Epílogo

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— São eles? — minha mãe gritou. — Acho que ouvi a porta.
— Tem que ser — eu disse, tirando uma caçarola do forno e a apoiando com
cuidado no balcão. — Essa carne está no ponto máximo da delícia. Não vou esperar que
cheguem pra cair matando. Seria um crime. Uma declaração de guerra contra a alta
culinária do mundo inteiro.
Minha mãe, acostumada com meu drama, sorriu.
— Sydney também não chegou ainda.
— Ah — eu disse. — Bom, então espero por ela.
Eddie apareceu na entrada da cozinha, com o rosto radiante.
— Chegaram.
Tirei as luvas térmicas e o avental e fui até a sala para recepcionar os convidados
que tinham acabado de entrar na sala da nossa pequena casa alugada. Fazia quase um ano
e meio que não via Rose e Dimitri, mais ou menos desde o resgate de Jill em St. George.
Estavam como sempre, lindos e formidáveis, enquanto batiam as botas no chão para tirar
a neve e sorriam para nós. Jill, que tinha viajado com eles, se jogou nos braços de Eddie e
o beijou.
— Opa, ei — eu disse. — Não faz tanto tempo assim que vocês não se veem.
Controlem-se.
Na verdade, fazia um mês que não se encontravam, o que para eles devia parecer
uma eternidade. Estavam namorando desde que ela fora resgatada dos guerreiros, mas Jill
precisara voltar à Corte para terminar os estudos enquanto Eddie ficara conosco. Assim,
o relacionamento dos dois tinha sido à distância ao longo do último ano — ela nos
visitava nos feriados ou ele ia à Corte quando conseguia arranjar outro guardião para ficar conosco.
Jill ficou vermelha e conseguiu soltar Eddie por tempo suficiente para me dar um
abraço.
— Estava com muita saudade — ela disse.
— Eu também — eu disse com carinho. Toda vez que a via, ficava surpreso ao
notar como ela havia se transformado de uma menina desajeitada numa elegante princesa
da linhagem Dragomir. — Mas precisa admitir que sou muito bom em mandar
novidades. E te envio fotos toda semana.
Ela sorriu.
— Eu sei, eu sei. É só um pouco estranho não estar com você como antigamente.
Dei um beijo na sua testa.
— É melhor para nós dois assim, Chave de Cadeia.
Estava cumprindo a promessa que fizera a Sydney. Tinha voltado aos
medicamentos, calando tanto o espírito como tia Tatiana. Também haviam silenciado o
laço entre mim e Jill. Ela ainda me sentia perto dela, mas já não tinha a mesma visão
íntima do meu coração e da minha mente. Antes que pudesse falar mais, um som de
choro chegou até nós.
— O rapazinho acordou — eu disse. — Já volto.
Saí da sala e subi a escada correndo até o quarto que o bebê dividia com Eddie. Eu
era nobre o bastante para finalmente ter um guardião designado à minha família, e Eddie
tinha mexido os pauzinhos para ser transferido para nós. No começo, tinha sido contra,
porque queria que ele ficasse na Corte e tivesse um namoro normal com Jill. Eddie,
porém, se sentia obrigado a ficar conosco, tanto pela amizade comigo e com Sydney como
por todas as vezes que Neil o auxiliara. Havíamos sugerido transformar o pequeno
escritório num quarto só para Eddie, mas mesmo assim ele sempre acabava dormindo no
quarto de Declan.
— Ei, campeão — eu disse, andando até o berço. Declan estava em pé no berço,
com seu pijama de caminhões de bombeiros, e me encarava sério com seus grandes olhos
castanhos. Seus cachos castanho-escuros estavam desgrenhados por causa do sono, mas
sorriu quando cheguei perto e o peguei no colo. — Foi boa a soneca? A gente tem visitas,
sabia? Tia Jill voltou.
Declan encostou a cabeça em mim e bocejou, sem responder. Só tinha um ano e
meio, e não era muito de conversa. No entanto, pouca gente sabia a verdadeira idade dele.
