AVISO
Esse capítulo contém uso deliberado de substâncias químicas, referências à automutilação, violência física e emocional.
Reforçamos que não apoiamos tais práticas e as cenas descritas aqui são meramente fictícias. Se você não se sente bem lendo, por favor, não leia. Se precisar conversar, luv-u-all e eu estamos à disposição, ou procure a ajuda de uma psicóloga.
#Weforeverybody
Âmbar. Era tudo o que o que Gerard conseguia enxergar junto da pouca luz que entrava no quarto por entre as cortinas. Era como quando se olha para uma luz forte e uma sombra se instala na visão.
Cada vez que piscava, Gerard via claramente os olhos de Iero dançando em sua retina.
Ele apertou a cintura de Michael e deixou um beijinho de leve em seu peito antes de se levantar. Se arrastou sem fazer barulho até o banheiro e olhou no espelho depois de se aliviar. Ele estava um misto de sentimentos aquela manhã e não sabia se queria entender ou esquecer o sonho que tivera com Frank.
Gerard lavou as mãos e aproveitou para jogar um pouco de água no rosto, sentindo a pele da bochecha direita arder, o lembrando do que havia acontecido na noite anterior.
Novamente seus olhos se embaçaram mas dessa vez não era por conta das íris de Iero, e sim pelas lágrimas por conta da ferida causada pelas palavras da mãe. Ele apenas queria proteger seu irmão mas nem isso conseguia fazer direito.
Gerard abriu a porta do armário de baixo da pia e vasculhou as caixas em busca de um potinho que há muito não usava.
Seus dedos se moviam freneticamente enquanto suas lágrimas escorriam sem controle. Ele tirou algumas cartelas de analgésicos de uma das caixas e finalmente achou, embaixo de tudo, o frasco de fenelzina¹ que seu antigo psiquiatra havia lhe receitado. Ele desrosqueou a tampa e a primeira coisa que viu dentro do pote foi uma antiga lâmina, que há algum tempo já não usava mais. Gerard chorou ainda mais pensando em como aquilo costumava lhe ajudar e por um momento cogitou pegá-la e voltar aos antigos hábitos, mas se lembrou de seu irmão, que estava à poucos metros de si, no cômodo da frente e respirou fundo, ignorando a vontade de fazer tudo ir embora pelo ralo, junto de seu sangue.
Sem nem mesmo se importar com a água, Way pegou uma pílula e a engoliu à seco, sentindo-a descer arranhando sua garganta. Ele pensou por alguns momentos enquanto tentava segurar um soluço e colocou mais dois comprimidos na boca.Apenas três não eram o suficiente para o subconsciente de Gerard. Ele descartou outro, sentindo as lágrimas agora mais fortes e grossas do que nunca, sua garganta ficando ainda mais incômoda.
Tudo aquilo tinha que passar. Ia passar, com mais um comprimido toda a angústia ia se aliviar. Era para isso que aquela porcaria servia, não era? Ele engoliu mais um e lavou o rosto, o esfregando com as mãos, limpando as lágrimas. Procurou por alguma base e pó compacto da mãe no armário e se apressou em tentar esconder a marca na bochecha. Não queria nenhum de seus amigos preocupados com ele e também queria evitar perguntas.
No final, sua tentativa de parecer bem e estável tinha dado certo. O menino estava com a pele marcada coberta de maquiagem, num tom uniforme ao resto do rosto e sua expressão parecia sonolenta por causa dos antidepressivos. Lentamente, ele abriu a porta do banheiro, checando antes de sair para não ter que se deparar com Donna ou Mike, este que já havia saído de seu quarto.
Gerard se vestiu rapidamente, porém um pouco atordoado e colocou o frasco de comprimidos em sua mochila, a jogando por cima dos ombros, enquanto descia as escadas.
Mikey brigou um pouco com ele para fazer o irmão tomar pelo menos um suco antes de saírem de casa e logo estavam fazendo seu tão comum trajeto até o colégio.Quando chegaram na porta da escola, Mikey saudou os amigos e reclamou que aquele dia só haveria treino, coisa que ambos os Way detestavam. Gerard, como se estivesse realmente cansado, se apoiou em seu armário, sentindo algumas gotas de suor frio descerem por sua testa e por baixo do moletom pesado que vestia.
Brendon estava animado para o jogo, afinal o segundo e o primeiro iriam jogar juntos, o que era praticamente um evento, já que tudo o que os mais novos eram obrigados à fazer nos treinos era correr em volta da quadra como se aquilo fosse algum estilo olímpico de atletismo.
O garoto não pareceu notar o estado de Gerard mas Josh percebeu e colocou uma mão em seu ombro, preocupado.
— Ei Gee, o que foi? — O rapaz de cabelos rosas questionou, olhando para o moreno.
VOCÊ ESTÁ LENDO
How To Make Two Boys Fall In Love - Frerard
FanfictionFrank e Gerard não se suportavam. Até aí nenhuma novidade. Diferentes maneiras mirabolantes de matarem um ao outro passavam por suas mentes conturbadas todas as vezes que se viam. Eles viviam brigando no colégio e tentavam ao máximo não estar no mes...