.

— Você é literalmente louco. — falei. — Tenho pena de você, mas não posso deixar que continue destruindo a vida de pessoas aleatórias.

— E você vai fazer o que? Me denunciar para a polícia? Ah, espera aí! Meu pai não vai acreditar.

— A não ser que ele tenha uma prova, não? — falei.

— Uma prov... — me olhou. — Você está me gravando? VOCÊ ESTÁ ME GRAVANDO?

Matt começou se aproximar e eu estava indo andando para trás olhando fixamente para ele que vinha rapidamente em minha direção, até que bati contra a parede.

— Matt, pare. — falei e ele agarrou meus braços.

— CADÊ O CELULAR? — gritou. — Não posso deixar que você me entregue, não posso deixar que meu pai me mande para o internato.

Cell phone II ➸ Chandler Riggs Onde histórias criam vida. Descubra agora