Para o resto do mundo, dizíamos que ele tinha pouco mais de um ano.
Isso porque nós também falávamos que era meu filho com Sydney.
Neil estava convicto de que essa era a única forma de dar a Declan a chance de uma
vida normal e, no fim das contas, respeitamos os desejos do dampiro de continuar
escondido. Não havia nenhum outro parente para cuidar de Declan. Charlotte nunca se
recuperara. Mesmo se admitíssemos que Declan era o filho de Olive que estávamos
criando, ainda poderia haver muitas dúvidas sobre quem era o pai. Mas, se nós, um
Moroi e uma humana, disséssemos que tínhamos um filho dampiro, ninguém teria por
que pensar que estávamos mentindo.
Assim, Sydney e eu nos isolamos de todos por um tempo, finalmente revelando ao
mundo que tivemos um bebê alguns meses depois, numa data de nascimento fictícia.
Dissemos que ela havia engravidado logo depois de ser resgatada da reeducação, e depois
falamos que o bebê nasceu prematuro. Ficamos longe das pessoas por tempo suficiente para conseguirmos disfarçar as datas e fazer tudo parecer plausível. Se parecíamos
sigilosos em relação a nossos atos, a maioria das pessoas presumiu que era porque ainda
tínhamos medo dos alquimistas. Eles se mantiveram fiéis à promessa de nos deixar em
paz, mas todo mundo entendia por que preferiríamos tomar cuidado.
Também ajudou o fato de termos excelentes aliados. Eu e Sydney nunca
conseguiríamos fazer tudo sem nossos amigos. Rose e Dimitri ajudaram a nos acobertar
na Corte. Minha mãe ajudou imensamente cuidando de Declan para que eu e Sydney
pudéssemos nos dedicar a outros interesses. Eddie também cuidava muito dele, além de
nos dar a proteção necessária. Ele era o único que finalmente tinha entrado em contato
com Neil na localização secreta dele. Neil ainda mantinha distância, mas recentemente
vinha permitindo que Eddie mandasse fotos e novidades, e nossa esperança era que,
algum dia, Neil e Declan pudessem estar de volta na vida um do outro.
— Olha só pra ele! — gritou Jill quando desci a escada. — Como ele cresceu!
Até Rose e Dimitri entraram na onda de admirar o bebê. Enquanto Jill tinha vindo
fazia pouco tempo, havia meses e meses desde a última visita dos dois. Declan devia
parecer gigante para eles.
— A gente devia ter trazido uma estaca de prata pra ele — Dimitri disse. — Estou
surpreso que Eddie ainda não o esteja treinando.
Eddie, com o braço em volta de Jill, abriu um sorriso.
— A gente treina sempre depois da soneca matinal.
A porta da sala abriu novamente e Sydney entrou, com flocos de neve no cabelo
loiro, uma mochila no ombro e uma sacola nos braços. Entreguei Declan rapidamente
para Jill e peguei as coisas de Sydney. Dentro da sacola, encontrei uma baguete e algumas
frutas. A mochila parecia carregar uns cem livros, o que devia ser verdade. Sorriu para
mim enquanto tirava o casaco pesado.
— Desculpem o atraso — ela disse. — O trânsito estava terrível.
Embaixo do casaco, ela estava usando um vestido de lã vermelho e um crachá em
que se lia: SYDNEY IVASHKOV, MONITORA.
— Muito trabalho no museu? — perguntei.
— Sempre — respondeu, me dando um selinho rápido.
— Melhor tomar cuidado quando usar esse vestido — eu disse. — Alguém pode
confundir você com uma obra de arte.
