Capítulo 6 -Pois... humana.

120 23 4
                                    

Saphira

Corro até a alcateia e paro quando chego lá metendo as mãos nos joelhos inspirando e expirando o ar, fico assim até ouvir uma voz chamar-me.

-Saphira?! Por onde andavas? 

Endireito-me e olho para trás encontro Violet.

-Fiquei assustada, nem o teu cheiro senti. - ela diz e eu reviro os olhos.

-Eu disse que ia correr! Não estava confortável naquela conversa. -defendo-me.

-Ai mana por favor não fiques assim. -diz ela. -É que eu estou tão habituada a ti que me esqueço que não és como eu.

-E esse é problema, eu não sou igual a ti, nunca irei ser! Quantas vezes é que já pedi para ser transformada? Quantas diz-me? Quantas? - explodo não contendo mais o que sinto dentro de mim.

-Tu sabes por que não te transformam não sabes? Nós só não te queremos perder, não queremos correr o risco. -ela diz com os olhos marejados mas o problema sou eu.

-Mas, e se eu quero correr o risco. Vocês nunca me perguntaram isso! -digo começando-me a acalmar.

-Eu sei Saphira, agora pensa! Se não resistires á mordida, imagina as pessoas que vão sofrer por ti! Nem consigo pensar nisso... -ela diz com lágrimas já a escorrer pelos seus olhos.

-Tens razão... nunca pensei dessa forma. -digo fungando e inspirando o ar mais uma vez. Ela corre até mim e abraça-me, e aí desabo num choro molhando a sua camisola enquanto ela passa a mão pelo meu cabelo tentando me acalmar.

-Acho que melhor irmos a enfermaria, precisas de um calmante. -ela diz e eu assinto.

Começamos a andar em direção a enfermaria, chegamos lá e a Violet vai logo chamar uma enfermeira. Uns 5 minutos depois ela volta enquanto fala com uma enfermeira e sei logo que é a Lúcia.

-Olá enfermeira Lúcia digo limpando as poucas lágrimas que me restam no rosto.

-Oh minha querida, já me conheces a tempo suficiente para me chamares apenas por Lúcia. - ela diz. Lúcia não é assim tão velha, tem o cabelo preto que mais caem para azulado já um pouco grisalho mas na mesma lindo e olhos azuis que nem o céu, deve ter os seus 50 anos. -O que se passou para estares com essa carinha murchinha? - ela pergunta com delicadeza, como se estivesse a medir as palavras.

-Será que podíamos falar a sós? -digo olhando para a Violet que logo sai.

-Claro querida! Vamos para o gabinete consultório, lá estamos mais á vontade. -a enfermeira Lúcia diz enquanto me encaminha até ao gabinete. -Agora podemos falar!

-Ahm! -suspiro enquanto me sento numa cadeira em frente á mesa que do outro lado está Lúcia. -Eu hoje fui parar ao sitio do acidente.

-Oh minha querida filha! Mas como foste lá parar? - ela diz se levantado da cadeira contornando a mesa vindo-me abraçar.

-Eu hoje tinha saído de casa por uma discussão e fui correr para aliviar os pensamentos e acabei por ir parar lá sem ao menos reparar. -disse enquando uma lágrima solitária caia pela minha bochecha.

-Não chores! Isso foi passado, não tens de pensar mais nisso. Espera um pouco que vou alí buscar um calmante. -diz enquanto se vira para ir ao seu armário de medicamentos. -Aqui está!

Assenti e fiquei mais alguns minutos a conversar com ela, ela conseguiu voltar a pôr alegria no meu dia. Saí da enfermaria e fui á procura da Violet.

-Violet, Violet? Estás em casa? -pergunto a gritar quando chego a casa.

-No quarto. -ela responde igualmente a gritar.
Subo as escadas e dirijo-me ao quarto dela abrindo a porta sem nem bater e a abraço fortemente contra mim.

-Que se passa? -ela pergunta também retribuindo o abraço.

-Desculpa ter gritado contigo! Eu estava nervosa. -digo enquanto a  aperto ainda mais no abraço.

-Não faz mal, eu percebo. Se fosse eu regia da mesma forma. -ela diz. -Agora, se queres que eu desmaia por falta de ar, é bom que me largues.

-Desculpa. -digo enquanto me distancio dela. -Não reparei na força que utilizei.

-Não faz mal. -ela diz dando uma pequena gargalhada.

Nota: Bem aqui está mais um capítulo, sei que está curto maaaas sexta ou sábado haverá mais!
Espero que tenham gostado😘    
P.s. capítulo não revisado pode vir a ter erros na escrita!😅           Bjs a todos e até breve!



Presa pelas GarrasOnde histórias criam vida. Descubra agora