Hometown

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Sydney, Austrália. 13:28

Quinze horas de voo. Isso mesmo, não foram cinco horas ou uma viagem rápida daqui ali, foram quinze horas seguidas dentro daquele avião. Perdi a conta de quantos cochilos eu dei depois do terceiro, ou quantas vezes me levantei para esticar as pernas e quanto filmes eu e Calum assistimos enquanto o tempo parecia não passar nunca. Sem falar que mal consegui comer por estar com o estomago enjoado.

Enfim, eu nunca me senti tão aliviada por estar pisando em solo firme. O tempo esta um pouco nublado mas não faz tanto frio como aparenta fazer. Lar doce lar.

Calum estava certo quando disse sobre as fãs no aeroporto. Não tinha muitas mas se eu fosse chutar diria que deveria ter pelo menos umas cinquenta pessoas esperando por ele, então quando saímos da sala de embarque foi preciso que os seguranças nos ajudassem a chegar até o carro. Me sentia tão cansada que nem tive tempo em me incomodar com aquilo, apenas me encostei no banco do carro e observei a cidade durante o caminho, me sentindo nostálgica.

Só consigo sair do meus pensamentos quando o carro para de frente a casa do Calum. Sinto um frio na barriga por estar retornando ali mas tento disfarçar. Abro a porta do carro e logo desço, passando os olhos e vendo como tudo parece estar igual desde quando fui embora.

Então automaticamente sou obrigada a olhar para a casa ao lado. A casa que um dia já morei. A casa onde cresci, fiz boas e más lembranças, mas que consequentemente dizem parte da minha historia e de quem eu sou hoje. A minha casa.

Calum para ao meu lado e só ai percebo que as malas ja estão para fora do carro. Olho em seus olhos e recebo um olhar tranquilizador de volta. Ele é tudo pra mim.

— Tudo bem? — ele pergunta visivelmente preocupado comigo.

— Sim, vamos entrar. — sorrio fraco. Seguro minha mala e saio andando com ela até a porta. Antes mesmo que eu possa apertar a campainha, Joy abre a porta com um sorriso enorme em seus lábios ao nos ver.

— Mary! — ela imediatamente se apressa em me abraçar primeiro, aquilo me faz querer rir mas sou inundada por uma onda de sentimentos que faz meus olhos se encherem.

— Que saudade, tia. — digo, com a voz tremula. Senti falta daquela dela, daquele sorriso e principalmente daquele abraço.
— Você cresceu tanto. — Joy se afasta para me olhar, passando suas mãos pelos meus cabelos e abrindo um sorriso iluminado — Esta tão linda!

— Obrigada. — abro meu melhor sorriso.

— Eu também estou com saudade, mãe. — diz Calum, nos fazendo dar risada e então sua mãe se solta de mim e vai até ele.

— Vem cá, bebe! — Joy abraça o filho um pouco desajeitada por causa da sua altura, Calum solta uma risadinha mas faz careta por causa dos apertos que ela da — Vocês devem estar cansados e morrendo de fome.

— Sim! — Calum concorda arrastando sua mala para dentro de casa.

— Vamos entrar! — Joy coloca uma de suas mãos em minhas costas e me ajuda com a minha mala que esta pesada. Assim que coloco os pés dentro de casa, avisto Calum abraçando o pai dele, o mesmo ao me ver se ilumina com um largo sorriso e vem até mim.

— Eu quase não te reconheci. — David me abraça e rapidamente correspondo.

— Ah, dizem que eu mudei um pouquinho. — digo, achando graça e ele se afasta.

— Esta cada dia mais parecida com a sua mãe! — seus olhos brilham.

— Todos dizem isso. — sorrio. E or um momento meu coração se aperta de saudade da minha mãe, faz um bom tempo que não vejo ela.

Behind The SpotlightOnde histórias criam vida. Descubra agora