Capítulo 13 - A chuva simplesmente parou.

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Capítulo 13 - A chuva simplesmente parou.

Saphira

-Então? Porque não me foste ver? -pergunto ao ver que ele não me respondia.

-Eu... - ele começa. - Eu não sei.

-E quem achas que sabe? Eu? Pois enganaste meu querido. -digo irritada.

-Não, eu... Eu apenas não sei! -diz.

Levanto-me e meto uma nota em cima da mesa para pagar.

-Espera! Onde vais Saphira? - ouço ele perguntar.

-Para algum sítio onde as pessoas se importem comigo! - digo quando o vejo ao meu lado.

Ele fica parado no lugar, talvez estupefacto com o que eu disse ou talvez apenas espantado que uma "menina" lhe tenha feito frente. Saio do café e logo sinto as minhas roupas coladas ao corpo e percebo que está a chover, estico os braços abertos para cima e deixo assim a água me "lavar" por completo.

Afinal porque me preocupo? Porque eu me importo que ele se preocupe comigo? Já sei que nunca iremos ficar juntos... Espera? Juntos? Não, não, impossível! Dylan é com certeza o garoto mais convencido á face da terra, além disso eu nem sei porque ele quer ser meu "amigo" ! Aposto que os pais dele sempre o mimaram, pois lá no fundo ele é só uma pessoa que por acaso foi nomeado futuro Beta. Ele apenas um dia apareceu aqui na alcateia e se tornou amigo do Kyle que o nomeou Futuro Beta.

Fico mais um tempo com os braços abertos para o ar quando sinto um puxão e choco contra um corpo, olho para a frente e vejo olhos negros.

-Dylan... - tento falar mas ele coloca o dedo indicador na minhas boca em forma de silêncio.

-Eu sei porque eu não te fui ver. - diz.

-Dylan... -digo com a voz meio distorcida por ele ainda estar a impedir de falar.

-Eu não te fui ver, porque... - começa e sinto um aperto na minha cintura quando ele me puxa para ele. - Porque eu sabia que, a próxima vez que eu te visse eu não iria aguentar... Eu tinha de ter a certeza que estavas viva!

-E o que irias fazer para ter a certeza? - pergunto.

-Te beijar!

Nesse momento ele puxa-me pela cintura para perto dele e encosta os seus lábios nos meus, fico a princípio parada pela surpresa mas logo sinto os meus braços percorrerem lhe o pescoço e logo também o estou a beijar. Continua a chover mas a água que nos molha já não nos molha de todo, o frio daquele dia desaparece ao estar encostada ao corpo dele e sinto me confortável... segura.

Mas de repente tudo pára, sinto frio percorrer me o corpo e abro os olhos os quais tinha fechado e vejo o Dylan com a cabeça abaixada e a mão direita a tapar os olhos.

-Dylan? -pergunto após uns segundos de ele não se mexer. - Dylan!?

-Eu, eu estou bem! Eu... eu tenho que ir. - diz e vira me as costas correndo em direção á floresta pela qual tinhas saído á pouco tempo.

Vejo ele tirar a camisola que ele trazia vestido e atirá-la de qualquer modo para cima de uns arbustos , ele entra na floresta e logo o perco de vista. Corro para a floresta enquanto ouço os meus pés baterem contra o chão e deves em quando pisarem numa poça, paro no lugar de onde ele desapareceu e olho em frente.

Ouço um uivo e olho para o local de onde veio o som, num monte mais alto e afastado dos outros vejo a sombra de um lobo, o pôr-do-sol já brilha e apenas o formato do corpo de um lobo se vê. Ele para uivar e como se soubesse que o estou a observar ele olha para mim mas logo sai a correr.

Uma imagem que com certeza nunca me irei esquecer desta imagem.

A sombra do Lobo enquanto uiva com o pôr-do-sol a brilhar por trás.

A chuva simplesmente parou.

Presa pelas GarrasOnde histórias criam vida. Descubra agora