Depois que mudamos para cá, Sydney estava decidida a se lançar no mercado de
trabalho para nos sustentar. Essa foi nossa primeira briga de verdade que não envolvia
algo sobrenatural. Insistia para que ela finalmente fosse para a faculdade. Ela dizia que
isso podia esperar até nossas finanças melhorarem. Felizmente, outro bom amigo havia
nos salvado: Clarence. Com sua enorme fortuna, teve o maior prazer em nos mandar
mesadas regulares. Aliás, nós é que precisamos botar um limite para não chamar atenção
demais. Contudo, entre esses depósitos e os empréstimos estudantis, Sydney tinha
finalmente realizado seu sonho de estudar arte antiga numa universidade local. Ela até
arrumou um estágio no museu deles.
Recentemente, eu também estava conseguindo ajudar na renda familiar com… o
meu trabalho.
Às vezes essa parecia a parte mais surreal de tudo. Eu, Adrian Ivashkov, ganhando a
vida normalmente. Depois de todos os altos e baixos que tivera com o dinheiro,
deixando de ser um moleque mimado com fundos infinitos para me tornar um filho deserdado pelo pai, era inacreditável que agora recebesse um salário como todo mundo.
Igualmente surpreendente era o quanto passara a gostar do meu trabalho. Para ser
sincero, nunca tinha esperado conseguir um emprego com minha graduação em arte,
mesmo se um dia a terminasse. Simplesmente não havia muitos empregos para artistas, e
muito menos trabalhos para pessoas com graduação incompleta em arte. No entanto,
enquanto ajudava uma vizinha certo dia, fiquei sabendo que a pré-escola da filha dela
estava precisando de um professor de artes por meio período. Para essa idade, minha
formação não importava muito, só meu entusiasmo para ensinar as crianças. O incrível
foi que me descobri muito bom nisso, embora talvez fosse minha imaturidade natural
que me permitia me identificar com os pequenos. Tinha achado algumas outras pré-
escolas e me candidatado a vagas nelas também, juntando empregos de meio período
suficientes para contribuir de maneira significativa com a renda da família.
A primeira escola gostou tanto de mim que o diretor disse que, se eu conseguisse o
diploma de licenciatura, poderia trabalhar como professor em período integral, com um
salário melhor e horários mais fixos. Sydney não tinha me pressionado para voltar à
faculdade, mas, quando ouviu isso, seus olhos brilharam e tive a impressão de que ela já
estava incluindo o pagamento da minha faculdade no orçamento.
Nunca tinha visto esse orçamento, mas pelo visto dava conta de muita coisa. Até
agora conseguira sustentar nós cinco na casa alugada e ainda tinha uma poupança para
pagar uma futura casa própria, nossa educação e, mais tarde, a educação de Declan. Era
bem impressionante como Sydney conseguia fazer tudo aquilo dar certo, mas, enfim, só
podia esperar coisas impressionantes dela.
Sydney abraçou todas as visitas e depois pegou Declan no colo. Por mais que no
começo só fingíssemos que ele era nosso filho, para nós isso passou a ser verdade.
Sydney amava loucamente o rapazinho e, assim como todos nós, faria de tudo por ele. Ela
beijou os cabelos cacheados dele e ganhou um sorriso.
— ¿Cómo estás, mi amor? — ela perguntou, levando-o para a cozinha para verificar o
jantar.
Rose virou para mim.
— Ela acabou de falar em espanhol com ele?
— Sim — eu disse. — Só fala com ele em espanhol, na verdade. Leu em algum
livro de maternidade sobre a importância de as crianças aprenderem uma segunda língua.
— É melhor a gente comer — minha mãe disse, me encarando sarcástica. — Senão
vamos cometer um crime contra a alta culinária.
Essa era outra tarefa que eu tinha assumido: cozinhar. E até que acabei me
descobrindo bom nisso também.
Mais tarde, lá para o fim do jantar, quando todos estávamos em volta da mesa, me
peguei admirando em volta sem conseguir acreditar que essa era minha vida agora. Nunca
teria imaginado que me casaria com uma humana. Nunca teria imaginado que assumiria
tão tranquilamente o papel de marido e pai. E, definitivamente, nunca teria imaginado que
seria tão feliz sem o espírito.
Depois de resgatar Jill e concordar em criar Declan, precisávamos tomar uma
decisão sobre aonde iríamos com nossa liberdade recém-adquirida. O norte do Maine
acabou ganhando. Perto da civilização, mas longe o bastante para não ser fácil de nos
vigiar sem que percebêssemos. Às vezes ainda acordava perturbado, sentindo culpa por
amar tanto Declan, por ser tão feliz de chamá-lo de filho. E sempre, sempre me sentia culpado por não ter salvado Olive, por não ter moderado o uso de espírito naquela noite.
Mas aquilo era passado, e tudo que podia fazer era honrar os desejos de Olive e dar
a Declan a vida mais normal possível. Até agora, parecíamos estar conseguindo. Ele não
fazia ideia de que havia algo diferente nele. Pouquíssimas pessoas sabiam que não era meu
filho de verdade. Menos ainda sabiam a verdade sobre sua origem extraordinária. Apenas
aquele grupo seleto no jantar de Natal sabia do passado de Declan. E todos estavam
comprometidos a proteger seu futuro.
Ao pensar nisso, meu olhar recaiu sobre Rose e Dimitri, sentados um ao lado do
outro na ponta da mesa. Tínhamos contado para eles sobre Declan porque eram grandes
as chances de os dois estarem na mesma situação de Olive e Neil. Tanto Dimitri quanto
Olive tinham sido restaurados do estado Strigoi. Essa façanha do espírito que
possibilitara a Olive engravidar de outro dampiro poderia muito bem se aplicar a Rose e
Dimitri. Ao contrário de nós, porém, não teriam como fugir e esconder o milagre. Suas
vidas eram visíveis demais. Se tivessem um filho juntos, todo mundo saberia… e a
possibilidade seria revelada. Os dois sabiam disso, mas não fazia ideia de que planos
tinham para o futuro.
Quer dizer, logo descobri um desses planos.
— Caramba — eu disse. Enquanto observava Rose e Dimitri, um lampejo brilhante
chamou minha atenção. Um brilho no dedo de Rose. — O que é isso? — exclamei. —
Você roubou as joias da coroa de Lissa?
Rose pareceu desconcertada, como quase nunca ficava.
— Talvez seja um exagero.
Dimitri levou a mão dela até os lábios e deu um beijo.
— Não, é perfeito.
Jill bateu as mãos, encantada.
— Um anel de noivado!
— Espera — pedi. — Mostra a mercadoria.
Dimitri sorriu e Rose ergueu a mão esquerda para o resto da mesa ver. Era uma
peça impressionante. Um grande diamante redondo perfeitamente talhado num quadrado
decorado de filigranas de platina, envolto por opalas azuis pequeninas. Era um anel e
tanto, e uma escolha completamente inesperada.
— Foi você que escolheu? — perguntei a Dimitri. Para ser sincero, esperava que ele
dobrasse um pedaço de aço com as próprias mãos e a presenteasse com ele.
— Sim — Rose respondeu por ele, retomando a descontração natural. — Ele
sempre dizia que, depois que eu fizesse vinte, seria só questão de tempo até me pedir em
casamento. Falei pra ele que, se me pedisse, era melhor me dar um anel de rock star,
nada sutil.
— É bem rock star — Eddie concordou. — Há quanto tempo isso aconteceu?
— Um mês, mais ou menos — Dimitri disse. — Consegui fazer com que ela
usasse, mas não que escolhesse uma data.
Ela sorriu.
— Tudo tem seu tempo, camarada. Talvez quando fizer trinta. Não tem por que ter
pressa. Além disso, qualquer dia desses Christian vai pedir Liss em casamento. A gente
não quer ofuscar os dois.
Dimitri balançou a cabeça exasperado, mas continuou sorrindo.
— Você sempre tem uma desculpa, Roza. Qualquer dia desses…
— Qualquer dia desses — ela concordou.
Ficamos acordados até tarde trocando novidades, e então finalmente fomos dormir.
