Thinking about you

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I've been thinking 'bout you
Yeah, I been missing you
Where the hell are you, oh
When I need you?

Sidney. 2012. Seis anos atras.
Calum's POV

São quase seis da tarde quando acordo de uma soneca que supostamente eu não deveria ter tirado. Olho pela janela e percebo que o céu ainda esta claro e tem muitas nuvens se juntando, assim denunciando que uma chuva está por vir. Por isso escolho permanecer deitado na cama, indisposto em me levantar.

— Ei, Cal! — me assusto quando Mary entra no meu quarto sem bater, ela simplesmente abre a porta com tudo e entra. Porque ela tem essa mania e eu também.

— Que susto. — levo a mão até o peito e respiro pesado — Você não sabe bater não?

— Desculpa. — Mary fecha a porta, se senta na ponta da cama e fica quieta. Ela parece triste e isso me preocupa.

— Você esta bem? — questiono rapidamente e preocupado com ela.

— Estou. — ela suspira e olha pra mim — É só que meus pais, sabe?

— Eles estão brigando de novo? — questiono porque é sempre a mesma coisa. Mary raramente fica triste, mas sempre que fica, é por causa das brigas em casa.

— Sim. — revira os olhos e se levanta — É por isso que eu estou aqui, porque eu não sou obrigada a ficar ouvindo aquilo.

— Você pode ficar aqui o quanto quiser.

— Eu sei. — Mary pega um violão no canto do quarto e se senta novamente na cama. Fico quieto, apenas observando seus movimentos, ela parece pensar durante um tempo — Você anda praticando o que te ensinei?

— Sim. — respondo.

— Que bom.

Mary sorri fraco, depois dedilha o violão e segundos depois começa a tocar uma canção. Por longos segundos ela tenta ajustar o tom certo e logo começa a cantar.

Eu conheço aquela musica porque ela esta sempre ouvindo mas eu não me lembro do nome. Então, fico o tempo todo observando-a cantar, admirando e ouvindo cada detalhe em seu tom de voz rouca e doce. A única voz que faz meu coração bater mais forte, algo que não sei explicar. E eu poderia ouvir sua voz pelo resto da minha vida. Mary não tem noção do quanto ela é talentosa, e as vezes isso me irrita porque ela é extremamente boa e não consegue reconhecer isso.

Mas infelizmente ela acaba e a primeira coisa que faz é olhar pra mim com meio sorriso.

— Qual o nome dessa musica? — questiono rapidamente. Mary olha pra mim com meio sorriso no canto dos lábios.

— Dream. — ela sorri fraco e deixa o violão de lado. Sinto uma vontade tão grande de abraça-la naquele momento, não sei o porque.

— Vem ca, Mary. — abro os braços sem pensar muito porque se eu pensasse demais, desistiria rapidamente. Mary olha pra mim um pouco surpresa porque raramente faço isso, ela demora pra processar as coisas mas logo tira os sapatos e vem para perto de mim.

Ela deita com a cabeça em meu peito, abraça minha cintura e se ajeita na cama enquanto passo os braços ao seu redor para abraça-la e ambos de nós ficamos em silencio. Sinto meu coração disparado e temo que ela possa senti-lo, mas naquele momento pouco me importo, eu não iria solta-la, não queria me desfazer daquele abraço tão cedo. Seu perfume adocicado está fraco mas consigo sentir o cheiro suficiente para abalar todos os meus sentidos. Ela tem esse efeito sobre mim.

— Eu gosto quando você canta. Eu gosto da sua voz. — confesso em voz alta. Não estou mentindo. Apenas dizendo o que penso.

— Gosta? Sério? — Mary levanta a cabeça e olha pra mim com um pequeno sorriso. Gosto a maneira como seus olhos se fecham levemente quando ela sorri.

Behind The SpotlightOnde histórias criam vida. Descubra agora