Don't Let Him In

1.7K 150 445
                                    

Iero passava com o carro pela rua lentamente, seu corpo dando leves tremores por causa do frio, mesmo que o aquecedor estivesse ligado. Todos os acontecimentos do dia rodavam sua mente, o fazendo pensar sobre coisas possíveis e impossíveis, sobre tudo e nada ao mesmo tempo.
Sua pele formigava, seu peito estava acelerado e sua cabeça girava. Era uma grande incógnita até para ele, como ainda não havia batido o carro, mesmo estando em tamanho torpor. Frank apertava o volante com tanta força por conta do nervosismo, que seus dedos estavam ficando dormentes. Ele realmente havia se exposto tanto para Gerard, cantando aquela música? Way estava cansado e sonolento mas as metáforas e referências eram tão estupidamente óbvias que até dormindo o moreno poderia ter entendido. O baixinho estava sendo sufocado por essa possibilidade, ele não teria estrutura e nem rota de fuga se fosse confrontado pelo maior.
Frank, agora que havia pensando nisso, começou a tremer. Todo o trabalho que tinha feito para manter sua situação em segredo poderia ter ido por água abaixo se Gerard estivesse totalmente sóbrio.

Sóbrio. Essa palavra fez seu estômago embrulhar ainda mais ao se lembrar da imagem de um Gerard nada sóbrio, desmaiado em seus braços.
Way era tão novo, apenas um adolescente, mas vivia em um sofrimento tão intenso que se via rendido às drogas para se livrar dos problemas, mesmo que apenas por algumas horas. A preocupação de Frank com a sobriedade do menino seria constante à partir daquele dia trágico, com T maiúsculo.
O moreno havia lhe prometido não se dopar novamente, mas Iero não estava muito convencido de que a promessa seria mantida. Vícios não se desfazem como fumaça, é algo que requer esforço e empenho, mas com a vida que o mais alto estava levando, isso não seria nada fácil e Frank não ficaria surpreso se aquele episódio se repetisse mais algumas vezes...

Depois do que se pareceram séculos, o tatuado avistou sua casa, agradecendo mentalmente ao ver que todas as luzes estavam apagadas. Frank estacionou o carro e saiu da forma mais silenciosa possível, tendo o mesmo cuidado para abrir a porta e ir para seu quarto. Ele jogou as chaves e a jaqueta em cima da escrivaninha e puxou sua camisa pela gola, a tirando com um pouco de pressa. Um pequeno alívio o preencheu quando o ar gelado que entrava pela janela entreaberta bateu em seu peito, levando minimamente a tensão embora e fazendo o nó em sua garganta desatar um tantinho. O frio lhe fazia bem, sempre que estava com algum tipo de mal estar ele se submetia à pouca temperatura. Os calafrios o destraía dos enjôos.

Frank chutou os sapatos para qualquer canto do quarto e começou a tirar suas calças. Ele se estressou quando o zíper emperrou no meio do caminho mas com um puxão nada delicado, o jeans deslizou por suas pernas e teve o mesmo destino de seus cotunos, no chão.
O baixinho se jogou exausto na cama e passou uma mão no rosto tentando não pensar em Gerard, mas era impossível.
Praticamente tudo em sua vida o lembrava do menino. A maioria das coisas que ele fazia estava relacionada ao garoto, desde o provocar na escola, até passar noites e noites pensando no sonhos sujos, desde que tivera o primeiro, há anos.
Ele sabia, Frank sabia que ele tinha sentimentos por Gerard, mas doía. Doía pensar nele daquela forma. Toda vez que pensava sobre isso, seu peito se enchia de angústia e ele tinha vontade de chorar, chorar bem alto. A vontade de gritar também não estava muito longe, ele queria gritar até não ter mais nenhum resquício de voz.
Frank sabia que era diferente, sabia o que sentia e o que queria mas o medo da rejeição, do julgamento, era grande demais. O pavor o dominava, ele não podia se aceitar. Mas naquele momento, a situação era outra. Iero precisava pensar nas prioridades, e prioridade para Frank, significava Gerard.
O baixinho tinha que deixar todas as inseguranças e o seu grande e inflado orgulho, de lado. Gerard precisava de apoio e cuidado, e Frank faria o possível e o impossível para ajudá-lo. Não seria uma tarefa fácil, assim como nada na vida, mas ele estava disposto a enfrentar o desafio.
Iero olhou as horas em seu celular e bufou ao ver que ainda nem era meia noite. Aquela maldita sexta-feira parecia não ter fim. Ele só queria poder pular para a segunda logo e ter certeza de que Gerard estaria bem.

How To Make Two Boys Fall In Love - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora