Sleepover

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Dias depois.

Em um gesto rápido coloco o óculos de sol, subo o capuz do moletom e enfio minhas mãos tremulas dentro do bolso para que ninguém consiga notar que estou tremendo.

Assim que coloco os pés para fora, Michael se coloca na minha frente na tentativa de me proteger dos paparazzis que esperam ao lado da delegacia, lugar onde vim prestar queixa sobre a agressão do Brian contra mim no dia da festa. Porque depois de pensar muito cheguei a conclusão que eu não poderia deixar aquilo quieto, afinal não se sabe se fui a única a ser agredida por ele ou se existem outras mulheres que foram suas vitimas e caso elas existam, todos sabem que haverá outras e isso não pode acontecer. Não podemos simplesmente achar que isso é uma coisa normal. Não podemos nos calar. Milhares de mulheres são agredidas por homens ao redor do mundo, e a maioria delas nunca chegam a denunciar porque tem
medo do agressor. Mas eu não tenho medo.

Com um pouco de dificuldade por causa da aglomerações de pessoas, demoramos alguns segundos mas logo entramos no carro e rapidamente saímos daquele lugar. Abaixo o capuz e Michael que me acompanha e fica ao meu lado o tempo todo, segura a minha mão com certa delicadeza, fazendo carinho de leve para tentar me manter calma.

— Tudo bem? — ele questiona em um murmuro, apenas para que eu escute.

— Sim. — respondo, olho para e sorrio leve. Encosto minha cabeça em seu ombro e fico ali durante o caminho todo até a casa dos meninos. Pensando. Refletindo.

Essa situação toda me deixa apreensiva mas estou tentando e dando o meu melhor para me manter focada e positiva, porque se não acabo ficando louca. Nunca pensei que passaria por isso, nunca imaginei que algum dia eu teria que pisar dentro de uma delegacia pra denunciar um homem por agressão. Ele não chegou a me machucar tanto, mas do mesmo jeito ainda deixou marcas e se ninguém tivesse o segurado, eu tenho certeza que teria sido mil vezes pior. Sabe lá Deus o que aquele cara é capaz de fazer, e eu me sinto insegura por outras mulheres que se relacionam com ele. É um perigo.

Mas enfim, assim chegamos em casa, Beatrice esta se despedindo dos meninos para poder viajar alguns dias na sua viagem em família.

— Eu achei que iria viajar sem te dar um abraço. — Bea veio logo me abraçar como se fosse se mudar para outro país. Ela me aperta como se tivesse segurando o mundo.

— Oi meu amor. — murmuro apertando ela em
meus braços também.

— Você esta bem?

— Sim. — me afasto e nós olhamos rapidamente — Vê se tenta se socializar com os seus primos e primas, ok? — peço e nós começamos a rir disso.

— Ok. — ela ri — Eu vou tentar. Prometo.

— Manda um beijo e um abraço pros seus pais e me traz bolo da sua avó. — digo mais como ordem do que um pedido e ela apenas da risada.

— Pode deixar. — ela beija meu rosto.

— Se cuida.

— Você também. — ela se afasta e olha pra mim sorrindo — Luke vai me acompanhar no aeroporto.

— Ja vi que estão se dando melhor do que nunca. — sorrio vendo seu rosto se iluminar com o sorriso mais belo e puro que já vi. Isso me deixa extremante feliz.

— Você nem imagina o quanto. — Bea pisca pra mim antes de sair andando em direção a porta, me deixando para com um sorriso bobo por vê-la feliz. Luke me da um beijo antes de acompanha-la e logo eles saem de casa.

Me viro encontrando Ashton deitado no tapete da sala, aparentando estar com preguiça. Calum esta deitado no sofá e Michael foi para cozinha, provavelmente preparar algo para comer. Percebo que o par de olhos castanhos quase chocolates de Calum estão me encarando e então não penso duas vezes antes de me deitar em cima dele, simplesmente tiro os sapatos e aninho meu corpo ao seu, ouvindo-o resmungar que eu estou machucando ele com meu peso.

Behind The SpotlightOnde histórias criam vida. Descubra agora