Capítulo 4

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− E então? − Ben mal podia conter a ansiedade.

Dra. Jane sorriu. − Ben, eu sei que você está empolgado, mas mesmo com o pedido de urgência de vocês, precisamos de um tempo pra analisar as amostras de sangue da Elizabeth.

− Você quer dizer os litros de sangue que vocês tiraram de mim. − Elizabeth torceu os lábios.

− Ela tem medo de agulhas. − Ben sussurrou.

Elizabeth torceu ainda mais os lábios. − Você vai me provocar com isso o resto da vida, não é verdade?

− Bem, como passarei o resto da minha vida com você, é claro que sim. − ele sorriu. Elizabeth não conseguiu ficar séria e sorriu. Dra. Jane ficou olhando aquela cena diante dela. Só Ben conseguia fazer Elizabeth agir daquele jeito.

− Quanto tempo vai demorar para sabermos, então? − Ben perguntou.

− Eu ligo pra vocês ainda hoje.

Elizabeth se levantou. − Ok, eu vou tentar conter a ansiedade desse meu marido para que ele não te ligue a cada 5 minutos. − Elizabeth provocou. − Vamos, meu bem.

Ben segurou na mão dela e eles saíram do consultório.

________

− Analisar as tendências do momento, pensar estrategicamente, procurar novos mecanismos para os nossos produtos, criar, ser inovador... − Elizabeth começou a andar em volta da mesa que havia na sala de reuniões e parou próxima ao Ben. Na sala estavam alguns dos responsáveis pelo setor de criação da empresa, juntamente com alguns dos associados. − Já fazem quantos meses que eu tenho repetido esses mesmos tópicos? − Ela olhou séria para todos na mesa, sem nem perceber, suas mãos repousaram sobre os ombros de Ben, que estava sentado na sua frente, de costas pra ela. − O que é de uma empresa de tecnologia sem inovação? Nada. Eu recebo balancetes que mostram que a empresa é sólida e se mantém firme no mercado, mas o que acontece quando não inovamos? O que acontece quando não temos nada de novo pra oferecer? As pessoas ficam entediadas, as pessoas procuram outros produtos! − O silêncio que havia na sala só não era mais assustador do que a voz de Elizabeth. − Eu estou pedindo demais? Acho que não, contratei vocês por uma razão, então façam seu trabalho, produzam, criem.

− Se me permite, Elizabeth... − Ben começou. − É exatamente por isso que eu reafirmo a importância de fecharmos contrato com a In..

Elizabeth tirou as mãos do ombro dele e começou a caminhar de volta para o seu lugar. − Eu sei o que você vai falar, Sr. Dane. Mas parece que você não entendeu o foco de tudo o que acabei de falar, de modo que eu terei que repetir. − ela disse parecendo impaciente. − Eu não estou falando de inovar o nosso setor de criação com pessoas de fora. Estou falando de uma renovação interna, uma renovação do nosso próprio time. Eu quero saber onde está a criatividade da minha equipe. Eu sei que a Thompson Corporation é mais do que capaz de se destacar por si só.

− Mas...

− Aqui está um exemplo... Jonah Hill. − Elizabeth apontou para um dos responsáveis pelo setor de criação. − Eu me lembro de ter te lançado um desafio no ano passado, e eu me lembro de você ter me apresentado propostas aceitáveis, nós as lançamos no mercado e tivemos resultados. − ela explicou, o rapaz sorriu ao se dar conta de que era um elogio. Elizabeth se virou para Ben. − Você entende agora, Sr. Dane? Nós podemos promover a nossa própria inovação. − Elizabeth o desafiou com os olhos.

Ben sabia que ela não gostava de ser contrariada, mas ele ainda achava que a ideia dele era a melhor solução. − Nem sempre a solução está em nossas mãos, precisamos nos ampliar.

Águas Passadas (Part II)Onde histórias criam vida. Descubra agora