Capítulo 1

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|  5 ANOS DEPOIS  |

− Isso é completamente inaceitável. − Elizabeth reclamou, sua voz soava fria e seca.

− Pois eu acho que não, isso é completamente aceitável e possível, eu só acho que você precisa enxergar as coisas de modo racional. − Ben disse tranquilamente.

Elizabeth o fitou ainda mais séria, enquanto os outros empregados da Thompson Corporation apenas observavam o que estava acontecendo. As discussões entre Elizabeth e Ben estavam ficando cada vez mais frequentes, de início era normal, eles tinham opiniões distintas mas sempre se acertavam, mas quando se tratava de fechar negócio com a empresa Innovation, eles não conseguiam se acertar. Ben achava que fechar esse contrato seria ótimo, já Elizabeth achava que não valia a pena.

− Você por acaso está dizendo que eu estou sendo irracional, Sr. Dane? − ela disse séria.

− Não, não foi isso que eu..

− Eu sou capaz de enxergar quando um negócio vai beneficiar a minha empresa, mas pelo visto não é isso que você pensa. − ela o fitou outra vez.

− Não se trata dis...

A empresária se levantou. − Eu já disse e vou repetir...− ela olhou friamente para todos na sala de reuniões e focou seu olhar em Ben. − Nós não vamos fechar negócio com a Innovation, e quem dá a última palavra aqui sou eu. Eu não sei nem porque esse contrato está na pauta dessa reunião.

Ben passou as mãos nos cabelos e suspirou frustrado. − Elizabeth..

− A reunião está encerrada. − ela sequer olhou pra ele, pegou suas coisas na mesa e saiu da sala de reunião sem olhar para trás.

Ben apenas ficou olhando para a porta por onde sua esposa tinha saído. Por que ela tinha que ser tão cabeça dura? Por que ela sempre se fecha quando é contrariada? Ia ser sempre assim quando algum dos associados discordasse dela? Ele resolveu ir para a sala dele, ele se resolveria com Elizabeth depois.

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Ben seguia para a sala da Elizabeth para que eles pudessem ir para casa, ele esperava que ela ao menos tivesse se acalmado mais. Ao se aproximar da mesa da secretária, viu como a mesma parecia cansada.

− Karen, ela tá aí?

− Está sim... E parece que não vai embora tão cedo. − Karen tentou esconder um bocejo.

Ben deu um sorriso de compaixão e abriu a porta da sala da esposa.

− Vamos? − ele perguntou.

− Não posso ir agora. − Elizabeth sequer olhou pra ele.

− Por que não? Está ficando tarde, a Karen já está quase dormindo aqui.

Ela assinou um documento. − A Karen pode ir, eu vou ficar, tenho trabalho a fazer.

Ben balançou a cabeça reprovando. − Beth.. − ele disse com a voz doce. Elizabeth finalmente olhou para ele. − Você precisa descansar. Se não quer fazer isso por você ou por mim, faça pelas crianças, já tem 3 dias que não jantamos juntos em casa. E você está cansada, eu posso ver em seus olhos. − Ben a olhou nos olhos. − Vamos?

Ela ponderou um pouco, largou a caneta na mesa. − Certo. − e assim pegou as coisas dela.

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A trajetória para casa foi silenciosa, Ben estava dirigindo e sempre que podia olhava para Elizabeth, já ela olhava para qualquer lugar, menos para Ben.

Águas Passadas (Part II)Onde histórias criam vida. Descubra agora