Rose e Dimitri ficaram alojados na sala, enquanto Jill dormiu no escritório, como
sempre fazia quando visitava. Declan já tinha pegado no sono fazia tempo e, depois de
cuidar para que ele deitasse confortavelmente no berço, fui para o meu quarto. Alugamos
uma antiga casa vitoriana, e nosso quarto ficava na pequena torre lateral; era praticamente
uma ala separada. Adorava o formato oval e a privacidade do quarto. Ele me fazia sentir
como se estivéssemos no nosso próprio castelo.
Como Jill estava onde Sydney costumava estudar, não fiquei surpreso ao encontrar
minha esposa na nossa cama cercada por livros, usando um robe curto.
— Você trocou de roupa — eu disse, fechando a porta atrás de mim. — Queria
ver mais aquele vestido vermelho.
Ela sorriu para mim e fechou um livro intitulado Arte e arquitetura minoicas.
— Pensei que você fosse gostar mais dessa roupa. Mas posso colocar o vestido se
quiser.
Eu a ajudei a empilhar os livros e tirá-los da cama para poder sentar ao seu lado.
— Depende — eu disse, passando a mão na perna dela. — Tem alguma coisa
embaixo do robe?
— Não. Acho que devo trocar. — Ela fingiu se levantar e segurei sua mão,
puxando-a para baixo e fazendo com que ela ficasse deitada.
— Nem pense nisso. — Ela colocou os braços em volta do meu pescoço e notei
que ainda estava com as alianças, o que me lembrava da grande notícia dos nossos
convidados. — Queria saber se Rose e Dimitri dariam conta de ter filhos — comentei.
— Mas acho que essa é uma dúvida que não será resolvida tão cedo, já que ele nem
consegue levar a menina pro altar.
Sydney deu risada.
— Acho que vai conseguir antes do que você imagina. Ela vive discordando, mas
aposto que vai acabar cedendo. Igual a mim.
— Sim, mas sou muito mais charmoso do que o Belikov. E cozinho muito melhor.
É uma batalha difícil pra ele.
— Talvez você possa dar algumas dicas — Sydney brincou.
— Talvez — concordei. Abaixei e dei um beijo nela, impressionado pela forma
como o toque dela sempre me deixava em chamas. Mesmo depois de dias longos, sempre
que voltava para casa, para perto dela, me sentia vivo e energizado. Tinha temido que,
quando deixássemos de viver perigosamente, em fuga constante, a paixão pudesse perder
a força. No entanto, a estabilidade e sobretudo a liberdade haviam intensificado ainda
mais nossa paixão. A sensação que tivera no ano anterior havia se confirmado: não
precisava do espírito. Só precisava de Sydney. Desci a mão para a faixa do robe e descobri
que ela a tinha amarrado com um nó de marinheiro que só ela era capaz de desfazer. —
Ah, não — resmunguei.
— Desculpa — ela disse, rindo de novo. — Nem pensei. Juro.
— Acredito em você — eu disse. Parei para beijar sua nuca. —Você é a garota mais
inteligente que conheço. Não consegue evitar saber de tudo e ser sempre genial, e não
aceitaria se fosse de outro jeito. — Dei mais um beijo na sua boca, mas, depois de alguns
segundos, ela recuou um pouco.
— Ei — ela murmurou. — Tem gente em casa.
— Sempre tem gente em casa — eu a lembrei. — Foi por isso que fugimos para a
torre do castelo. Plano de fuga número… droga, nem sei. Perdi a conta. Fazia tempo que
a gente não precisava inventar um.
Sydney passou os dedos pelo meu rosto.
— É porque estamos vivendo esse plano, Adrian. Este é o único plano de fuga de
que a gente precisa.
— Tem certeza? — perguntei, apoiando-me no cotovelo. Tentei assumir uma
expressão contemplativa. — Porque há coisas que poderiam melhorar. Como uma casa
maior. Ou talvez…
— Adrian — ela interrompeu. — Você não acabou de falar que sou genial e sei de
tudo? Então confia em mim.
— Sempre — eu disse, deixando que ela me puxasse de volta para perto dela. —
Sempre.

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