Broken Home

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Who's right, who's wrong
Who really cares?
The fault, the blame, the pain's still there
I'm here alone inside of this broken home

Mary Ann Johnson, Sydney, Australia
3 anos e 6 meses antes, 17:47

Quando você ainda é criança, pequeno e inocente, tudo o que você precisa se preocupar é em ir para escola. Fazer lições de casa. Estudar as coisas mais simples, tudo aquilo que a professora ficou ensinando o dia todo, porque é pra isso que vamos a escola, para aprender.

Mas o que é aprender? Aprender é adquirir conhecimento ou domínio de algum assunto, matéria, etc. Através do estudo ou da prática. É instruir-se, tornar-se hábil, tornar-se capaz, pouco a pouco. O que eu quero dizer é que não vamos a escola apenas para aprender matemática ou português, jogar bola, correr e brincar, muitos esquecem que é dentro da escola que aprendemos a se comunicar com as pessoas, fazer amigos, criar laços, se socializar com o próximo e resolver conflitos. Porém, existe algumas situações na qual não somos ensinados a enfrentar em lugar nenhum, coisas que nunca estaremos prontos para viver porque é simplesmente imprevisível.

Desde pequena fui criada pelos meus pais. Sozinhos. Eu, minha mãe e meu pai. Juntos, não importa qual seja a situação, sempre estaríamos lá um para o outro.

Eles se conheceram ainda quando eram crianças e se casaram quando eram adolescentes, então minha mãe logo engravidou e eu nasci assim que completaram um ano de casamento.

Antes era tudo mil maravilhas, meus pais estavam sempre viajando comigo, viagens em família que duraram até os meus sete anos de idade. Então foi quando tudo pareceu virar de cabeça pra baixo. Porém, eu não sei dizer se é por sorte mas as minhas memorias são poucas daquela época, é como se minha mente quisesse bloquear todas as lembranças de todas as brigas que já presenciei quando era pequena. Mamãe e papai estavam sempre brigando, chegaram a se separar uma vez durante um mês mas logo reataram novamente, e falando assim até parece que cresci em meio a tantas brigas mas foi quase isso. Quase. Eu não diria que era algo que ocorria todos os dias mas pelo menos uma vez na semana elas acabavam tendo alguma discussão, as vezes por qualquer besteira que seja. É complicado porque é algo que você nunca vai estar acostumada, ninguém quer chegar em casa e ver seus pais quase se matando sem nem saber o porque, talvez seja por isso que eu sempre passei mais tempo na casa do Calum do que na minha.

São quase seis horas da tarde de uma terça-feira. Estou estudando para uma prova que vai ter no fim da semana quando escuto meus pais chegarem em casa.

Silêncio.

Tudo muito quieto e isso me assusta um pouco, eu não sei dizer o porque mas ultimamente tudo esta me assustando.

Deixo meu lápis em cima da mesa e me levanto em passos lentos até a porta. Abro a mesma com certo cuidado para não fazer barulho e coloco apenas a cabeça para o lado de fora, tentando ouvir qualquer barulho que seja.

— Não dá mais pra viver desse jeito, entendeu? Eu não aguento mais. — a voz de mamãe parece tremula como se ela estivesse chorando e aquilo me deixa em estado de alerta.

— E você pretende fazer o que? Nada está bom pra você, nada mais é suficiente, você só consegue reclamar de tudo, o que quer que eu faça? — disse meu pai, sua voz é firme.

— Qual parte do eu cansei você não entendeu? — ela aumenta o tom de voz.

— Então vai embora! — meu pai grita e aquilo me assusta — Pega as suas coisas e some já que aqui não está te fazendo feliz, não é isso? Você nunca gostou daqui mesmo, vai embora então porra.

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