Capítulo 30 ✔

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Dia seguinte.

Depois que saí do galpão deixando meus funcionários cuidarem dos corpos sem vida de Eliot e Pedro vim para o meu quarto e ninguém falou comigo desde então.

Agora já é de tarde e estou em meu escritório pensando no que fiz ontem, e eu nunca parei pra pensar em alguém que matei, mas Eliot era diferente, ele era amigo dos meus e era como um pai para mim.

Eu pensei e pensei mas não estou arrependida de tê-lo matado.


—Você matou o Eliot e o Pedro? Dois em um dia. Sem piedade. — Victor entra em meu escritório como um furacão batendo porta e me puxa dos meus pensamentos.

Ele está com raiva porque eu matei dois idiotas, um me traiu e o outro matou meus pais?

—Matei. —um pequeno sorriso nasce em meus lábios.

—É por isso que não damos certos você é um mostro sem alma, coração ou com alguma coisa boa dentro de você. — ele aponta pra mim e eu levanto de minha cadeira confortável, caminho até ele chegando bem perto.

—Não, aqui não tem nada de bom. —falo séria o encarando.

—É eu percebi, pensei que estava apaixonado por você, mas como eu posso ser apaixonado por um mostro sem amor como você? — ele se aproxima mais e a raiva esta irradiando dele.

—Você não é pra mim Victor, não é e nunca vai ser. — meus olhos marejam, não sei se a emoção vem por não tê-lo ou por ele me magoar. Talvez os dois.

—Você é a pior pessoa do mundo. — suas palavras me acertam e lágrimas cai dos meus olhos e eu vejo Júlio por um segundo em minha frente.

—Me fala algo que eu não saiba Victor. — sussurro, me aproximo mais e agora sentimos a respiração um do outro, tento prender as lágrimas porém falho.

—Está chorando? Isso é algum teatro? — diz debochado.

—Porque se importa com quem eu mato ou deixo de matar? Você não é nada meu, apenas trabalha aqui e como qualquer outro tem que se mater calado ao ver minhas ações. — digo perdendo o pouco de paciência que tenho.

—Isso mostra as garrinhas. Antes de ontem mesmo estava toda carinhosa falando que eu não era um funcionário qualquer. — falou ele ainda mais irritado que eu.

—E não era. Mas está agindo como um. Eu me importo com você Victor mas posso parar de me importar. — falo me afastando dele.

—Ah, está fazendo chantagem? — falou debochando.

—Você é tão infantil. — digo baixo, cansanda disso.

—Você é uma pessoa horrível. — diz ele chegando mais perto.

—Eu já te falei. Me diz algo que eu não sei. — falo entre dentes, as lágrimas voltando com mais força. —Se não está satisfeito com o modo que eu toco a minha máfia é só pedi demissão, mas se não está satisfeito com o meu modo de agir, eu sinto muito mais isso não vai mudar...

—Você não era assim. — falou baixo, incrédulo.

—Mas me moldaram para ser assim. — digo limpando as lágrimas e me afasto dele caminhando para longe ficando de costas.

Eloah Rivera: A Rainha da Máfia. Onde histórias criam vida. Descubra agora